Falar sobre consignados, sim; mas CPI, nem tanto

Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com

Ao contrário do anunciado por dois sites em Cuiabá, não há pedido de CPI na Assembleia Legislativa para investigar a Farra dos Consignados.

Se a informação fosse correta, com um documento assinado por oito deputados, a CPI seria pedida à mesa diretora e caberia ao presidente Max Russi (PSB) instalá-la ou não. No entanto, não há a tal lista. Os deputados permanecem calados ou falam em busca de banho de holofotes, à exceção de Lúdio Cabral e Henrique Lopes (ambos do PT), que querem a apuração dos fatos e a punição dos culpados.

Até então as vozes que se levantam na Assembleia são meros barulhos de oposição confiável.

O caso está dominando, totalmente dominado pela força política do governador Mauro Mendes (União).

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Uma prova do domínio da situação foi dada na manhã desta segunda-feira (9) pela deputada federal Gisela Simona (União). Gisela foi entrevista pela TV Centro América afiliada da Rede Globo e falou sobre os descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do INSS, e sobre precatórios do INSS, mas não fez menção ao escândalo da Farra dos Consignados. Durante anos, Gisela dirigiu o Procon em Mato Grosso, e o Procon faz parte da força-tarefa que tenta apurar o caso. Com a experiência que tem sobre a atuação do Procon e sobre empréstimos consignados, a deputada deveria abordar a questão, mas não o fez.

O silêncio de Gisela é parte do poderio de Mauro Mendes para abafar o caso. Detalhe: Gisela é suplente de deputada federal em exercício e o titular é Fábio Garcia, que é chefe da Casa Civil do governo estadual. Caso ela tocasse nos consignados, a resposta palaciana seria imediata, com Fábio Garcia assumindo sua cadeira.

Portanto, não há nada sobre CPI, o assunto é sério e lamentável e a Imprensa deveria contribuir para seu esclarecimento.

Fotos:

1 – ALMT

2 – Redes sociais de Gisela Simona