Boa Midia

Geração Beta: Arquitetos do Século XXII – Uma Nova Era da Humanidade

Oscar Martins*
CUIABÁ

A revolução silenciosa começou. A Geração Beta, como definida pelo demógrafo australiano Mark McCrindle, reúne os nascidos a partir de 2025. Esses indivíduos não apenas viverão a transição para o século XXII, mas também terão a responsabilidade de moldar o futuro. Em um mundo onde a expectativa de vida poderá ultrapassar os 100 anos, chegando a 110 em países como Coreia do Sul e Japão, a Beta crescerá em um ambiente que redefine os limites da tecnologia, da saúde e da interação social.

Essa geração será marcada por famílias menores e mais conectadas, com 80% das crianças nascendo de pais com mais de 35 anos. A parentalidade será amplamente assistida por tecnologia: sensores biomédicos permitirão monitoramento em tempo real da saúde e desenvolvimento infantil, enquanto interfaces cérebro-máquina facilitarão a interação com o mundo digital. A simbiose entre humanos e tecnologia, prevista por neurocientistas como David Eagleman, tornará implantes neurais e comunicação por pensamento tão comuns quanto os smartphones são hoje.

A educação será completamente reimaginada. Escolas adaptadas à IA, como já ocorre em Singapura, e o uso de realidade virtual e hologramas transformarão a sala de aula em um espaço global e imersivo. Segundo o MIT, a aprendizagem contínua e autodirigida será a norma até 2050, com currículos voltados para habilidades inéditas, como alfabetização quântica, design de realidades mistas e gestão da longevidade.

As profissões que a Geração Beta encontrará ainda nem existem. Pesquisas indicam que 75% das carreiras futuras serão novas, incluindo títulos como “Arquiteto de Memórias Digitais”, “Designer de Órgãos Sintéticos” e “Consultor de Ética em IA”. O trabalho será cada vez mais centrado na criatividade, inovação e gestão de sistemas complexos, com 60% das atividades realizadas em ambientes virtuais ou híbridos, segundo a Microsoft Research.

A relação da Geração Beta com o planeta também será desafiadora. Eles herdarão as consequências de séculos de exploração ambiental. Projeções do IPCC apontam para intervenções de geoengenharia em larga escala até 2100. Projetos como o Grande Muro Verde na África e as fazendas verticais de Singapura já oferecem soluções promissoras para segurança alimentar e preservação ambiental.

A urbanização também assumirá formas inovadoras, com cidades flutuantes autossustentáveis para regiões costeiras ameaçadas e estruturas subaquáticas no Japão para abrigar comunidades em risco. Cidades inteligentes, guiadas por IA, otimizarão recursos e reduzirão impactos ambientais.

A medicina personalizada será a norma. Terapias gênicas, edição genética e impressão 3D de órgãos transformarão o tratamento de doenças. Hospitais como o Karolinska, na Suécia, já realizam intervenções genéticas preventivas em fetos, prometendo erradicar doenças hereditárias e expandir a longevidade com qualidade.

No campo social, a Geração Beta viverá em um mundo hiper conectado. Redes baseadas em hologramas e ambientes virtuais criarão novas formas de interação, mas também trarão desafios emocionais e éticos. Psicólogos alertam para a importância de equilibrar experiências digitais com conexões humanas genuínas.

O maior desafio da Geração Beta será equilibrar avanços tecnológicos com sabedoria ética e responsabilidade ambiental. Embora a tecnologia amplie as possibilidades humanas, preservar valores como empatia, autenticidade e criatividade será essencial para que não percamos nossa humanidade essencial.

O sucesso da Geração Beta depende das escolhas que fazemos agora. Investimentos em educação, sustentabilidade, saúde e infraestrutura tecnológica são fundamentais. Somos os arquitetos das condições que permitirão a essa geração prosperar e não será apenas testemunha do século XXII, mas sua protagonista. Cabe a nós preparar o terreno para que eles possam equilibrar o progresso tecnológico com um futuro mais ético e sustentável. Afinal, o que fazemos hoje moldará o mundo que eles irão herdar.

Este é um tema que devemos entender e compreender nos preparando com o futuro dos nossos filhos e netos. Particularmente, venho tentando fazer minha parte, pois minha neta Helena chega em 2025 e como Vovô atento, preciso estar conectado para saber lidar com este novo momento.

*Oscar Soares Martins – consultor especialista em cybersegurança e em Inteligência Artificial – IA

 

 

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