Em Cuiabá, Delegacia da Mulher tem expediente manga curta

Cuiabá não tem motivos para comemorar os 13 anos da entrada em vigor da Lei Maria da Penha. Isso, por conta da ausência do Estado na proteção da mulher vítima da violência. A capital mato-grossense tem uma Delegacia Especializada em Defesa da Mulher, mas essa ao invés de observar a lógica policial cumpre horário comercial para seu funcionamento.
A delegacia que tem por missão principal defender a mulher não conta com plantão noturno, não funciona nos finais de semana nem nos feriados. Ou seja, não há meios para registros presenciais de ocorrência nem busca de proteção fora do horário (comercial) de funcionamento.
O governo Mauro Mendes ao invés de solucionar situação absurda como essa, fecha delegacias e o faz batendo na tecla que é seu bordão administrativo: o Estado está falido e sobrevive sob os efeitos de um decreto de calamidade financeira.
Mato Grosso é violento contra a mulher. No primeiro semestre deste ano, 44 foram assassinadas sendo 21 casos enquadrados enquanto feminicídio. O número de ameaças e agressões físicas e psicológicas nunca é confiável, em razão da subnotificação causada pelo medo que a mulher sente de seu marido ou companheiro agressor.
Neste 7 de agosto, aniversário de 13 anos da Lei Maria da Penha, que com seu nome reverencia a farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que ao longo de 23 anos foi agredida pelo marido Marco Antônio Heredia Viveros, desperta interesses de autoridades, inspira realização de debates, mesas redondas, discussões, mas seu participantes não aproveitam esse momento de reflexão para cobrar com vigor o funcionamento 24h da Delegacia Especializada criada para proteger a mulher. Cobrar quem? Cobrar o governador Mauro Mendes, que com seu discurso de tragédia financeira, voluntariamente ou não, e com a delegacia manga curta, deixa a mulher sem o escudo protetor do Estado, que tanta falta lhe faz.
Eduardo Gomes – Editor de blogdoeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
FOTO: Arquivo blogdoeduardogomes
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