Boa Midia

Esquerda costura aluvião com Barranco para eleger Procurador Mauro

Esquerda pode apostar no Procurador Mauro

Quem diria que Mato Grosso, estado conservador eleitoralmente dominado por políticos rotulados de direitistas e ligados ao agronegócio poderia eleger o primeiro senador do PSOL radical de esquerda? Isso, por conta da fragmentação de candidaturas à eleição suplementar ao Senado, em 15 de novembro. As cúpulas nacionais do PT, PSOL e PCdoB  perceberam essa possibilidade e costuram a unificação de suas siglas em torno do candidato Procurador Mauro (PSOL), com a renúncia da chapa PT/PCdoB encabeçada pelo deputado estadual petista Valdir Barranco. Assim, numa aluvião acima dos interesses partidários, mas em nome da ideologia, seria mamão com açúcar surrar o agro nas urnas.

 

Uma fonte confiável e com trânsito junto ao PT mato-grossense revela que a costura é feita sob a liderança do ex-presidente Lula da Silva, para o recuo de Barranco, muito embora o mesmo ofereça certa resistência pelo fascínio financeiro do Fundo Partidário. A mesma fonte adianta que os comunistas do PCdoB já deram o sinal positivo, e que parcela petista também assume essa bandeira.

Fundo Partidário seguraria Barranco?

A disputa da cadeira vaga com a cassação da senadora Selma Arruda (PODEMOS) e ocupada bionicamente por Carlos Fávaro (PSD) por nomeação pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli depertou a mosca azul que hibernava na direita e ela povoou muitas cabeças levando essa corrente ideológica a despejar junto aos 2.317.102 eleitores oito das 11 candidaturas ao Senado.

A pulverização da direita aparentemente não tem como ser contida. São seus candidatos: José Medeiros (PODEMOS), Nilson Leitão (PSDB), Carlos Fávaro (PSD), Euclides Ribeiro (Avante), Pedro Taques (Cidadania), Coronel Rúbia Fernanda (Patriota), Reinaldo Moraes (PSC) e Sargento Elizeu (DC) . A esquerda tem dois nomes: o Procurador Mauro e Barranco. Numa faixa distante de uma e de outra corrente, o Novo concorre com Feliciano Azuaga.

O nivelamento eleitoral entre alguns nomes da direita impede que seus principais candidatos abram vantangem nas urnas. Leitão e Fávaro se neutralizam no Nortão, onde residem. Reinaldo, dito Rei do Porco, tem o mesmo discurso de Euclides – o novo, que entra na política por não aceitar mais sua prática. Medeiros e Rúbia insistem em dividir o eleitorado que cegamente segue o presidente Bolsonaro. Lula faz política 25 horas por dia e viu nessa briga de ego a chance da esquerda ganhar mais um nome no Senado para enfrentar o bolsonarismo. O ex-presidente sabe bem o que significa trocar o biônico Fávaro pelo Procurador Mauro na hora das votações cruciais.

A fonte resumiu que o entendimento entre os partidos e os candidatos deverá acontecer antes do final de semana e que em seguida Lula viria a Cuiabá para anunciar essa costura, que para ele seria mais uma janela para continuar em evidência no noticiário nacional, para a esquerda seria a porta aberta para se chegar ao Senado, e para a direita, uma lição que política não se faz na individualidade.

Claro que ninguém da esquerda comenta a articulação, por razões estratégicas. Os nomes da direita também fazem silêncio – tocar nessa questão é o mesmo que falar em corda na casa do enforcado e cada um segue seu rumo.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Arquivo blogdoeduardogomes

2 – Ronaldo Mazza – Site público d Assembleia Legislativa

1 comentário
  1. Inácio Roberto Luft Diz

    Perfeita leitura da conjuntura política atual.

Comentários estão fechados.

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