Governo anuncia que bota nos trilhos duas ferrrovias em Mato Grosso
Governo anuncia duas ferrovias para Mato Grosso
Ainda no papel, mas com uma luz no túnel para transformá-lo em realidade. Assim se encontra o projeto para a construção a Ferrogrão, ferrovia com 933 quilômetros ligando Sinop ao porto de Miritituba, na margem direita do rio Tapajós, ao lado da cidade de Itaituba, no Pará. Nesse final de semana, num vídeo do Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas, revelou aquilo que chamou de “Programa ambicioso, mas possível” – a concessão de três ferrovias e, dentre elas, a Ferrogrão, que poderá ser concedida neste ano.
Até então a luta pela Ferrogrão era travada por produtores rurais, entidades do setor agrícola, trades e alguns políticos mato-grossenses e paraenses. Agora, com o anúncio de que o governo do presidente Jair Bolsonaro dará a ferrovia em concessão, o projeto entra nos trilhos.
Segundo o ministro, em 2020 será feita a concessão da Ferrovia Norte-Sul, entre Porto Nacional, em Tocantins, e Estrela D’Oeste, em São Paulo. No ano em curso, a Ferrogrão e a Ferrovia de Integração Centro-Leste, com 500 quilômetros, na Bahia, ligando Caetité ao porto de Ilhéus.
LOGÍSTICA
Na semana passada, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), revelou que o presidente Bolsonaro teu o sinal verde para a construção dos 383 quilômetros da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) entre Campinorte (GO) e Água Boa. Os trilhos da Ferrovia Norte-Sul cruzam Campinorte.
Viabilizadas as duas ferrovias Mato Grosso ganhará muito em logística. Estado quase continental e por sua localização no centro do continente, seus campos de produção enfrentam grandes distâncias para alcançarem os portos, por onde as commodities agrícolas aqui produzidas são exportadas para os quatro cantos do mundo. Encurtando trajeto a economia reduz frete e tempo de transporte. É o chamado ganho de continentalidade – o índice que mede a distância da lavoura ao navio transoceânico.
Com a melhoria da logística Mato Grosso poderá regionalizar suas exportações. Senão vejamos:
A faixa de fronteira tem uma saída natural que é o rio Paraguai, mas para consolidar a navegação de Cáceres até o mar, em Nueva Palmira, no Uruguai, num trajeto de 3.442 quilômetros, será preciso investir em instalações portuárias no porto de Morrinhos, próximo a Cáceres e pavimentar 74 quilômetros da rodovia BR-174 para acesso a Morrinhos.
A Ferrovia Senador Vicente Vuolo tem terminais de embarque de grãos e movimenta combustível e outras cargas em seus terminais em Rondonópolis, Itiquira, Alto Araguaia e Alto Taquari. Rondonópolis tem o maior terminal de grãos da América Latina. Essa ferrovia é explorada pela Rumo ALL e atende a um raio de 200 quilômetros de seus trilhos.
A Ferrogrão passaria a escoar rumo norte a produção agrícola de Sinop, Sorriso. Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, Santa Carmem, Vera, Feliz Natal, Tapurah Tabaporã, Matupá. Alta Floresta, Colíder, Marcelândia, Nova Ubiratã, Ipiranga do Norte, Juara, Porto dos Gaúchos, Guarantã do Norte e região.
A FICO seria o escoamento natural para Água Boa, Barra do Garças, Novo São Joaquim, Gaúcha do Norte, Canarana e entorno.
A BR-158 ao Norte da Terra Indígena Marãiwatsédé escoa para o Maranhão e Pará a produção de Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, Porto Alegre do Norte, Santa Terezinha, São José do Xingu, Canabrava do Norte e região.
O porto no rio Madeira, em Porto Velho escoa pela Hidrovia Madeira e Amazonas a produção do Chapadão do Parecis onde se destacam os municípios de Sapezal, Campos de Júlio, Comodoro, Brasnorte, Campo Novo do Parecis e São José do Rio Claro.
A rodovia BR-163 integra a malha rodoviária que liga Mato Grosso ao porto de Paranaguá, no Paraná, que foi o principal destino das commodities mato-grossenses.
Municípios centrais, a exemplo de Paranatinga, Diamantino, Rosário Oeste, Barra do Bugres e Tangará da Serra podem optar por alguns modais.
Eduardo Gomes – da Redação
FOTO: Ilustrativa – Construção de ferrovia
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