Boa Midia

Mato Grosso faça sua parte e não deixe a mudança somente para Bolsonaro

Mato Grosso precisa de clarão sobre as trevas e a transparência dessas águas

Nunca Mato Grosso teve tamanha oportunidade para se livrar do entulho politiqueiro como agora. A vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência é um claro indicativo que nacionalmente o brasileiro quer mudança. Na esteira de Bolsonaro, que promete enxugar, modernizar e despartidarizar a máquina pública, o povo mato-grossense tem o dever de exercer pressão para o surgimento de uma nova era e o consequente sepultamento de uma prática imoral que desafia o tempo por conta da incapacidade de reação do cidadão que vive na abençoada e ensolarada Terra de Rondon.

Bolsonaro, deputado federal do baixo clero, filiado ao PSL, partido até então inexpressivo, sem grandes vultos políticos ao seu lado e sendo pintado nas redes sociais com as piores pechas que se podem lançar sobre homem público: homofóbico, racista, fascista, machista, xenófobo etc. Secundado por um candidato a vice-presidente – o general Mourão – que não tem habilidade política nem jogo de cintura. Vítima de uma atentado em 6 de setembro na cidade mineira de Juiz de Fora, onde um criminoso o atingiu com uma facada que perfurou seu intestino e o retirou da campanha eleitoral, na qual, para o primeiro turno teve apenas 8 segundos de tempo para propaganda eleitoral no rádio e televisão. Candidato a presidente num cipoal de expressivos nomes nacionais a exemplo de Ciro Gomes, Marina Silva, Geraldo Alckmin etc. Bolsonaro foi o mais votado no primeiro turno e acaba de conquistar a Presidência com uma votação consagradora.

A vitória de Bolsonaro é mais do que o resultado das urnas. Além de representar o sentimento nacional, ela é o passaporte para a mudança radical – não confundir com radicalização – para levar o Brasil à condição de Estado moderno. O presidente eleito quer cortar mordomias, enxugar a máquina, sonha com “mais Brasil e menos Brasília”, defende relações comerciais sem viés político; planeja moralizar o programa de transferência de renda Bolsa Família mantendo-o temporariamente e somente para os que se enquadrarem às suas exigências; planeja estancar a ajuda brasileira a ditadores mundo afora e auditar o que até então se fez nesse sentido.

Politicamente o presidente eleito anuncia o fim da Oração de São Francisco, que sempre ditou a relação do governo com o Congresso.

Em termos de soberania, Bolsonaro abomina qualquer tentativa de internacionalização de parte da Amazônia, como estariam pretendendo algumas nações da Europa e Estados Unidos, que não tiram os olhos da região.

Para mudar, Bolsonaro precisa da participação federativa
Para mudar, Bolsonaro precisa da participação federativa

Um Brasil para os brasileiros, onde o compadrio ideológico não dite o direcionamento de recursos da Lei Rouanet para os famosos amigos do rei, como até agora se vê. Um imenso país que possa se tornar uma nação protagonista no plano internacional. Isso é o quer quer Bolsonaro.

O Brasil de Bolsonaro não tem espaço para o ódio, a luta fratricida. De igual modo não terá espaço para a balbúrdia social supostamente em nome da luta pela terra. O direito de propriedade será garantido. Todo brasileiro com perfil de homem do campo, que quiser um  pedaço de terra para plantar, o receberá, mas a União não financiará movimentos iguais o anárquico MST. O terreno fértil das ONGs ideológicas acabou. Espero que o PT – e seus aliados – derrotado na disputa do segundo turno, não repita sua prática em momentos anteriores: quando Fernando Henrique Cardoso chegou ao poder em 1995, o Brasil estava inundado com a curta frase: Fora FHC!; quando Dilma foi cassada, os petistas chamaram a decisão política que a destronou, de ‘golpe’; quando Lula foi condenado, sua sentença virou ‘perseguição’. Democracia é a arte do respeito ao resultado das urnas, é o acatamento da decisão majoritária, é o cumprimento das sentenças.

Nos sonhos, planos e no coração do presidente eleito, os caminhos do amanhã. Porém, para que ele leve adiante sua proposta, será preciso que todos os estados cumpram seu papel: Mato Grosso não pode se omitir. Portanto, em nome da moralização que se anuncia nacionalmente, sugiro que façamos nossa parte, aqui. Articulações estão em curso na Assembleia Legislativa para a formação da próxima mesa diretora daquele Poder. Entendo que devemos formar uma corrente que lute contra a presença de deputados investigados na composição da nova mesa. Sabemos que são muitos os escândalos no Legislativo Estadual, que sempre nascem na mesa diretora. Não devemos entregar a chave do galinheiro aos raposões.

Não será fácil mobilizar Mato Grosso pela moralização da mesa diretora da Assembleia, mas alguém tem que tomar a iniciativa de propor ação nesse sentido. Que entre os internautas do site surja alguém disposto a liderar um movimento com esse objetivo. Vale ressaltar que apresentei essa proposta para que ela fosse abraçada por jornalistas, mas nenhum se interessou e não foram poucos os que me criticaram.

Os problemas nacionais que Bolsonaro quer superar são iguais aos de Mato Grosso, onde há muito privilégios, mordomias, cargos inócuos e figuras suspeitas à frente de funções relevantes.

Cobremos os compromissos de Bolsonaro, mas paralelamente a essa cobrança devemos fazer o dever de casa. Não se trata de um convite para uma guerra invencível. A Assembleia reelegeu 10 deputados sendo que sete estão sob crivo de investigações, ou respondendo a processos etc. Basta uma cruzada contra a participação dos mesmos na próxima mesa diretora. Quem são eles: Eduardo Botelho (DEM), Sebastião Rezende (PHC), Guilherme Maluf (PSDB), Dilmar Dal’Bosco (DEM), Janaína Riva (MDB) e Wilson Santos (PSDB) e Nininho (PSD)..

A hora é agora. Pela lógica, quem votou em Bolsonaro por mudança não pode desejá-ao estilo sereia: humana apenas da cintura para cima. Eleitor de Haddad tem perfil democrático e polêmico: seria hipocrisia da parte dele fingir que não entende a coerência da proposta.

Reaja Mato Grosso.

 

Eduardo Gomes/de Andrade/blogdoeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

 

FOTOS:

1 – Em arquivo MARCOS BERGAMASCO – Ilha do Bananal em Luciara com o luar sobre o rio Araguaia

2 – O presidente eleito Jair Bolsonaro nos braços do povo – Redes sociais

 

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