Boa Midia

Fávaro imita Gastão Müller e jura falso para assumir Senado

O ato da posse
“Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do País. Desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador que o povo me conferiu”.
Com esse juramento regimental, que não se aplica a ele, Carlos Fávaro (PSD) tomou posse no Senado nesta sexta-feira, 17.  Com esse ato Mato Grosso quebrou pela segunda vez o rito que reveste eleito em titular de mandato. A primeira vez aconteceu em 1979, com Gastão Müller (Arena), que também chegou ao cargo por linhas travessas. Gastão e Fávaro prestaram juramento falso.

Fávaro chegou ao cargo por uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que mandou o Senado empossá-lo até a realização da eleição suplementar – sem data definida por conta do novo coronavírus – e a proclamação do resultado para o preenchimento do cargo vago com a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos) pelo Tribunal Superior Eleitoral, por crimes de abuso de poder econômico e caixa 2, que também alcançaram seus suplentes Beto Possamia e Clerie Fabiana (ambos do PSL).

Fávaro é presidente regional do PSD; foi derrotado ao Senado em 2018, quando estavam em disputa duas cadeiras. À frente de uma chapa que se completava com Geraldo Macedo (PSD) e José Lacerda (MDB), recebeu 434.972 votos ficando em terceiro lugar. Selma Arruda (pelo PSL e mais tarde em outro partido) recebeu 678.542 votos. Em segundo lugar ficou Jayme Campos (DEM) com seus suplentes Fábio Garcia (DEM) e Cândida Teles (MDB),com 490.699 votos.

Candidato a senador na eleição suplementar, Fávaro é cabeça de uma chapa que se completa com a empresária Margareth Buzetti (PTB) e o vereador por Rondonópolis, Hélio Pichioni (PSD).

FÁVARO – O paranaense Carlos Henrique Baqueta Fávaro é produtor rural em Lucas do Rio Verde. Antes de se envereadar pela política partidária presidiu a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja). Em 2014 um grupo de barões do agronegócio liderado por Eraí Maggi Scheffer o lançou candidato a vice-governador pelo PP na chapa encabeçada pelo senador pedetista Pedro Taques. No poder, Taques e Fávaro se desentenderam, mesmo com ele sendo prestigiado e tendo ocupado o cargo de secretário de Meio Ambiente.

Em 2018 Taques tentou a reeleição e Fávaro disputou o Senado em palanques diferentes. No começo do ano, temendo que o governador viajasse ao exterior sem seu conhecimento, Fávaro renunciou ao cargo, pois se Taques assim o fizesse automaticamente ele seria governador e, consequentemente inelegível.

 

BIÔNICOS – Gastão foi escolhido pelo Colégio Eleitoral em 1978 e empossado em 1979 como representante da bionicidade militar, que indicou um senador por Estado, para assegurar a maioria governista em plenário. Fávaro é biônico judicial. Coisas da democracia brasileira.

Em 1978 Mato Grosso escolheu três senadores, porque um ano antes, com a divisão territorial que criou Mato Gross do Sul, os senadores mato-grossenses optaram por aquele Estado. Um, Gastão, foi biônico, com mandato de oito anos; os outros dois, Canellas e Vuolo, eleitos, cumpriram mandatos com tempo diferenciado – Canellas, o mais votado, por oito anos; Vuolo, com menor votação, por quatro anos, pra permitir a tradição da renovação alternada de um e dois terços a cada quatro anos.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Agência Senado em 17 de abril de 2020

 

 

 

 

4 Comentários
  1. Júlio Campos Diz

    Calma ai: o então Deputado federal e Professor Gastão Muller foi eleito Senador da República em Setembro de 1978 pelo Colégio Eleitoral composta pela Assembleia Legislativa e representantes das Câmaras Municipais de MT, conforme previa a Constituição Federal vigente na época no Brasil nos tempos do Regime Militar. E agora o Senador Carlos Favàro assume a cadeira no Senado em substituição Provisória na vaga aberta pela cassação do mandato da Senadora Shelma Arruda e seus respectivos suplentes por crime eleitoral cometido nas eleições de 2018,por decisão soberana do TRE MT e confirmada pelo TSE.Ocorre que o Sr.Carlos Favàro, teve 434 mil votos do eleitorado de MT ,e baseado numa liminar o Presidente do Supremo Tribunal Federal, até a realização da eleição suplementar para o Senado que deveria realizar-se no próximo 26 de abril, mais que foi transferido para uma nova data em razão da Pandemia do CORONAVIRUS que está ocorrendo no Brasil e no Mundo .

    Júlio Campos é candidato ao Senado pelo Democratas. Foi prefeito de Várzea Grande, deputado federal em três legislaturas alternadas, governador, senador e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado

  2. Maurício Oliveira Diz

    Verdade amigo Brigadeiro… disse que estava ali pelo voto que o povo lhe conferiu….MENTIRA..tava ali única e exclusivamente pela cassaçao da ex juíza, como tampão, haja vista que o correto seria uma nova ELEIÇÃO, mas o corona não deixou…
    Maurício Oliveira

  3. Sueli Sanches Diz

    Isso é Brasil,vai entender?

    Sueli Sanches

  4. Sandro Almeida Diz

    Juramento dele não serve nem pra ele, não foi o povo que o elegeu, derotado
    Sandro Almeida

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies