Boa Midia

(Fr) – Polo agroindustrial na Fronteira

 

Mirassol

Mirassol D’Oeste é um dos marcos da conquista da região Oeste pelos civis que consolidaram a Fronteira do Brasil com a Bolívia através da agropecuária. A ocupação da área que mais tarde seria o município foi planejada por Antonio Lopes Molon, um paulista que conseguiu junto ao Departamento de Terras, uma gleba para colonização, distante 85 quilômetros de Cáceres, num triângulo à esquerda do rio Cabaçal e à direita do rio Jauru. Com o crescimento do agronegócio mato-grossense a cidade se transformou em polo agroindustrial

 

Molon chegou à região em 1958, mas somente três anos depois conseguiu viabilizar o projeto de colonização, graças a construção da ponte Marechal Rondon, com 300 metros, sobre o rio Paraguai, na BR-070/174, em Cáceres.
A ponte permitiu que a margem direita do Paraguai fosse colonizada e que surgissem as cidades de Mirassol, São José dos Quatro Marcos, Araputanga, Reserva do Cabaçal, Rio Branco, Jauru, Salto do Céu, Lambari D’Oeste, Indiavaí, Figueirópolis D’Oeste, Glória D’Oeste, Pontes e Lacerda, Curvelândia, Nova Lacerda, Comodoro, Vale de São Domingos e outras..

O colonizador ampliou seu projeto e instalou em Cuiabá escritório de venda de áreas em Mirassol. Para atender aos pioneiros, Molon criou uma vila, que por escolha dos primeiros moradores recebeu o nome de Mirassol D’Oeste, em homenagem à cidade paulista de Mirassol, de onde muitos deles provinham.

A vila foi fundada em 28 de outubro de 1964. E a população local comemora o aniversário da cidade em 28 de outubro, embora não seja a data da emancipação política. Até os anos 1970, Mirassol tinha na cafeicultura e na pecuária os pilares de sua economia. A pecuária continua forte e ganhou como parceiro o comércio varejista e atacadista que atende inclusive cidades da região.

Em 1976, quando se emancipou, Mirassol não elegeu prefeito e vice. À época, as capitais, municípios estratégicos e de faixa de fronteira eram classificados como de segurança nacional, e somente escolhiam vereadores, cabendo ao governador nomear o prefeito. Em caráter interino, em 1º de fevereiro de 1977, assumiu a prefeitura o vereador e presidente da Câmara, Ataíde Pereira Leite, que administrou até o dia 12 daquele mês, quando então o governador Frederico Campos nomeou o prefeito Samuel Greve.

A tradição cultural de Mirassol é marcada pelas comemorações do aniversário de fundação. Mas, o grande evento popular é a Festa do Peão, que acontece em setembro, sempre na Semana da Pátria. O rodeio local tem provas infantis com montarias em carneiros, integra o circuito nacional e é apontado como um dos mais vibrantes e disputados do Brasil.

Destilaria Novo Milênio II

Mirassol se transformou em importante da agroindústria mato-grossense.

O grupo Minerva Foods opera uma planta frigorífica no município, com capacidade diária de abate e desossa de 900 bovinos, gera cerca de 900 empregos e desova sua produção mundo afora.

A Destilaria Novo Milênio II, instalada em Mirassol, gera 750 empregos e na safra em curso neste ano de 2020 deverá moer 952 mil toneladas de cana, o que resultará em 208 milhões de litros de etanol para a frota brasileira.

INSTITUCIONAL Mirassol tem 1.080,144 km² e 27.941 habitantes. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,704 numa escala de zero a um e a renda per capita é R$ 24.937,59. O municiípio é sede de comarca, a cidade é parcialmente pavimentada e dista 290 quilômetros de Cuiabá via Cáceres. O mosaico fundiário rural é bem definido. Sua emancipação de Cáceres aconteceu em 14 de maio de 1976 por uma lei do deputado Airton Reis sancionada pelo governador Garcia Neto.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS: blogdoeduardogomes

 

 

A um passo da Bolívia e Rondônia

 

 

Comodoro dividida ao meio pela BR-174

Comodoro é município singular em Mato Grosso. Faz fronteira com a Bolívia e divisa com Rondônia. Além de sua localização geográfica, também chama a atenção sua extensão territorial de 21.518,254 km².

 

Na década de 1960, com a abertura da BR-29 (posteriormente BR-364) ligando Cuiabá a Porto Velho (RO), a região de Comodoro ganhou duas vilas: Nova Alvorada e Novo Oeste. Em 1977, a primeira delas foi elevada a distrito de Vila Bela da Santíssima Trindade; posteriormente, por injunções políticas, Novo Oeste assumiu essa condição e Nova Alvorada foi rebaixada a vila. Nova Alvorada surgiu nas barrancas do rio Margarida e afastada da rodovia. E Novo Oeste, cortada pela BR-364, entre Campos de Júlio e o ponto onde hoje a BR-364 se funde com a BR-174, acima de Comodoro em direção a Rondônia. Nenhuma delas prosperou. Porém, naquela área surgiu Comodoro, que se tornou polo de uma vasta região na Faixa de Fronteira e no Chapadão do Parecis.

Em 1979, o capixaba de Colatina, Adilson Oseas Piovezan, comprou uma fazenda no Vale do Rio Guaporé, município de Vila Bela da Santíssima Trindade, nas imediações da vila Nova Alvorada. Quatro anos depois, decidiu lotear uma área para a implantação de uma cidade. Assim, nascia Comodoro.

Praça dos Pioneiros

Em novembro de 1982, Piovezan abriu a primeira via de Comodoro: a Avenida Confap (que recebeu esse nome em homenagem à fazenda Confap, à época o referencial da agropecuária na região. Quem executou o planejamento urbano da cidade foi Luiz Grandi, funcionário do colonizador. Grandi, não tinha formação acadêmica, mas “sabia tudo de tudo”, o elogiou certa vez o fundador da cidade, numa entrevista que me concedeu.

O núcleo urbano de Comodoro foi criado numa área de 126 alqueires da medida paulista (de 2,42 hectares) e subdividida em 3.306 lotes. Piovezan certa vez destacou que contou com colaboração da família, através de seus irmãos José Hilário, Nilson Paulo e Euzébio Jonas Piovezan, para levar adiante o projeto.

Piovezan disse que escolheu o nome da cidade numa relação onde figuravam também sugestões iguais a Monza e Córdoba, por duas razões: gostou de Comodoro e levou em conta que a palavra é formada por quatro consoantes e igual número de vogais, com o detalhe da letra “o” ser a única vogal.

O colonizador desmentiu uma versão existente sobre a escolha da denominação, segundo a qual, o Posto (de combustíveis) Comodoro à margem da BR-174 (rodovia que após Comodoro tem trecho remontado com a BR-364 até Vilhena (RO) o teria inspirado na escolha do nome. “O posto veio depois, numa área de um alqueire que cedi para sua instalação”, argumentou.

O principal evento popular de Comodoro é a exposição agropecuária – em data móvel –, com cavalgada, leilões e exposições de animais, rodeios e shows artísticos. No aniversário do município, em 13 de maio, são realizadas solenidades cívicas e eventos populares.

Município novo e em fase de expansão, recebendo moradores oriundos de todos os cantos do Brasil, Comodoro ainda não tem tradições culturais. Porém, sua exposição agropecuária reflete a importância de seu rebanho no contexto econômico de Mato Grosso e, revela a cada ano, a verdadeira identidade de parcela de sua população que faz da pecuária mais que uma atividade: um modo de vida.

A cidade é levemente ondulada, tem modernas construções, amplas avenidas e seu clima é ameno.. A base econômica é o agronegócio, representado pelo rebanho bovino e o cultivo de soja e suas lavouras de rotação de cultura. Comodoro lidera a produção de mel em Mato Grosso.

INSTITUCIONAL – Sede de comarca na fronteira com a Bolívia e divisa com Rondônia, o município tem 21.008 habitantes. Sua emancipação de Vila Bela da Santíssima Trindade aconteceu em 13 de maio de 1986 por uma lei do deputado Chico Monteiro sancionada pelo governador Júlio Campos. Sua renda per capita é de R$ 28.139,25 e com IDH 0,689 numa escala de zero a um.  A cidade dista 630 quilômetros de Cuiabá pela BR-174 e fica num ponto praticamente equistante entre as capitais de Mato Grosso e Rondônia.

Da extensa área do município,  62% são terras indígenas habitadas pela etnia Nambikwara. Na Bacia Amazônica, em Comodoro nascem afluentes do rio Guaporé e tem abundância de rios e igarapés, como o Margarida e o Piolho.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Câmara Municipal

2 – Prefeitura

 

Água Suja agora é Indiavaí

 

Indiavaí

A vila de Água Suja, que mais tarde seria a cidade de Indiavaí foi fundada em 15 de fevereiro de 1962, pelo paulista de Jales, Antenor Modesto, que há mais de um ano residia numa fazenda que comprara na região. As ruas foram traçadas pelo engenheiro Selacier das Virgens. A primeira do lugar foi Água Suja, em alusão ao córrego com idêntico nome que corta o perímetro urbano.

 

A vila continuou com o nome de Água Suja até 1966, quando então foi rebatizada por Nova
Esperança. Quatro anos depois, ganhou a denominação atual de Indiavaí. Certa feita, Antenor
explicou que na fase de implantação do núcleo urbano, em suas imediações, próximo a barra do
Água Sujas no rio Jauru, foram encontradas urnas funerárias de índios, bem como machados e
cerâmica desse povo primitivo que habitava a região. Esses achados motivaram o colonizador a
prestar uma homenagem aos primeiros moradores de Água Suja. Daí, surgiu a idéia de um nome
indígena para a vila.

Um peão teria encontrado uma urna funerária com os restos mortais de uma índia e esse
fato teria inspirado um viajante que cruzava a área urbana de Água Suja na rodovia que liga Cáceres
a Jauru, a ponto do mesmo sugerir a Antenor que denominasse o povoado de Indiavaí, que segundo
ele, seria uma palavra indígena cujo significado é índia feia.

Indiavaí é um município pequeno com economia assentada na agricultura familiar e na
pecuária, com destaque para a produção de leite e eu mosaico fundiário é bem definido. A cidade tem um grande ginásio de esportes coberto, onde são realizados bailes que contam inclusive com a participação de jovens do vizinho município de Figueirópolis D’Oeste. Porém, a grande atração popular é a Festa do Peão, evento promovido anualmente, em julho.

A rodovia MT-248 da malha rodoviária que liga Jauru a Cuiabá cruza a área urbana de Indiavaí e a divide ao meio. A cidade é plana, parcialmente pavimentada e não tem rede de esgoto.

INSTITUCIONAL – Indiavaí se emancipou de Araputanga em 13 de maio de 1986 por uma lei das bancadas do PDS e PMDB sancionada pelo governador Júlio Campos.

O município tem 592,641 km² e 2.779 habitantes. A renda per capita é R$ 21,553,71 e o IDH é 0,661 numa escala de zero a um.

A sede da comarca é Araputanga. A distância da cidade a Cuiabá é de 370 quilômetros via Araputanga, São José Dos Quatro Marcos, Mirassol D’Oeste e Cáceres.

 

Redação: blogdoeduardogomes

FOTO: Prefeitura de Indiavaí

 

 

Nome do município reverencia seu colonizador

 

 

Município com 888,106 km² e 3.452 habitantes na Faixa de Fronteira, Figueirópolis D’Oeste tem  economia calcada na pecuária, que sempre foi sua principal atividade econômica em sua curta existência, que começou em meados dos anos 1960, quando o pecuarista paulista de Marilía, José Joaquim de Azevedo Figueiredo, comprou uma área onde formou a fazenda Figueira Branca,  na calha do rio Jauru, da Bacia do Paraguai, no município de Cáceres e à margem da estrada que liga Cáceres a Jauru.

 

Seo Figueiredo percebeu que melhor do que a pecuária seria o loteamento de parte de sua fazenda, para a criação de uma vila, que mais dia menos dia poderia se transformar em cidade, o que aconteceu em 13 de maio de 1986, quando o governador Jùlio Campos sancionou uma lei da Mesa Diretora da Assembleia criando o município de Figueirópolis D”Oeste desmembrado de Cáceres e Jauru. Mas, pra chegar a essa conquista, primeiro  a vila foi elevada a distrito de Cáceres, com o nome de Figueirópolis – isso em 26 de junho de 1978, por uma lei sancionada pelo governador Garcia Neto.

O colonizador Figueiredo

Principal liderança local, seo Figueiredo escolheu a variação de seu nome, pra batizar a vila: Figueirópolis. Essa denominação foi alterada com a emancipação, para Figueirópolis D’Oeste, por conta da existência da cidade de Figueirópolis, em Tocantins.

Claro que seo Figueiredo nunca admitiu a razão para a escolha do nome preferindo sempre sustentar que o mesmo deriva da denominação de sua fazenda, a Figueira Branca.

O tempo em Figueirópolis parece não ter pressa. O estilo interiorano, sem violência urbana, com moradores sentando em cadeiras nas portas nos finais de tarde e todos se conhecendo, dá à população uma extraordinária qualidade de vida para os dias atuais.

O que movimenta a cidade é a Festa do Peão, todos os anos promovida em julho. Além desse evento, a igreja católica tem um extenso calendário de festas que misturam religiosidade e quermesses. A juventude local participa de grandes bailes promovidos no ginásio de esportes da vizinha cidade de Indiavaí, distante 19 quilômetros por rodovia pavimentada.

Em reconhecimento ao papel do colonizador José Joaquim de Azevedo Figueiredo, a população o elegeu por duas vezes prefeito do município. Ele venceu a primeira eleição municipal, em 1986, e repetiu o feito em 1992.

Figueirópolis D’Oeste pertence a comarca de Jauru, município vizinho e ao qual pertenceu parte de seu território. Seu IDH é 0,679 numa escala de zero a um e a renda per capita é R$ 16,898,32. A distância da cidade a Cuiabá é de 380 quiômetros por rodovia pavimentada via Araputanga,  São José dos Quatro Marcos, Mirassol D’Oeste e Cáceres.

A cidade é parcialmente pavimentada e não tem tratamento de esgoto. O município tem boa regularização fundiária na zona rural.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – blogdoeduardogomes

2 – Prefeitura de Figueirópolis D’Oeste

 

 

Cana transformou Lambari D’Oeste

 

Lambari em dia de festa

Lambari D’Oeste integra o núcleo de cidades surgidas na faixa de fronteira, com os fluxos de colonos que para lá se transferiram, sobretudo nos anos 1970.

 

A vila situada à margem da MT-170, e que se transformou na cidade começou na década de 1960, a exemplo de seus vizinhos Rio Branco, Salto do Céu e Panorama. Mineiros, capixabas, goianos, paulistas e nordestinos compunham as primeiras levas de novos habitantes daquela região e, em sua maioria, eram colonos ou criadores de gado.

O nome Lambari D’Oeste surgiu de maneira natural, quando no começo dos anos 1960, época em que a Gleba Cerejeira – a primeira denominação do lugar – recebia seus pioneiros. Um desses pioneiros, Luiz Vitorazzi, ao se deparar com grandes cardumes de lambaris num córrego que banha a área e, ainda sem denominação, não titubeou: o batizou por ribeirão Lambari. Daí o nome. Quem se referia àquele núcleo urbano dizia: “Lá no Lambari”.

Cana impulsiona Lambari

O solo fértil foi decisivo para a consolidação da vila que atendia os moradores na zona rural daquela região, que não tinha energia elétrica, acesso rodoviário pavimentado, nem hospital.

Com a massificação do álcool como combustível para veículos automotores, várias destilarias foram instaladas em Mato Grosso, nas décadas de 1970 e 1980. Lambari foi incluído ao rol dos municípios que sediam essas grandes unidades agroindustriais e, em seu território, foi montada a Destilaria Cooperb, rebatizada Novo Milênio I e, hoje, o principal sustentáculo da economia, além de gerar 800 empregos para a população de 6.186 habitantes do município, que tem 1.765,077 km² e seu IDH é 0,627 numa escala de zero a um e renda per capita de R$ 37.265,80.

A lavoura canavieira e sua agroindustrialização mudaram o perfil econômico do município, que embora não tenha perdido força enquanto centro pecuário, se transformou em polo de produção de etanol lançando anualmente no mercado 87 milhões de litros desse combustível limpo. Essa produção exige a moagem de 1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.

Lambari não tem atividades culturais expressivas, porém, celebra festas religiosas para seu padroeiro católico, São José Operário, e promove anualmente a Festa do Peão. Parte da cidade é pavimentada, todos os municípios recebem água tratada e o padrão residencial é bom.

INSTITUCIONAL – Lambari é a forma reduzida como é chamado o município, cujo nome é Lambari D’Oeste, e que lhe foi dado quando de sua emancipação de Cáceres e Rio Branco, em 20 de dezembro de 1991, por uma lei do deputado José Lacerda sancionada pelo governador Jayme Campos.

O município pertence à comarca de Rio Branco e dista 320 quilômetros de Cuiabá por rodovia pavimentada.

Terra de oportunidades

 

Dandan, de canavieiro a prefeito

Josivan Madeiros era um jovem trabalhador e sonhador. Filho de pais nordestinos residentes em Mato Grosso do Sul, onde nasceu em Glória de Dourados, um dia pegou a estrada e se mandou para Lambari. Durante nove anos enfrentou o batente de sol a sol cortando cana. Vida dura, porém de muito aprendizado.

Comunicativo e interessado no desenvolvimento de Lambari ele deixou os canaviais e subiu em um palanque em busca de votos para vereador. Além da coragem e da vontade de servir, levou consigo o apelido Dandan. Venceu, mas foi o último colocado entre os eleitos. A reeleição foi mais fácil: conquistou a maior votação para o cargo.

Chegou à presidência da Câmara.

Em 2016 Lambari elegeu o prefeito Edvaldo Alves (PSB) e seu vice Zaqueu Batista (PL). Essa chapa foi cassada pelo TRE. no final de 2019, por crime de abuso de poder econômico. Presidente da Câmara, Dandan assumiu a prefeitura. A Justiça Eleitoral marcou para 26 de abril a eleição suplementar para prefeito e vice em Lambari, pra que a mesma coincidisse com outra, essa pra preenchimento de uma vaga no Senado, aberta com a cassação da senadora Selma Arruda e ora bionicamente ocupada por Carlos Fávaro (PSD), que foi derrotado ao cargo em 2018 – esse pleito não aconteceu em razão da pandemia do coronavírus;

Dandan (PL) é prefeito constitucional do município onde cortou cana. Para ele não se trata de mera coincidência. Lambari é terra de oportunidade pra quem trabalha e acredita.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1  – Prefeitura de Lambari D’Oeste

2 –  ocanavieiro.com.br

3 – blogdoeduardogomes

 

 

A cidade e o Salto que lhe empresta o nome

 

O centro da cidade e…

 

… Ao seu lado o rio que lhe dá vida

 

Salto do Céu é o típico município que quando cai, cai pra cima.

No final dos anos 1980 e na década seguinte, pequenos pecuaristas se mudaram para Rondônia em busca de terras mais baratas, que lhes permitissem aumentar suas áreas. Nesse mesmo período jovens do lugar foram para os Estado Unidos, fazer a América; depois, pressionados naquele país, descobriram outro filão: a Espanha. Ao contrário de prejuízo com a ida de famílias para o vizinho Estado ao Norte e de parcela da juventude para o exterior, o município lucrou. Seu mosaico fundiário ganhou consistência com propriedades maiores, adquiridas por vizinhos dos que deixaram Salto do Céu; e a cidade recebeu investimentos imobiliários com a dinheirama em dólares e Euro que a rapaziada mandava para familiares investirem na construção civil.

 

Com 3.295 habitantes e 1.754,501 km² na comarca de Rio Branco, na faixa de fronteira, Salto do Céu tem renda per capita de R$ 16.987,73 e ÍDH de 0,666 numa escala de zero a um.

A área urbana é quase toda pavimentada, e o município distribui água em todos os domicílios e na área comercial.

Ao seu lado a beleza que lhe empresta o nome, o Salto do Céu, no rio Branco. Além dele, o Salto das Nuvens, no mesmo rio, também enche os olhos de quem o vê.

O amanhã de Salto do Céu

A cidade situa-se a 300 metros acima do nível do mar à margem direita do rio Branco da Bacia do Paraguai. Antes da emancipação política, Salto do Céu integrava um grupo de vilas no município de Cáceres que eram chamadas de Glebas e, dentre elas, Rio Branco, Mirassol D’Oeste, São José dos Quatro Marcos, Jauru, Araputanga, Lambari D’Oeste e Reserva do Cabaçal.

O município faz limites com Barra do Bugres, Tangará da Serra, Reserva do Cabaçal, Rio Branco e Lambari D’Oeste.

Sua economia é calcada no agronegócio, sobretudo na pecuária leiteira.

A topografia levemente ondulada impede a agricultura mecanizada em quase todo o o município, mas é verdadeiro manjar para a pecuária bovina.

Distante 350 quilômetros de Cuiabá, Salto do Céu tem acesso pavimentado via Rio Branco, Lambari D’Oeste, Curvelândia e Cáceres.

MEMÓRIA – Salto do Céu foi o nome dado a uma cachoeira do rio Branco, em 1953, por João Augusto Capilé Filho, o Sinjão, presidente da Comissão de Planejamento para a Produção (CPP), órgão do governo estadual, à época encarregado de colonizar a Gleba Rio Branco, de 200 mil hectares, na região de Cáceres.

Capilé navegava de canoa o rio Branco, na região onde mais tarde surgiriam as cidades de Rio Branco e Salto do Céu, procurando áreas para a CPP assentar colonos de Dourados (hoje pertencente a Mato Grosso do Sul), município do qual fora prefeito, quando avistou uma imponente queda d’água, à qual chamou de Salto do Céu. Mais tarde, a CPP foi extinta.

O prefeito Wemerson

INSTITUCIONAL – Transcorridos 11 anos da passagem de Capilé pelo lugar, surgiu a vila de Salto do Céu, assim chamada, por se situar à margem direita do salto que lhe emprestou o nome. A fertilidade do solo atraiu agropecuaristas de todos os cantos do Brasil para a região. Porém, as maiores levas ficaram por contas de mineiros e capixabas do Vale do Rio Doce, que para lá se transferiram no começo da década de 1970.

Distrito de Cáceres, Salto do Céu se emancipou em em 13 de dezembro de 1979 por uma lei do deputado Aldo Ribeiro Borges sancionada pelo governador Frederico Campos.

Da emancipação até a eleição do primeiro prefeito, Ataídes Barbosa da Silva, em 1982, Salto do Céu teve dois administradores nomeados pelo governador Frederico Campos: Benildo Justino dos Santos e Célio Antônio da Silva. O prefeito é Wemerson Adão Prata, reeleito.

Redação blogdoeduardogomes

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1, 2 e 3 – Prefeitura de Salto do Céu

4 – Arquivo blogdoeduardogomes

Da luta pela terra nasce Conquista D’Oeste

 

A vila que mais tarde se transformaria na cidade de Conquista D’Oeste começou a se formar em 1988 e teve seu perímetro urbano demarcado pela prefeitura de Pontes e
Lacerda, município ao qual pertencia. Ela surgiu nas margens da rodovia BR-174, distante 100 quilômetros de
Pontes e Lacerda no sentido de Rondônia, numa área remanescente da fazenda Galera, que anteriormente havia sido invadida por centenas de famílias, o que resultou no assentamento Nova Conquista por parte do Incra.

Da variação do nome Nova Conquista, dado pelos posseiros ao assentamento, surgiu a denominação da vila: Conquista D’Oeste. “Conquista”, pela vitória na luta pela terra e, “D’Oeste”, por sua localização geográfica e também para diferenciá-la da cidade de Conquista, em Minas Gerais.

 

A cidade e a BR-174

Os primeiros moradores da vila foram Délio Estevão de Freitas, goiano; Francisco Sardinha, paranaense; e Froilaz da Silva Murtinho, de Mato Grosso do Sul. As origens dos pioneiros evidenciam o aspecto de Conquista D’Oeste, município constituído por brasileiros de todos os cantos em busca de um pedaço de terra para plantar, produzir e viver em paz.

A energia da cidade é gerada pela Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Camamu, da fazenda Kanachuê, no rio Seixas e que gera 0,5 MW. Não há captação esgoto e as ruas são parcialmente pavimentadas. Na sede do município, a Escola Estadual de Educação Básica Conquista D’Oeste é a referência da Educação.

As comunidades de Vale do Sol, Kanachuê, Sapé, Santa Luzia reforçam o modelo do mosaico fundiário local, basicamente de pequenas propriedades, mas mesmo assim com grandes fazendas de pecuaristas.

Conquista tem 2.684,256 km² e 4.101 habitantes. Sua renda per capita é R$ 22.868,99 e o IDH 0,718 numa escala de zero a um. A base econômica é a agropecuária. cidade dista 530 quilômetros de Cuiabá via Pontes e Lacerda e Cáceres.

O Território Indígena Sararé, da etnia Nambikwára, com 68.076,60 hectares (ha) tem sua maior área em Conquista D’Oeste: 55.427,91 ha e se estende a Nova Lacerda (3.764,43 ha) e Vila Bela da Santíssima Trindade (8.884,26 ha). Com o subsolo e o leito de rios ricos em ouro, Sararé é permanente alvo da Polícia Federal para retirada de garimpeiros que ali extraem o metal. Em alguns casos a extração seria consentida por lideranças indígenas, que teriam participação na venda e, em outros, clandestinamente, mas os indígenas fazem severa vigilância, o que praticamente elimina tal possibilidade.

INSTITUCIONAL – Conquista pertence à comarca de Pontes e Lacerda se emancipou daquele município em 28 de dezembro de 1999 por uma lei do deputado José Riva sancionada pelo governador Dante de Oliveira. Pertence à comarca de Pontes e Lacerda. uma lei do deputado José Riva sancionada pelo

Prefeita presta juramento na posse

POLITICA – A prefeita Maria Lúcia de Oliveira Porto (PSB) conquistou – sem trocadilho – a prefeitura em eleição suplementar realizada em 12 de março de 2017.

Maria Lúcia se elegeu com 1.110 votos tendo em sua chapa o vice Daniel de Menezes Alvares. José Carlos de Oliveira (PMDB) cravou 1.019  votos.

A eleição de outubro de 2016 foi anulada, o que motivou a disputa suplementar. Duas das três chapas concorrentes foram impugnadas. Os candidatos Walmir Guse (PSDB) e Fábio Herbert (PPS) tiveram seus registrados cassado, e o outro concorrente, José Carlos de Oliveira (MDB), não alcançou o mínimo necessário de 50% mais um, pra vencer o pleito.

Em 2016 Maria Lúcias foi candidata a vice de Walmir Guse.

Isso aconteceu pela morosidade da Justiça Eleitoral em julgar, e por falta de segurança jurídica eleitoral por parte do Estado Brasileiro, que gasta uma fábula com o Tribunal Superior Eleitoral e, esse, por sua vez, não consegue se modernizar para solucionar os impasses com a urgência que o calendário eleitoral requer.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 e 2 – blogdoeduardogomes

3 – Câmara Municipal de Conquista D’Oeste

 

  Político defende invasores e ganha nome de cidade

 

Nova Lacerda e Campos de Júlio são dois municípios vizinhos e têm em comum o fato de seus nomes derivarem de políticos de Mato Grosso. A primeira homenageia o ex-vice governador Márcio Lacerda (1995/98) e, a outra, é uma inversão do nome do ex-governador Júlio Campos (1983/86).

 

A área onde mais tarde surgiria Nova Lacerda era um dos muitos focos de tensão social na luta pela posse da terra no Vale do Rio Guaporé nos anos 1980. O paraguaio Rafael Villalva, conhecido por Taim, liderava invasões de fazendas na região e dependia de apoio político para consolidar a posse das áreas por seus seguidores. Taim conhecia Márcio Lacerda, de Cáceres, onde havia residido por algum tempo e, o procurou em 1984, em busca de proteção.

Surgiu uma aliança entre o político e o grileiro. E Taim prometeu a Márcio Lacerda, então deputado federal, que se ele resolvesse a questão agrária na região, seria homenageado com o nome de uma vila que seguramente surgiria para suporte aos novos donos da terra.

Márcio Lacerda era aliado político do governador Carlos Bezerra e tinha trânsito em Brasília, onde seu partido, o PMDB estava a um passo do poder com José Sarney na Presidência da República. Não foi difícil atender ao paraguaio. O Incra definiu a situação fundiária e, em 1985, começaram a aparecer os primeiros barracos de madeira de Nova Lacerda, nas margens da BR-174 que liga Cuiabá a Rondônia.

Taim cumpriu o prometido e deu o nome de Nova Lacerda à vila. Ele queria denominá-lá de Lacerda, mas não o fez pela existência de Pontes e Lacerda na região, cidade que é chamada de Lacerda por seus moradores.

A principal atividade econômica é a pecuária e o município tem vasta área sem regularização fundiária.

Em 1995, Márcio Lacerda era vice-governador e, seu irmão, José Lacerda, deputado estadual. E foi exatamente José, mano  de Márcio, o autor da lei sancionada pelo governador Dante de Oliveira, em 26 de dezembro de 1995, que criou o município.

Nova Lacerda ainda não criou estruturalcultural, por se tratar de cidade nova e cuja população ainda está em fase de formação. Muitos de seus novos moradores acabam não fixando residência e se mudam para Rondônia. O evento que movimenta a população e atrai pessoas que residem tanto na zona urbana quanto rural é a Festa do Peão, que anualmente é promovida por companhias de rodeios ou empresários do setor.

O município foi desmembrado de Comodoro e Vila Bela da Santíssima Trindade. Tem 4.793,173 km², 6.751 habitantes, o IDH é 0,636 numa escala de zero a um, e a renda per capita R$ 28.157,26. A Rodovia BR-174 cruza a área urbana, e por ela, a distância a Cuiabá é de 540 quilômetros via Pontes e Lacerda e Cáceres.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: blogdoeduardogomes

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