Investir no clima e meio ambiente estáveis previne mortes, aponta ONU
Fabíola Sinimbú – Agência Brasil
BRASÍLIA
A sétima edição do Panorama Ambiental Global (GEO7), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lançada nesta terça-feira (9), em Nairóbi, na África, aponta que a inação frente aos desafios climáticos e ambientais pode resultar em milhões de mortes e enormes danos financeiros. 
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O documento, a principal avaliação científica periódica sobre a trajetória ambiental do planeta, também apresenta soluções que podem prevenir mortes, pobreza e render US$ 20 trilhões ao ano
à economia mundial, até 2070.
O cientista Robert Watson, copresidente de avaliação do GEO7, ressalta que o relatório aponta a necessidade de mudanças profundas em cinco sistemas e um esforço coletivo e inclusivo para que aconteçam mudanças na trajetória ambiental.
“Vai requerer uma transformação sem precedente, integrada, rápida e inovadora das nossas finanças, economia, dos materiais, energia, sistemas alimentares e ambientais. Requer uma mistura de mudanças de comportamento, tecnológicas e nos governos como um todo. Esse não é um desafio para ministros de Meio Ambiente sozinhos. É para cada ministro, em cada governo no mundo, e para toda a sociedade”, avalia.
De acordo com o GEO7, as recomendações do panorama são o caminho necessário para evitar 9 milhões de mortes prematuras relacionadas à poluição, tirar 200 milhões de pessoas da subnutrição e 150 milhões de pessoas da pobreza extrema. Ressalta ainda que para promover as transformações são necessários altos investimentos.
Custo
O relatório aponta que são necessários US$ 8 trilhões ao ano para que o planeta alcance a meta de neutralizar as emissões de gases do efeito estufa até 2050, e para que as nações consigam restaurar e promover a conservação da biodiversidade.
Segundo Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o custo da inação é muito maior.
“Para dar apenas um exemplo do cenário apontado pelo relatório, as mudanças climáticas reduzirão 4% do PIB anual até 2050, tirarão muitas vidas e aumentarão a migração forçada”, alerta.

