Eurico Gaspar, Dutra
O site abre espaço cultural ao escritor imortal da Academia Mato-grossense de Letras/AML, UBIRATÃ NASCENTES ALVES (foto), para um resgate histórico do presidente da República e marechal Eurico Gaspar Dutra, nascido em Cuiabá. Ubiratã é advogado e procurador do Estado aposentado.
Dentre os vultos da nossa história vinha omitindo um personagem de imenso valor, como bem disse o reitor Gabriel Novis, um injustiçado, pois em casa perdeu eleição de Presidente, os registros denotam o amor por sua terra natal, humildade de poucos, e destreza militar / política. Foi o 16º Presidente do Brasil, entre 1946 e 1951, entretanto, único oriundo do atual Mato Grosso.
Veio ao mundo em 18 de maio 1883, filho da Sra. Maria Justina Dutra e Sr. José Florêncio Dutra, um modesto comerciante em Cuiabá, que fora veterano da Guerra do Paraguai. Cursou o primário em escola municipal dirigida pela Profª. Bernardina Riche, o secundários no Externato São Sebastião e no Liceu Cuiabano. Em 1901, com a idade de 18 anos, tentou alistar-se no Exército, disposto a seguir a carreira militar, mas a junta de saúde incapacitou-o, era franzino. Seu pai adulterou seu registro para 1885, e mais tarde apresentou-se na junta de Corumbá, sendo então aceito, pois o físico era compatível. Em março de 1902, deixou Cuiabá para se engajar na Escola Preparatória e de Tática do RS, em Rio Pardo; transferido-se a escola para Porto Alegre em 1903, onde depois de ter sido sargenteante de sua companhia, findou os estudos no ano seguinte. Em abril de 1904, matricula-se na antiga Escola Militar do Brasil – EMB / Praia Vermelha, no RJ. Aderindo ao “Levante da Vacina”, que fora imposta obrigatoramente; pegam em armas, mas são logo derrotados, fecham a EMB e são todos expulsos !!! Assim, volta acabrunhado para Cuiabá, após longos meses, foi anistiado em 6 de setembro 1905, reincluído no 24º Batalhão de Infantaria, em novembro já estava de novo na Escola Militar, agora situada em Realengo, subúrbio do Rio.
Em março de 1906, prestou os exames devidos, sendo aprovado, foi para o RS, agora já cadete da Escola de Guerra de Porto Alegre, colega de Pedro Aurélio de Góis Monteiro, seu futuro colega na alta cúpula militar. Neste período ombrearam com Getúlio Vargas, ex-aluno da Escola Preparatória e de Tática de Rio Pardo, uma vitoriosa campanha para o governo estadual. Foi declarado Aspirante-a-Oficial em fevereiro de 1908, servindo no 17º Regimento de Cavalaria, logo seguiu para a Escola de Artilharia e Engenharia, estudando mecânica, balística e metalurgia ! Era instrutor da Escola de Artilharia e Cavalaria em 1912, e até 1915, também de cavalaria na Escola Militar do Realengo, Escola Preparatória do Exército e Escola de Aplicação de Artilharia e Engenharia, tudo condensou nos livros “Exercícios de Quadros” e “Duas Táticas em Confronto”, respectivamente em 1915/16, fazia comparativo do emprego da cavalaria por franceses e alemães.
As promoções sucediam-se 2º Tenente em abril 1910, 1º Tenente em julho 1916. Após seleção, ingressa Escola e Estado-Maior do Exército – EME em 1917, que fechada em 1918, o faz voltar ao 1º Regimento de Cavalaria, reaberto o Curso por conta da vinda da Missão Militar Francesa – Gal. Maurice Gustave em 1920, segue os estudos, agora Capitão desde junho de 1921.
A eleição do Presidente Arthur Bernardes em 1º de março 1922, gerou forte reação popular, eclodindo em 5 de julho 1922, a conhecida revolta “Os 18 do Forte” – Copacabana / RJ. Dutra um legalista, no dia seguinte, ajudou a vencer os revoltosos, era o encarregado da artilharia.
Ainda em 1922, fecha obtendo 1º Lugar, o curso do Estado Maior e com a rara menção très bien. Foi servir no 2º RCI em S. Borja – RS, mas retorna ao Rio em 1923, agora como adjunto do EME. O país vivenciava uma instabilidade política, nova insurreição tenentista “O Segundo 5 de Julho”, os rebeldes tomaram a cidade de S. Paulo, é decretado estado de sítio e bairros são bombardeados. Dutra, sendo hábil oficial participou como agente de ligação do EME com as tropas governistas, derrotando o baixo clero militar, que abandonou capital fugindo para o interior do estado, depois unidos aos revoltosos sulistas, formam a Coluna Prestes – 1925, peregrinos aliciantes d´esquerda. O Cap. Dutra em fevereiro 1925, foi designado a servir no estado-maior do Gal. Otávio Azeredo, chefe das forças que combatiam os rebeldes paulistas no Paraná, em Catanduva e Foz do Iguaçu.
Foi promovido a Major em maio de 1927, sendo transferido para São Gabriel – RS, exercendo o comando do 9º RCI até 1928, retornando ao EME no Rio, em novembro desse ano. Em maio 1929, ascende a Tenente-Coronel, comandando o 15º RCI e a Escola de Cavalaria – RJ. Dutra não participou da Revolução de 1930, a qual levou Getúlio ao poder mantendo-se legalista, a penalização foi a sua transferência para comandar o longíncuo 11º RCI, sediado em Ponta Porã. Em dezembro de 1931, ele veio a ser elevado ao posto de Coronel, assumindo logo em seguida o comando do 4º Regimento de Cavalaria Divisionária – 4º RDC, sediado em Três Corações – MG. Nesse posto, colhe decisivas vitórias contra a “Revolução Constitucionalista” de 9 de julho 1832, ganhando admiração de Benjamim e Lutero – Vargas, irmão e filho do Presidente Getúlio Vargas.
Dutra chegou a General-de-Brigada em 4 de outubro 1932, quando o designaram para comandar a 2ª Brigada de Infantaria – RJ, gozando moral elevada, ainda o elegem Presidente do Clube Militar. Nomeado General-de-Divisão em maio 1935, maior posto na época, assume o comando da 1º RM. Sufocou rapidamente à “Intentona Comunista” = intento de loucos, 23 de novembro 1935 no Rio, Natal e Recife, ocasião em que atuou junto ao conterrâneo Filinto Müller, e Gal. Góis Monteiro. Enfim, Vargas designa Eurico Gaspar Dutra em 5 de dezembro 1936, Ministro da Guerra !!! segue
Ubiratã Nascentes Alves, AML – cadeira nº 1 ubirata100@gmail.com – Whats 99968-7599
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