Eleição ao governo sem polarização

Em Mato Grosso, desde 1986, quando do primeiro pleito ao governo pós-redemocratização os governadores foram eleitos em primeiro turno, incluindo os três reeleitos. Sempre houve polarização e nesse período somente uma mulher chegou ao Palácio Paiaguás no cargo de vice-governadora. Agora, pesquisas apontam vantagem do candidato de oposição Mauro Mendes (DEM) com Pedro Taques (PSDB) e Wellington Fagundes (PR) na luta pelo segundo lugar. O clima das campanhas é tenso, mas sem violência. Cinco chapas encabeçadas por Pedro Taques, Wellington Fagundes, Mauro Mendes, Arthur Nogueira (Rede) e Moisés Franz (Psol) disputam os 2,3 milhões de votos nos 141 municípios, com 27% dessa votação – 630 mil eleitores – concentrados em Cuiabá e Várzea Grande.
Somente uma mulher, Sirlei Theis (PV) disputa o cargo de vice-governadora. Ele compõe a chapa encabeçada por Wellington Fagundes. Até então Mato Grosso teve somente uma mulher na vice-governadoria: foi Iraci França (PPS), eleita em 2002 numa chapa partidária liderada por Blairo Maggi.

Pela primeira vez não há polarização, segundo a média dos institutos de pesquisa. Mauro Mendes lidera seguido por Taques e Wellington, com desempenho parecido e com alternância na segunda colocação. Arthur Nogueira e Franz registram fraco desempenho.
Até o começo deste ano Taques e Mauro Mendes eram aliados, mas uma ruptura levou o democrata para um grupo de oposição, que em sua cúpula é basicamente formado por dissidentes da situação, a começar pelos candidatos Otaviano Pivetta (PDT), a vice-governador; Jayme Campos (DEM) e Carlos Fávaro (PSD), ambos ao Senado.

TAQUES – O governador tucano José Pedro Taques Gonçalves Taques, 50 anos, nascido e residente em Cuiabá e ex-procurador da República, tenta a reeleição numa chapa partidária que se completa com o sindicalista, produtor rural e veterinário Rui Carlos Ottoni Prado, 55 anos, sul-mato-grossense.
Taques tenta a reeleição pela coligação “Segue em Frente Mato Grosso” formada pelo PSDB, PPS, SD, PSB, PSL, PRP, DC, Avante e Patriota. Antes do governo seu primeiro mandato foi de senador, eleito pelo PDT, em 2010. Para assumir o Palácio Paiaguás renunciou ao Senado sendo substituído pelo suplente José Medeiros (à época PPS), que disputa o cargo de deputado federal pelo Podemos, na coligação liderada por Wellington Fagundes. A aliança de Taques lançou duas chapas ao Senado, mas uma a abandonou.
Com Taques permanece a chapa tucana ao Senado formada pelo deputado federal Nilson Aparecido Leitão, 49 anos, sul-mato-grossense, político e líder da bancada do seu partido na Câmara dos Deputados. Luis Carlos Oliveira Nigro, 48 anos, empresário nascido e residente em Cuiabá, é o primeiro suplente; e Rejane Schneider Garcia, 52 anos, gaúcha, empresária, administradora de empresas e vice-prefeita de Água Boa, a segunda.

A chapa do PSL ao Senado, que rompeu com Taques, é encabeçada pela juíza aposentada do Tribunal de Justiça Selma Rosane Santos Arruda, 55 anos, gaúcha e residente em Cuiabá. O primeiro suplente é Gilberto Eglair Possamai, o Beto Possamai, gaúcho, produtor rural e ex-vereador por Sorriso, onde reside; a segunda é Clérie Fabiana Mendes, 44 anos, paulista, servidora do Tribunal de Justiça e residente em Cuiabá.
Selma desligou-se da disputa ao governo e sua campanha eleitoral ficou restrita aos candidatos do PSL: a candidata pede votos para Jair Bolsonaro e os seus correligionários que concorrem para deputado estadual e deputado federal.
WELLINGTON – O senador Wellington Antônio Fagundes, 61 anos, empresário e veterinário, cumpriu seis mandatos consecutivos de deputado federal e por duas vezes foi derrotado na disputa pela prefeitura de Rondonópolis, cidade onde nasceu e reside. Wellington concorre ao governo com a vice Sirlei Teresinha Theis de Almeida, 48 anos, que é gaúcha, servidora pública estadual, advogada e filiada ao PV. Sua coligação, “A Força da União”, é formada por 10 partidos: PR, PV, PMN, PROS, PC DO B, PODEMOS, PP, PT, PRB e PTB. Sua chapa é a única com presença feminina. A coligação de Wellington tem duas chapas ao Senado.

Uma chapa ao Senado é formada pelo deputado federal Adilton Domingos Sachetti (PR), 62 anos, catarinense, arquiteto e urbanista, empresário rural e residente em Rondonópolis. Seu primeiro suplente é Francisco Bello Galindo Filho, Chico Galindo (PTB), 63 anos, empresário, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Cuiabá. Alessandra Campos de Abreu Nicoli, 38 anos, filiada ao PRB, ex-primeira-dama de Santa Carmem. é a segunda suplente.
A outra é liderada pela professora Maria Lúcia Cavalli Neder (PCdoB), 67 anos, paulista, residente em Cuiabá; Maria Lúcia foi reitora da Universidade Federal de Mato Grosso ao longo de oito anos e nunca disputou mandato eletivo. Sua chapa se completa com o professor do ensino fundamental Gilmar Soares Ferreira (PT), 50 anos, sul-mato-grossense e residente em Várzea Grande, na primeira suplência. O segundo suplente é o engenheiro cuiabano Aluizio Emanuel Figueiredo Arruda (PCdoB), 70 anos, residente em Cuiabá.

MAURO – O empresário e engenheiro eletricista goiano Mauro Mendes Ferreira, 54 anos, filiado ao Democratas, disputa o governo numa dobradinha com o vice Otaviano Olavo Pivetta, 59 anos, empresário, gaúcho, filiado ao PDT e residente em Lucas do Rio Verde. A coligação de Mauro, “Pra Mudar Mato Grosso”, é formada pelo DEM, PDT, MDB, PSD, PHS, PSC e PMB.
Mauro foi prefeito de Cuiabá e perdeu uma eleição para a mesma prefeitura. Em 2010 candidatou-se ao governo, com o vice de agora e ficou em segundo lugar num pleito vencido em primeiro turno por Silval Barbosa. Otaviano Pivetta por três vezes foi prefeito de Lucas do Rio Verde e perdeu a quarta eleição em 2016; foi deputado estadual e secretário de Estado de Desenvolvimento Rural em parte do primeiro governo de Blairo Maggi (2003/06).
Jayme Veríssimo de Campos (DEM), 67 anos, empresário e que já exerceu os cargos de prefeito de Várzea Grande (três vezes), governador e senador, lidera uma das chapas da coligação ao Senado. O deputado federal Fábio Paulino Garcia, 41 anos, engenheiro, brasiliense, é o primeiro suplente. A segunda suplência é de Cândida dos Santos Farias (MDB), 67 anos, viúva do ex-governador Wilmar Peres de Farias e mãe do prefeito de Barra do Garças, Roberto Farias (MDB); Cândida reside em Barra do Garças.

O produtor rural e ex-presidente da Associação dos Produtores de Milho e Soja de Mato Grosso (Aprosoja) Carlos Henrique Baqueta Fávaro (PSD), 48 anos, ex-vice-governador, paranaense e residente em Lucas do Rio Verde, está à frente de uma das chapas ao Senado pela coligação. O empresário Geraldo de Souza Macedo (PSD), 53 anos, paranaense, residente em Cuiabá, é o primeiro suplente. O segundo suplente é o ex-deputado estadual em duas legislaturas e advogado José Esteves de Lacerda Filho (MDB), 66 anos, cacerense e residente em Cuiabá.
ARTHUR – Kellen Arthur Nogueira, 44 anos, policial rodoviário federal, cuiabano e residente em Cuiabá disputa pela coligação “Redefinindo Mato Grosso”, formada pelo Rede e PPL; seu vice é Sadi Oliveira dos Santos, o Sadi da Ong, 58 anos, (PPL), gaúcho, morador em Cuiabá e que trabalha na área publicitária.
PSOL – Em chapa partidária o Psol disputa com o paulista radicado em Cuiabá e servidor público estadual Moisés Franz, 52 anos. O companheiro de Franz é o cuiabano Vanderley da Guia, o Enfermeiro Vanderley Guia, 41 anos, residente em Cuiabá, que foi candidato a deputado federal em 2014 recebendo 1.425 votos, e concorreu a vereador por Cuiabá em 2016 cravando 261 votos.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes – Material publicado na edição deste sábado, 6 outubro 2018 no Diário de Cuiabá – Caderno Política Pág. A4 e disponível na versão eletrônica daquele matutino em www.diariodecuiaba.com.br
FOTOS:
1 – Assessoria Mauro Mendes
2 – Assessoria Wellington Fagundes
3 – Assessoria Arthur Nogueira
4 – Dinalte Miranda
5 – Assessoria Adilton Sachetti
6 – Arquivo blogdoeduardogomes
7 – Assessoria Carlos Fávaro
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