Boa Midia

Jorilda Sabino, a Cinderela Negra

Quem é ela? Perguntavam os jornalistas que cobriam a Corrida de São Silvestre em 1986. Ninguém sabia de quem se tratava, mas as redações agiram rápido. No dia seguinte as manchetes dos jornais do eixo Rio-São Paulo revelavam que se tratava de Jorilda Sabino, representante de Cuiabá e abriam espaço à Cinderela Negra, medalha de prata naquela prova que é a maior corrida de rua da América Latina.

Cinderela Negra foi o apelido dado à Jorilda Sabino (nesta foto recebendo premiação do então prefeito de Cuiabá, coronel José Meirelles), a representante oficial de Mato Grosso na São Silvestre de 1986. “Cinderela” foi a melhor fórmula encontrada pelos jornalistas para qualificarem a maratonista negra mato-grossense, que certa feita, em Cuiabá, disputou uma corrida descalça.

Jorilda ganhou a medalha de ouro na primeira Corrida de Reis, promovida pela Televisão Centro América em 1985, correndo descalço, o que lhe rendeu o apelido de Cinderela Descalça. Em 1986, 87 e 88 Jorilda repetiu o feito em Cuiabá e esteve no lugar mais alto do pódio.

Mato Grosso ficou pequeno para seu pique e a campeã ganhou o mundo disputando provas na Venezuela, Chile, Japão e Coreia do Sul. A prata na São Silvestre foi o maior feito do atletismo mato-grossense. Paranaense de Umuarama, Jorilda teve infância pobre no bairro Pedregal em Cuiabá. Sua carreira de atleta durou 15 anos.

Em 1996 uma tendinite a retirou das provas. Casada, com duas filhas, a campeã mudou-se para Corumbá, Mato Grosso do Sul.

Jorilda Sabino escreveu a mais importante prova do atletismo mato-grossense. Saiu das ruas. Entrou para a história. Virou lenda viva.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTO: Arquivo

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