Boa Midia

Jayme sendo Jayme não vota a PEC do Marco Temporal

EDUARDO GOMES

@andradeeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

Jayme Campos (União) sempre sendo Jayme Campos não votou na PEC do Marco Temporal para a Demarcação das Terras Indígenas. A votação aconteceu na noite da terça-feira (9), sem Jayme em plenário. Na segunda votação os senadores aprovaram a PEC por 52 votos favoráveis com 15 contrários e uma abstenção. A PEC é de autoria do senador Dr. Hiran (PP/RR) e pelo sistema bicameral será votada na Câmara. Em resumo a PEC define que os indígenas somente poderão reivindicar áreas que ocupavam antes de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

Jayme é considerado político de composição e nunca de enfrentamento. A PEC além de ser polêmica deixaria o senador em maus lençóis independentemente de seu voto, em razão de seu desconforto partidário.

Resumindo: o União Brasil por seus controladores Mauro Mendes, Fábio Garcia e Dilmar Dal Bosco apoia a pré-candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) para governador, em detrimento de Jayme; essa decisão é manifestada reiteradas vezes e não se trata de mera especulação.

Jayme sonha acordado em ser governador – cargo que exerceu no período de 1991 a 1994 – mas não tem legenda. Em busca de candidatura ele terá que aderir a algum partido. Acontece, que as legendas viáveis ou quase viáveis para disputa majoritária já estão sob o controle de caciques, o que deixa Jayme no segundo andar.

Vejamos:

O União Brasil está vestido de noiva ao pé do alta esperando Pivetta.

O PT sente urticária somente em pensar em Jayme.

O PSD abraçou Natasha Slhessarenko para governadora, com apoio do presidente Lula. Carlos Fávaro, o cacique do partido, é Natasha desde pequenininho.

O PSB ainda de Max Russi foi jogado no colo de Pedro Taques, que o assumirá em 2026, para dobrar ao Senado com Fávaro e pedir votos para Natasha.

PV e PCdoB também sentem urticária só com a citação da palavra Jayme – e os dois são carne e unha com o PT.

PSDB é o partido que morreu e está insepulto.

MDB é um trauma para a família Campos (de Jayme e seu irmão Júlio Campos) desde 1998, quando o seu antecessor PFL aliou-se ao PMDB, com Carlos Bezerra e Júlio Campos morrendo abraçados nas urnas.

O Podemos já tem dono. É Max Russi, que acredita ser fiel da eleição ao governo, e que provavelmente lançará sua mulher, Andrea Wagner (prefeita de Jaciara) candidata a vice-governadora da chapa que julgar mais conveniente.

O PL está a um passo do concubinato com o Republicanos, mas o senador Wellington Fagundes conseguiu impedir aquilo que para muitos seria adultério eleitoral e trouxe os liberais para sua pré-campanha ao governo; resta saber o que Jair Bolsonaro, atrás das grades, dirá, pois até agora somente Michelle Bolsonaro e Flávio Bolsonaro disseram que o nome é Ueeellton.

Sem dúvidas que Jayme é um dos principais políticos de Mato Grosso e tem condições de concorrer ao governo. Acontece que política não é ciência exata e neste momento, sem tom pejorativo, ele é um sonhador sem-legenda.

O cenário de incerteza facilitou o recuo de Jayme na votação. Ou alguém acredita que o quase octogenário senador desafiaria seu perfil num momento assim, tão delicado?

Foto: Agência Senado 

 

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