Governador confirma centro de hemodiálise para Água Boa

Um presente antecipado de Natal para Água Boa e os municípios do seu polo regional de saúde: a garantia da construção de um centro de hemodiálise naquela cidade, cuja obra começará em 2021. O compromisso é do governador democrata Mauro Mendes, que o assumiu junto ao deputado estadual Dr. Eugênio (PSB), ao recebe-lo nesta semana em informal audiência para tratar desse tema.

A obra contará com recursos de R$ 2 milhões da Fonte 100 – pela qual o governo investe nas mais diversas áreas. Esse montante é oriundo da não execução de uma emenda parlamentar do deputado Dr. Eugênio, que seria destinada à construção do centro de hemodiálise, mas a mesma não foi liberada em razão de um não do prefeito Mauro Rosa, o Maurão (PSD), que em nome do município teria que chancelar o projeto.

O não de Maurão aconteceu quando se aproximava o dia 30 de novembro, que era o limite para a formatação da documentação para a obra. O prefeito alegou que o município não tinha unidades de terapia intensivas (UTIs) nem central de tratamento de água e condições para realização de exames da taxa de filtração glomerular. A negativa de Maurão inviabilizou a liberação dos dois milhões de reais. Porém, o deputado Dr. Eugênio articulou com Mauro Mendes para que o governo mantivesse o projeto para atendimento ao polo de Água Boa – com 11 municípios – o que aconteceu, com o governador inclusive gravando um vídeo no qual empenha a palavra atendendo o parlamentar.

Tanto nos meios políticos quanto na área médica o não de Maurão causou surpresa, pois sua argumentação não tem consistência: o Hospital Regional Paulo Alemão, em Água Boa, recebeu 10 leitos de UTIs, inicialmente para atendimento a pacientes com covid-19, mas que foram incorporados àquela unidade hospitalar; a destinação dessas UTIs atendeu pedido do deputado Dr. Eugênio, e para equipá-las houve mobilização social, com uma campanha do Sindicato Rural, Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Estância Bahia e outros parceiros que arrecadaram cerca de R$ 500 mil, que foram destinados às UTIs. A falta de central de tratamento para os exames se justifica pelo fato de que até então não havia demanda por esse serviço, mas tão logo a mesma aconteça qualquer laboratório poderá atende-la.

O percalço com Maurão foi superado. Em janeiro o prefeito será Mariano Kolankiewicz  (MDB), que é médico e defende a instalação do centro de hemodiálise em sua cidade. Mauro Mendes assegura que tão logo o orçamento de 2021 seja aberto dará o sinal verde para a obra, cujo projeto recebeu uma ressalva da Vigilância Sanitária que o aprovou: a inclusão do serviço de coleta de lixo, o que não consta de sua documentação.

O presente antecipado de Natal está à caminho de Água Boa. Após sua entrega os moradores da cidade que fazem hemodiálise em Barra do Garças não precisarão mais percorrer semanalmente 1.380 quilômetros no vaivém em dias alternados entre as duas cidades. Além disso, vários portadores de problemas renais que deixaram Água Boa para residirem em Goiânia, Barra do Garças ou Cuiabá, onde há centros de hemodiálise, poderão retornar para seus antigos endereços junto aos seus parentes.

Mato Grosso enfrenta problema com a falta de estrutura de seu serviço de saúde pública, mas esse episódio em Água Boa é o único caso em que um prefeito ao invés de abraçar a causa pela construção de um centro de hemodiálise, impediu tal obra, coincidentemente ou não essa decisão de Maurão foi tomada logo após a apuração da eleição em novembro, quando seu candidato a prefeito, Maurício Tonhá (DEM) foi derrotado.

Maurão chega ao término de dois mandatos consecutivos na prefeitura de Água Boa. No dia 15 deste mês ele tentou se manter no poder disputando a presidência da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), mas sua tentativa foi em vão, pois seus colegas o enxotaram na urna.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Christiano Antonucci – Site público do Governo de Mato Grosso

2 – Dinalte Miranda em 15 de dezembro de 2020