Frederico Campos e a marca da honestidade
Engenheiro civil nascido em Cuiabá no dia 11 de abril de 1927, Frederico Carlos Soares de Campos é caso raro de político incorruptível. Foi nomeado prefeito de Cuiabá e posteriormente eleito para o mesmo cargo. Governador biônico (março de 1979 a março de 83) e em tese sem obrigação de se submeter à Assembléia Legislativa e ao Tribunal de Contas do Estado, mesmo assim Frederico Campos se pautou pela honestidade. Deixou o governo com as mãos limpas e preferia estornar ao governo federal recursos que não tinham aplicação plenamente justificada por planos administrativos, para não permitir que escorressem pelo ralo da corrupção arraigada que infesta o poder.
Para chegar ao poder em Mato Grosso, no período em que não havia eleição direta para governador, Frederico Campos recebeu uma ajuda de ordem familiar que à época pesava muito. Seu tio, general de exército comandante do II Exército, Dilermando Gomes Monteiro, sugeriu e avalizou sua escolha aos generais Ernesto Geisel, que deixava a Presidência, e João Figueiredo, que a assumiria. Numa entrevista a mim concedida, orgulhoso no bom sentido, o agradecido sobrinho revelou que sobre ele, aos dois generais, o parente poderoso disse, “por esse rapaz ponho a mão no fogo”.
Sem patrimônio, Frederico Campos reside em casa alugada em Cuiabá. Não fez mais que a obrigação. Simplesmente fez aquilo que a maioria não faz.
Da Redação
FOTO: Christiano Antonucci – Governo de Mato Grosso em 11 de janeiro de 2019
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