ALERTA: Febre hemorrágica mata na Bolívia ao lado de Mato Grosso

Cinco municípios mato-grossenses que fazem fronteira com a Bolívia estariam, em tese, na área de risco para a febre hemorrágica que atinge aquele país e já causou mortes. O Ministério da Saúde acompanha a situação boliviana, mas ainda não adotou medidas preventivas. A Secretaria de Saúde de Mato Grosso e as secretarias de Saúde de Poconé, Cáceres, Porto Esperidião, Vila Bela da Santíssima Trindade e Comodoro – a área fronteiriça – também não adotaram providências.
O governo da Bolívia está advertindo a população sobre o surto de febre hemorrágica no país, após a ocorrência de duas mortes em consequência da doença.
A febre hemorrágica é transmitida pelas fezes e urina de ratos que podem portar o vírus que causa a infecção. Também é transmitida entre os seres humanos pelo sangue e outros meios. A taxa de mortalidade em consequência da doença é de cerca de 30%.
Funcionários do Ministério da Saúde da Bolívia disseram que um agricultor infectado morreu em abril em uma cidade localizada a cerca de 160 quilômetros ao norte da capital La Paz. Uma médica que o tratou também morreu em junho.
Os funcionários disseram ainda que mais dois médicos que tiveram contato com a médica também contraíram a doença e estão inconscientes.

Um grande número de ratos foi encontrado em áreas em volta da fazenda da primeira vítima. Ao mesmo tempo, membros de sua família apresentaram sintomas da doença.
O cenário na Bolívia ainda é turvo para as autoridades de Saúde brasileiras. O país tem 3.400 quilômetros de fronteiras com Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Com Mato Grosso a fronteira tem 833 quilômetros, com 730 por marcos em solo firme.
A população dos cinco municípios na fronteira é de 175 mil habitantes, assim distribuídos: Cáceres, 93.882, Poconé (32.768), Comodoro (20.513). Vila Bela da Santíssima Trindade (15.983) e Porto Esperidião (11.935). É intenso o vaivém de moradores nos dois países.
Em Mato Grosso são comuns os casos de brasileiros casados com bolivianas e vice-versa, que formam as chamadas famílias bolivieira (boliviano com brasileira) e brasiliana (brasileiro com boliviana). O Hospital Regional de Cáceres atende bolivianos e não há controle sobre o fluxo do turismo formiguinha internacional na região. A área tem baixa densidade demográfica e boa parte da população reside na zona rural, o que a deixa mais exposta ao risco de contato com ratos.
Redação blogdoeduardogomes com Agência Brasil
FOTOS: blogdoeduardogomes em arquivo
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