Malabarismo da Medicina
Não há, nunca houve e nem pode haver malabarismo na Medicina. Como em todas as profissões, existem Médicos capacitados e alguns, graças a Deus uma ínfima minoria, preocupados só com a parte financeira, estes os menos preparados e tecnicamente deixando muito a desejar.
O caso da bancária daqui morta após uma intervenção no Rio de Janeiro, traz novamente à tona que, referencias especiais quando se vai se submeter a uma intervenção cirúrgica, tem que ser cuidadosamente tomada pelo paciente se quiser continuar vivo.
Gente saber se um profissional é sério e capacitado não é via fecebook ou via conversa com um amigo ou amiga.
Imagine se procuraria eu um cirurgião plástico para fazer uma cirurgia em um parente meu, por ter ele mais de 500 mil seguidores na facebook em detrimento de suas condições técnicas.
É via Conselhos, Associações e Sindicatos da categoria, que essa informação terá credibilidade maior, e se quiser, aí sim, mescla-las com as recebidas via amigo ou face, sempre em segundo plano e com menos credibilidade.
Lembro-me perfeitamente há alguns anos atrás quando as pessoas desinformadas e baseadas por informações de parentes ou amigos (naquela época não tinha facebook) saiam daqui para fazerem consultas Médicas e até mesmo cirurgias na cidade de Mineiros em Goiás.
Com todo respeito que merece a medicina de lá e seus hospitais, ficava difícil para mim, que sou da área da saúde, entender como uma pessoa vivendo aqui em Cuiabá que naquela época já tinha mais de 450 mil habitantes, se deslocaria para uma cidade de 30 mil habitantes por ela oferecer melhores condições de tratamento. Lembrem-se que moramos no terceiro mundo.
Da pra entender? Claro que não!
Este artigo não tem intenção de procurar culpados. A intenção é alertar quem precisa desse serviço.
Agora começa outra peregrinação para Venezuela e Bolívia atrás de cirurgias baratas.
Gente, passa na cabeça de alguém que um curso de Medicina na Venezuela ou na Bolívia possa ser melhor que qualquer um das faculdades brasileiras?
Passa na cabeça de alguém que o jovem formado na Bolívia ou na Venezuela tem melhores condições técnicas daqueles que no Brasil se formam?
Se você achar que sim, vá você ou leve um parente seu para ser operado lá, se coragem tiver.
Eduardo Póvoas é cirurgião dentista pós-graduado pela UFRJ
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