Fávaro entrega cargo burocrático pra novamente tentar o Senado

Carlos Fávaro entregou o burocrático cargo de chefe do Escritório de Mato Grosso em Brasília (Ermat), para concorrer ao Senado pelo PSD, partido que preside e controla desde que o cacique o ex-deputado estadual José Riva caiu em desgraça e saiu da vida pública.
Fávaro poderia permanecer na função até 13 de março, mas antecipou seu adeus. Essa é a segunda vez que ele se afasta do poder em busca de uma cadeira no Senado. A primeira aconteceu em 5 de abril de 2018, quando era vice-governador do tucano Pedro Taques. À época Fávaro saiu temendo que Taques viajasse ao exterior, sem seu conhecimento – pra que também pudesse fazê-lo simultaneamente -, o que automaticamente o transformaria em governador no exercício da função, e isso o tornaria inelegível enquanto candidato ao Senado.
Ao deixar o cargo agora, nesta Quarta-feira de Cinzas, 26, Fávaro sai em paz com o governador democrata Mauro Mendes. Quando o fez em 2018 estava em pé de guerra com o governador Taques.

Com a demissão de Fávaro Mato Grosso tem quatro pré-candidatos definidos ao Senado. Os demais: Júlio Campos (DEM), o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) e o deputado federal José Medeiros (Podemos) tiveram seus nomes homologados nessa condição pelas executivas regionais de seus partidos. Fávaro ainda não passou por tal processo, mas isso aparentemente não o perturba – afinal éle preside o partido que é considerado reduto do ninho das Viúvas de Riva, que rezam por sua cartilha, sem questionamento. Viúvas de Riva é o grupo político formado por ex-liderados por Riva.
2018 – Em 2018 Fávario disputou o Senado numa chapa que se completava com Geraldo Macedo (PSD) e José Lacerda (MDB) ficando em terceiro lugar. Ele, o ex-candidato ao Senado Sebastião Carlos (REDE) e o Ministério Público Eleitoral entraram com ações semelhantes contra a senadora Selma Arruda (Podemos) por crimes de caixa 2 e abuso de poder econòmico. Selma foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral e em 10 de dezembro do ano passado o Tribunal Superior Eleitoral chancelou definitivamente sua cassação.
Em 31 de janeiro deste ano, num plantão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli determinou que o Senado revestisse Fávaro no cargo até a posse do eleito (ou eleita) na eleição suplmenetar marcada para 26 de abril. Toffoli atendeu um clamor de Mauro Mendes, que alegou desequilíbrio na representação mato-grossense no Senado, com apenas dois senadores. A posse de Fávaro hiberna. Ele é tão senador quanto Juan Guaidó é presidente da Venezuela. Coisas da América do Sul
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS
1 – Flicker de campanha
2 – Arquivo do site público do Governo de Mato Grosso
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