Guapo e seu sobrenome Música e Literatura

Mato-grossense, pantaneiro, pesquisador, músico, compositor, poeta e escritor. Ele é da arte! Milton Pereira de Pinho, o Guapo, é um dos expoentes da cultura mato-grossense que está sempre contribuindo com a disseminação e conservação da memória e da cultura do nosso povo através da sua arte. Cada trabalho seu é rico em detalhes que nos faz viajar por entre as nossas próprias raízes, diversas vezes esquecidas ou até mesmo desconhecidas por conta das fortes influências modernas e globais.
Ele veio de Cáceres, mas é também um cidadão cuiabano que assumiu a responsabilidade de tirar o rasqueado das periferias e levar para o mundo. Guapo foi o primeiro músico a apresentar essa dança típica cuiabana nos Estados Unidos. O rasqueado é uma dança que surgiu da mistura do cururu e do siriri, que mais tarde, após a Guerra da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai), sofreu uma forte influência da polca paraguaia, estilo musical do Paraguai.
A música está na raiz da vida deste artista mato-grossense e toda a sua educação está baseada na música. “Eu tenho três paixões: música, cinema e literatura”, revela. Em 1984 sua carreira de músico começou a ganhar forma ao iniciar o trabalho de resgate da música mato-grossense. Em 1993, Guapo idealizou e colocou em prática o projeto Rua do Rasqueado, que durante mais de 20 anos promoveu uma efervescência no Centro Histórico da capital, dando força para que músicos da baixada cuiabana pudessem desenvolver novos ritmos, como o lambadão e a lambadinha. A Rua do Rasqueado durante a sua existência revelou grandes atrações musicais, valorizou a cultura popular e levou para o centro da cidade uma manifestação que antes era restrita às periferias.

Atualmente, Guapo tem se dedicado aos livros. Seu último livro lançado foi o “Um pé de verso…outro de cantiga”, publicado pela editora Carlini & Caniato no último ano. O livro é um compilado de crônicas e memórias pantaneiras, baseadas em ditos populares contados por terceiro e em histórias que o próprio autor vivenciou ao longo de sua vida. Guapo também escreveu o livro Remedeia Co Que Tem, também da Carlini & Caniato. Esta obra é fruto de 40 anos de pesquisa sobre a formação básica da musicalidade mato-grossense.
Agora Milton Pereira de Pinho se prepara para o lançamento de uma novela pós-moderna intitulada No Limiar. A história acontece em grande parte no interior do Brasil, mais precisamente na região do Araguaia e do Xingu, onde etnias indígenas vivem em conflito com o agronegócio. Na obra, essa realidade vivida entre os personagens será transformada pelas novas tendências do futuro como a ferrovia transoceânica, drones tripulados e novos modos de vida que surgirão até o ano de 2028.
Os personagens principais são os índios Obajara e Kunhahendy, agentes federais de inteligência infiltrados que entram em confronto com o crime organizado que migrou para a região no começo do século XXI. Eles também mostram uma nova maneira de se relacionar, eroticamente e socialmente, propondo um novo pacto de prazer e de convívio entre os indígenas. Essa novela futurística está programada para ser lançada em abril deste ano, em São Paulo.
Além dos livros, Guapo tem ao todo quatro CDs gravados, três de músicas próprias, sendo eles: Pantanal Preto e Branco, Resto de Guarania e Som do Berrante Pantaneiro; e um CD com as músicas dos mais antigos compositores que não tinham sido gravadas, que se chama Rua do Rasqueado.
Além disso, há mais de dois anos, Guapo gravou uma produção ao lado do maestro Leandro Carvalho e a Orquestra de Mato Grosso, intitulada Pantanal Sinfônico. A produção conta com sete faixas de músicas instrumentais, no entanto, ainda não houve a gravação do CD, mesmo fazendo parte de um dos projetos pagos por emenda parlamentar, através do Instituto Case de Desenvolvimento. “Pensei que iriam pagar agora no final do ano, mas eu acho que já foi para o “buraco negro” do Mauro e agora não sei quando vão pagar”, declara Guapo. De acordo com ele, o valor destinado ao projeto é de R$ 17 mil. “Eles bem que podiam terem pago, por a gravação está pronta, só falta fazer o CD”, completa.
Guapo conta ainda que o recurso da emenda, que era do deputado estadual Dilmar Dal ‘Bosco e que foi reeleito, foi mandada para a Secretaria de Fazenda, mas não foi repassada. “A única coisa que tem que fazer é esperar terminar as prioridades do Mauro (Mendes, governador) e depois do Alan Kardec (deputado estadual indicado secretário de Cultura de Mato Grosso”, conclui.
Com fotos divulgação
Obrigado pela consideração minha amiga Vanessa, tal como seu lendário pai, Jorge Moreno o qual sempre teve uma ligação com a nossa cultura e raiz. Beijos!
Boa , alta qualidade , infelizmente , a politica cultural no brasil muito ruim , existem muitos bons musicos e poetas e escritores e intelectuais nesse brasil so precisa de bom olheiros por ai. Guapo o teu cerebro é muto rico.