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Guerra das Malvinas 38 anos depois e a indignidade brasileira

Argentinos nas Malvinas: pouca duração
Ilhas Malvinas ou Islas Malvinas ou ainda Falklands. Não importa como se pronuncia o nome desse arquipélago com 778 ilhas no extremo Sul do continente sul-americano. O que conta é que o sonho de sua reintegração ao povo argentino acabou em 14 de junho de 1982 – portanto há 38 anos – quando humilhado, o general Mario Menéndez, que comandava as Forças Armadas da Argentina naquela região, assinou o termo de rendição diante do imperialista exército do Reino Unido recheado por mercenários nepaleses (os gurkhas) que lutaram pela bandeira de Sua Majestade.

O orgulho inglês de que o sol não se punha sobre os domínios de Sua Majestade, em parte, se devida à colonização britânica sobre Malvinas ou Falklands desde 1833. A Argentina nunca aceitou essa imposição militar e em 2 de abril de 1982 o presidente e general ditador Leopoldo Galtieri ordenou a invasão do arquipélago pelo general Menéndez. A ocupação não enfrentou praticamente nenhuma resistência, mas em Londres, a primeira-ministra Margareth Thatcher que se encontrava sob pressão política, viu no ato argentino a forma de livrar seu pescoço. Thatcher mobilizou uma força aeronaval e a despachou.

Mísseis Exocet fabricados na França e vendido aos argentinos causaram baixas e afundaram ou danificaram navios britânicos. Thatcher exigiu que o presidente francês, François Mitterand lhe repassasse os códigos desses mísseis, pra embaralhar seu curso balístico. Mitterand recuou e ela botou todas as cartas na mesa: ou me passa o que peço ou lanço uma bomba atômica sobre Buenos Aires e outra sobre Córdoba. Num beco sem saída, o líder francês cedeu. Algum tempo depois a França, por outros mecanismos faria o mesmo com os aviões Mirage do Iraque, na Guerra do Golfo – agosto 1990 a fevereiro de 1991 – que à frente da trincheira tinha os Estados Unidos secundados por seu leais aliados britânicos.

Thatcher celebra vitória com seus militares

Os argentinos não tiveram planejamento e não contaram com seus melhores efetivos, que estavam acantonados na fronteira com o inimigo fraterno Chile. A América tinha o dever legal de se unir aos combatentes hermanos por força do  Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (em inglês: Inter-American Treaty of Reciprocal Assistance; em espanhol: Tratado Interamericano de Asistencia Recíproca), também conhecido pela sigla TIAR ou como Tratado do Rio, firmado em 1947 e que entrou em vigor no dia 3 de dezembro de 1948, pelo qual os signatários se comprometem a se protegerem mutuamente em caso de invasão estrangeira.

O Brasil não cumpriu o TIAR. Somente o Peru, que no apagar das luzes da guerra mobilizou uma esquadrilha de sua força aérea pra se juntar aos argentinos, mas não houve tempo pra tanto.

Diplomaticamente e em atos políticos domésticos a Argentina esperneia pelas Islas Malvinas. Londres torce o bigode contra tal posicionamento. Ao seu lado os súditos de Sua Majestade têm os Estados Unidos, que em 1982 não economizaram em cessão de armas, munições e satélites pra fortalecer o fiel aliado.

País que não cumpre acordo internacional é indigno. O Brasil não cumpriu o TIAR. Não há dignidade brasileira nesse episódio.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO:

1 e 2 – Arquivos da Guerra das Malvinas

 

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