Boa Midia

Mato Grosso tem que reagir ao desequilíbrio administrativo do governador

O governador Mauro Mendes
O governador Mauro Mendes
Mato Grosso não pode mais permanecer omisso diante do temerário governo de Mauro Mendes (DEM). É preciso que haja reação popular, uma vez que a Assembleia Legislativa e a bancada federal dialogam de cabeça baixa com o governador. 

 

Numa entrevista concedida na manhã desta sexta-feira, 23, ao Bom Dia Mato Grosso, da TV Centro América, Mauro Mendes revelou que seu governo não sabe se pagará ou não o 13º salário ao servidor, em 20 de dezembro, como determina a lei. Mais: descartou qualquer possibilidade de aumento salarial e sequer tocou na retenção da Revisão Geral Anual (RGA) e no escalonamento da folha. O governante justificou que mesmo havendo lei estadual para garantia da recomposição do salário do professorado, a legislação federal o impede de fazê-lo – essa legislação não é outra, senão a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

LRF é a lei que proíbe os governos estaduais de destinarem mais de 49% de suas receitas correntes líquidas para a quitação da folha salarial. Essa norma é desrespeitada por Mauro Mendes recorrentemente desde janeiro, mês em que assumiu o governo.

Ao longo de seu mandato o governador estabilizou a folha de pagamento em 58%. Portanto, o governo estadual descumpre a LRF na medida em que o caixa do Palácio Paiaguás garante o pagamento – ainda que escalonado – de um montante muito acima do legal.

A folha salarial é mantida acima do teto por incapacidade administrativa do governador, que demite 10 servidores num ato e contrata 15 com outra canetada. Mauro Mendes sabe a realidade do caixa de seu governo, mas nem por isso promove a reforma administrativa que se faz necessária. O governante não é capaz de enxugar a máquina pública, não consegue reduzir o número de secretárias e órgãos penduricalhos burocráticos.

Enquanto o governador não tiver o entendimento de que mantido o quadro funcional atual, não será possível equilibrar as finanças, mês a mês o governo enxugará gelo. Redução de pessoal é imprescindível, mas não apenas isso: é necessário cortar gastos, abrir mão das mordomia e do palacianismo que a tantos empolga.

Mato Grosso não suporta mais o inchaço burocrático funcional. Chega!

Mauro Mendes não consegue promover a necessária reforma administrativa, pois seu governo é fatiado com partidos de sua coligação. Em alguns casos, o número de servidores é ofensivo: a Casa Civil tem mais de 265 barnabés burocráticos gravitando em seu entorno. O número de secretarias é grande, mas não consegue atender às demandas dos aliados e, isso, leva o governador a aumentar a quantidade de secretários-adjuntos.

Sindicatos, por sua origem e conceito, não abrem a boca. Resta Mato Grosso reagir. O ideal seria que Mauro Mendes renunciasse, uma vez que não consegue profissionalizar a prestação do serviço público (exceção que se faz aos policiais, bombeiros, profissionais da Educação e Saúde, além de alguns órgãos técnicos, que sempre são mantidos fora da política oficial do governo).

A renúncia do governador faria bem ao Estado nesse momento em que o país luta por transformações. Porém, essa possibilidade é remotíssima. Em assim sendo, é preciso que a população exerça seu papel pressionando e cobrando qualidade administrativa. A Assembleia e a bancada federal, nesse caso, testemunhariam o povo usurpando – no melhor sentido da expressão – o papel que lhes cabe.

Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes

FOTO: Mayke Toscano – Governo de Mato Grosso – Divulgação

 

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies