CURTAS – Prefeituras recebem parcela do FPM
10 de agosto
Repasse
Por transferência da Secretaria do Tesouro Nacional foi creditado nesta sexta-feira (10) na conta das 141 prefeituras de Mato Grosso o primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de agosto. O valor é de R$ 77,7 milhões, cerca de 15% maior do que o montante transferido no mesmo período do ano passado, quando os municípios receberam R$ 67,1 milhões.
O FPM é composto pelo Imposto de Renda- IR e pelo Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e repassado por força constitucional nos dias 10, 20 e 30 de cada mês, diretamente da Secretaria do Tesouro Nacional para as contas das prefeituras.
De acordo com levantamento da área de Estudos Técnicos da Confederação Nacional dos Municípios, com base nos dados da Secretaria do Tesouro Nacional, esse repasse do mês é maior que o primeiro decêndio de agosto de 2017, quando foram repassados R$ 3,8 bilhões, em termos nominais. Ou seja, sem considerar os efeitos da inflação. Quando o valor do repasse é deflacionado, o crescimento é de 11,07%.
A informação é da associação dos prefeitos (AMM)
9 de agosto
Mistério
Em Água Boa tanto o Hospital Regional Paulo Alemão quanto a prefeitura fazem mistério sobre os repasses do governo estadual para aquela unidade hospitalar, que é referência do Sistema Único de Saúde (SUS) para uma grande região no Vale do Araguaia.
Preocupado com o silêncio e diante do noticiário estadual que dá conta de crônicos atrasos do governo de Mato Grosso nos repasses da Saúde, de modo generalizado, no dia 6 deste agosto o presidente da Câmara de Água Boa, José Ari Zandoná/DEM (foto), protocolou requerimentos junto a Salete Lauermann, diretora do hospital, e ao secretário municipal de Saúde, Jader Luís de Araújo Mendes Bahia, pedindo informações sobre a situação.
Nem Lauermann nem Mendes Bahia responderam ao requerimento do vereador. A Câmara tem prerrogativa para saber o que se passa. Caso a situação azede, a alternativa é judicial.
Paulo Alemão funciona, mas a transparência, não. A caixa preta resiste!
8 de agosto
Em comemoração ao Dia do Soldado ( 25 de agosto), o Parque Tia Nair (foto) – em parceria com o 44º Batalhão de Infantaria Motorizado, o “Batalhão Laguna” – preparou a “Exposição de Material Militar”. A mostra de artefatos e equipamentos militares acontece neste sábado (11), das 16h às 20h, com entrada gratuita.
Sob barracas e montagem de ambientes operacionais, a exposição irá reunir materiais utilizados pelo Exército Brasileiro como itens de emprego militar e acervo histórico – desde armas, mochilas, rádios até viaturas.
DIA DO SOLDADO – O Dia do Soldado foi instituído em homenagem ao nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, em 25 de agosto de 1803. Patrono do Exército Brasileiro, ele se tornou conhecido como “O Pacificador” após sufocar muitas rebeliões contra o Império.
7 de agosto
Octanagem
Hoje, o vice-presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Fabris (PSD) prestou depoimento ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e ao Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), ambos do Ministério Público.
Fabris foi ouvido na condição de testemunha numa investigação que o Gaeco faz sobre abastecimento da frota da Assembleia, com cartões específicos para tanto.
Há rumores de abusivo consumo de combustível por parte da Assembleia e de deputados.
Uma fonte assegura que a investigação teria sido motivada por uma situação interessante: a galonagem mensal permaneceria sempre numa média muito alta, independentemente do mês em curso.
Mais claro ainda: tanto nos meses de expediente quanto nos período de recesso parlamentar, a média seria a mesma.
Esse fato teria despertado promotores, que teriam constatado que deputados viajam para suas bases em voos fretados pela Assembleia.
Tanto a Assembleia quanto o Ministério Público não distribuíram nota sobre o depoimento de Fabris.
Legenda
Rogério Silva (foto), vereador por Tangará da Serra e suplente de deputado federal, é candidato a deputado federal pelo MDB.
De julho a novembro do ano passado, o MDB fez o chamado rodízio parlamentar e Rogério ocupou uma cadeira no plenário da Câmara dos Deputados.
Tangará, o município de Rogério, tem 65.172 eleitores e seu polo de influência abrange parte do Chapadão do Parecis e alguns municípios da Baixada Cuiabana.
O MDB de Rogério ocupa duas cadeiras na Câmara, que tem oito deputados mato-grossenses. São parlamentares por Mato Grosso: o presidente regional Carlos Bezerra, e Valtenir Pereira, que frequentemente costuma mudar de partido.
Palanque
Um dos candidatos do Pros a deputado estadual é Cícero Antônio, oficial aposentado do Exército, que disputa a eleição com o nome de Major Cícero.
Militar na ativa durante 30 anos, Cícero é presidente licenciado da Associação da Famíliar Militar (FAMIL) em Mato Grosso; é advogado e síndico.
Cícero, por óbvias razões da caserna, apoia a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente. Sua assessoria, no entanto, não faz citação à disputa ao governo de Mato Grosso.
6 de agosto
Meio a meio
Quatro dos oito deputados da bancada federal mato-grossense não disputam a reeleição.
Fábio Garcia/DEM (foto), Adilton Sachetti (PRB), Nilson Leitão (PSDB) e Ságuas Moraes (PT) não entraram na corrida por novo mandato na Câmara. Fábio é primeiro suplente de senador na chapa de seu correligionário Jayme Campos. Adilton e Leitão concorrem ao Senado. Ságuas não é candidato a cargo eletivo.
Quatro, porém, tentam se reeleger: Carlos Bezerra e Valtenir Pereira (ambos MDB), Ezequiel Fonseca (PP) e Victorio Galli (PSL). Ezequiel cumpre o primeiro mandato na Câmara; Galli também é estreante na titularidade, pois enquanto suplente em legislatura anterior esteve em plenário.
Dos oito, quatro são presidentes regionais de seus partidos: Fábio, Bezerra, Ezequiel e Galli.
5 de agosto
Fora
Deputado federal em segundo mandato, por duas vezes deputado estadual e prefeito de Juína em dois mandatos, o petista Ságuas Moraes não disputa mandato neste ano. Deixa o palanque para se dedicar à medicina, da qual os compromissos políticos o afastam. Além dos mandatos eletivos, Ságuas também foi secretário de Estado de Educação.
Ságuas diz que a vida pública lhe deu alegrias e tristezas e que não saberia dizer qual cargo considera melhor. Observou que em todos os dias enfrentou (e enfrenta, pois continua na Câmara) dificuldades, mas se sente gratificado pelo apoio popular que recebeu.
Afastado de candidatura, mas não da política. Tanto assim, que Ságuas está em campo pedindo votos para sua correligionária Rosa Neide, candidata a deputada federal; Rosa foi secretária-adjunta de Educação quando ocupou aquela secretaria.
Para a Assembleia Ságuas defende o nome do correligionário Luis Bráz, vice-prefeito de Juína, mas assegura que se empenhará por todos os candidatos do seu partido.
Os petistas não lançaram candidato ao governo e apoiam o republicano Wellington Fagundes ao cargo numa coligação formada pelo PR com o PV, PT, PP, PTB, PRB, Pode, PMN, PCdoB e Pros. Porém, o primeiro suplente na chapa da candidata ao Senado Maria Lúcia (PCdoB) é Gilmar Soares Ferreira, o Professor Gilmar do Sintep, militante histórico do PT.
De novo
Eliene Lima, um dos políticos mais antigos em Mato Grosso volta novamente aos palanques, disputando mandato de deputado federal pelo PR.
A carreira de Eliene começou em 1992, quando foi eleito vereador por Cuiabá. Dois anos depois chegou à Assembleia Legislativa, onde exerceu três mandatos consecutivos. Em 2006 ganhou cadeira de deputado federal e repetiu o feito em 2010.
Na eleição de 2014 Eliene tentou se manter na Câmara, mas foi derrotado.
Na Assembleia, Eliene era liderado por José Riva, que durante 20 anos deu as cartas naquele legislativo e tinha força junto ao governo. Suas eleições à Câmara foram em dobradinha com Riva.
Ao longo da carreira Eliene foi denunciado algumas vezes pelo Ministério Público e enfrentou ação por suposto crime eleitoral em Tangará da Serra, onde teria distribuído combustível para eleitores participarem de uma carreata – ele nega.
Engenheiro civil e ex-professor da então Escola Técnica Federal de Mato Grosso em Cuiabá (agora Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – IFMT), Eliene é mineiro e durante oito anos integrou a bancada federal mato-grossense ao lado do então deputado Wellington Fagundes, agora senador republicano e candidato ao governo.
Votem em mim!
Ontem, Serys Slhessarenko (PRB) conversou com jornalistas. Falou sobre sua pré-candidatura a deputada federal em coligação com o senador republicano Wellington Fagundes, que disputará o governo.
Serys destacou que somente neste domingo, serão definidas as chapas a deputado federal e deputado estadual, com nomes dos partidos que participarão da coligação liderada por Welllington.
Sobre gastos de campanha, Serys salientou que seu grupo político observa a legislação eleitoral e que não aceita nenhum tipo de ato ilícito em busca do voto. “Se tivermos dinheiro iremos para a disputa; se não tivermos iremos, também'”, assegurou.
Primeira e até agora única senadora eleita por Mato Grosso, a advogada e professora universitária Serys também cumpriu três mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa, pelo PT, seu segundo partido: o primeiro foi o PV, e foi secretária de Educação no governo de Carlos Bezerra (MDB).
Em 2002 Serys foi eleita ao Senado pelo PT. Em 2010 o partido não aceitou sua candidatura à reeleição optando pelo deputado federal Carlos Abicalil. Serys e Abicalil inverteram a posição no palanque: ele ao Senado e ela para a Câmara. Na campanha se atracaram: nas urnas morreram abraçados, numa época em que os petistas dominavam a política nacional.
4 de agosto
Viola
Chateado com seu PSD que decidiu apoiar Mauro Mendes (DEM) ao governo, ao invés de ficar ao lado do tucano Pedro Taques pra tentar reelegê-lo governador, o deputado estadual e pré-candidato a reeleição, Nininho (foto) voou hoje para Alto Taquari na tríplice divisa MT/GO/MS.
Nininho não vou sozinho. Levou o correligionário, prefeito de Água Boa e vice presidente da associação dos prefeitos (AMM), Mauro Rosa, o Maurão.
Em Alto Taquari acontece o 3º Concurso Nacional Amador de Violeiros, evento apropriado para que ele mantenha contato com eleitores, em plena campanha eleitoral, que agora começa a ganhar contorno oficial.
Claro que Nininho tem condições de sobras para voar de Cuiabá a Alto Taquari. Mas, diante desse fato, o Ministério Público Eleitoral (MPE) precisaria apurar o custo da viagem do candidato à reeleição. Se não houver investigação, por mais rigorosa que seja a vigilância para impedir que candidatos preguem cartazes em postes, o trabalho do MPE será incompatível com sua magnitude.
Ele & Ela
O senador Wellington Fagundes disputa o governo com uma ex-secretária-adjunta de Pedro Taques em sua chapa. Wellington bateu o martelo com o PV, que indicou a advogada Sirlei Theis para vice em sua chapa. Sirlei foi secretária-adjunta de Segurança Pública no começo do governo de Pedro, quando o titular daquela secretaria era o promotor Mauro Zaque.
Amanhã, domingo, republicanos e verdes farão convenção e os nomes de Wellington e Sirlei serão homologados.
Nesse sábado, Wellington teve alguns motivos para comemorar: costurou sua chapa, Adilton Sachetti (PRB) e Maria Lúcia (PCdoB) arredondaram suas suplências e PTB e PP definiram que estarão com ele no palanque.
FOTO: Wellington discursa frente a frente com Sirlei, com Maria Lúcia ao meio.
Esquerda
Maria Lúcia Cavalli/PCdoB (foto) pré-candidata ao Senado teria definido sua chapa neste sábado, com nomes da esquerda. Seu primeiro suplente seria Gilmar Soares Ferreira, o Professor Gilmar do Sintep (PT), de Várzea Grande; e a segunda suplência seria da advogada e ex-chefe do Proncon, Gisela Simona, até então pré-candidata a deputada federal pelo Pros.
Maria Lúcia participou da convenção do PRB, que lançou o deputado federal e ex-prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetyti candidato ao Senado, coligado com o senador republicano Wellington Fagundes, pré-candidato ao governo.
Maria Lúcia e Adilton serão os candidatos que dobrarão com Wellington. Nem ela nem ninguém de seu grupo confirma a formação da chapa com o Professor Gilmar do Sintep e Gisela, mas uma fonte ligada ao PT garante que o nome do representante do partido na chapa está confirmado, mas que somente será oficializado nesse domingo, 5.Gisela não foi localizada.
Definição
Adilton Sachetti/PRB (foto) montou sua chapa ao Senado, que estará no palanque com o senador republicano Wellington Fagundes, que disputará o governo.
A primeira suplência terá Chico Galindo (PTB), que foi deputado estadual, vice-prefeito e prefeito de Cuiabá; Galindo dirige o PTB regional.
A segunda suplente é Alessandra Campos de Abreu Nicole (PRB). Nicole é mulher de Alessandro Nicoli, que foi prefeito de Santa Carmem (2009/12) e presidiu a associação das primeiras-damas de Mato Grosso (APDM), que é a versão feminina da AMM.
Adilton anunciou a chapa na convenção de seu partido, na noite deste sábado, em Cuiabá. Wellington participou do ato e Maria Lúcia Cavalli, também: Maria Lúcia disputará o Senado pelo PCdoB, ao lado de Adilton, no palanque de Wellington.
Galindo, avaliam analistas, soma para a chapa em Cuiabá, onde tem base eleitoral. Nicole é um tiro no pé em Nilson Leitão (PSDB), candidato ao Senado e que tem domicílio em Sinop, cidade que é o polo regional de Santa Carmem.
Em campo
Romoaldo Júnior/MDB (foto), mesmo investigado pelo Ministério Público em vários escândalos que envolvem parlamentares da Assembleia Legislativa, está em campo atrás de votos tentando mais um mandato de deputado estadual.
Neste sábado, 4, Romoaldo participa da convenção de seu partido no Ginásio Dom Aquino, em Cuiabá, onde também acontecem atos semelhantes das siglas que comporão a coligação que sustentará a candidatura do democrata Mauro Mendes ao governo com Otaviano Pivetta (PDT) de vice.
Domiciliado em Alta Floresta, onde foi prefeito, Romoaldo trouxe algumas lideranças daquele município para sua convenção, e dentre esses, o prefeito Asiel Bezerra, que é seu correligionário.
Asiel disse que apoiará Romoaldo e que fará o mesmo com o presidente regional de seu partido, Carlos Bezerra, que tentará o quinto mandato de deputado federal.
Mordomia
O setor hoteleiro cuiabano está em festa com o turismo político.
Desde ontem, a taxa de ocupação nos hotéis está no pico. Centenas de prefeitos, vices, vereadores e secretários municipais estão em Cuiabá (foto), onde permanecerão, pelo menos, até segunda-feira.
Os políticos vieram para Cuiabá com um só objetivo: as convenções de seus partidos, que oficializarão os nomes aos quais procurarão para os manjados acertos que os empurra para as campanhas.
Se as viagens dos políticos fossem custeadas por eles não haveria nada de excepcional. Acontece, que os citados recebem diárias para suas andanças, e além disso, alguns ainda conseguem emplacar notas fiscais de hotelaria, alimentação e combustível para serem empenhadas.
Portanto, diante dessa realidade, o Ministério Público Eleitoral (MPE) precisa agir agora, de imediato. Seria desnecessário sugerir esse ou aquele tipo de ação ao MPE. Porém, pra que no amanhã alguém não diga que a imprensa não alertou as autoridades, fica a dica: exijam dos hotéis e restaurantes tradicionalmente frequentados por políticos dos municípios fora do aglomerado urbano de Cuiabá, comprovação de emissão de notas fiscais para prefeituras, câmaras municipais e órgãos públicos, no período das convenções.
Abuso de poder político não é boa prática democrática. Prefeito ou vereador em Cuiabá com despesas pagas pelo contribuinte é algo aberrador. Portanto, o MPE tem que entrar em ação, sob pena da volatilização desse crime que é recorrente nas campanhas eleitorais.
Mais: o MPE deveria fazer blitze conjunta com a Polícia Federal, Polícia Militar de Trânsito, Delegacia de Trânsito e Detran no entorno dos locais das convenções de hoje e de amanhã. Certamente, se isso acontecer, serão encontrados veículos oficiais utilizados pela mordomia do poder.
Nem todos
A bancada federal mato-grossense na Câmara, com oito cadeiras, não concorrerá em peso à reeleição.
Adilton Sachetti (PRB) e Nilson Leitão (PSDB) são candidatos ao Senado.
Fábio Garcia (DEM) é candidato a primeiro suplente de seu correligionário Jayme Campos.
Ságuas Moraes (PT) não definiu se sobe ou não ao palanque.
Tentarão novo mandato: Carlos Bezerra e Valtenir Pereira/foto (ambos do MDB), Victorio Galli (PSL) e Ezequiel Fonseca (PP). Desse grupo, Galli e Ezequiel são cumprem o primeiro mandato. Garcia também é estreante na Câmara.
Agenda
Pedro Taques (foto) e seu grupo tucano com aliados costura os últimos detalhes para definir as três chapas majoritárias de sua coligação. Quanto aos cargos proporcionais o assunto está resolvido.
Amanhã, no Hotel Fazenda Mato Grosso, o tucanato realiza convenção, que começa no período da manhã.
Wellington Fagundes, ainda sem arredondamento de suas chapas majoritárias, faz convenção amanhã, no Hotel Delmond, a partir de 14 horas. Os candidatos a deputado federal e deputado estadual de Wellington estão sacramentado.
O senador republicano lidera um dos três grandes grupos que disputarão o Palácio Paiaguás. Wellington, Pedro e Mauro Mendes (DEM) podem estar lançando a disputa ao governo fora da polarização que sempre a caracterizou. Isso, sem contar que o Procurador Mauro (Psol) pode entrar em campo com grande apoio popular devido ao desgaste da classe política, que não exclui praticamente ninguém.
O patrão
Bolsonaro quase foi massacrado ontem, na Central das Eleições, da GloboNews. com a participação dos principais jornalistas políticos da Rede Globo e ancorado por Miriam Leitão.
O entrevistado, no entanto, conseguiu se sair bem, apesar de acuado por perguntas feitas em tom nitidamente de oposição às ideias por ele defendidas.
Um programa com aquela audiência não poderia jamais ser apresentado com ranço ideológico. O papel do jornalista é perguntar, mas com Bolsonaro o grupo global formado por alguns ex-guerrilheiros extrapolou.
Numa cartada inteligente Bolsonaro repetiu trechos de um editorial do fundador da Globo, o jornalista Roberto Marinho (foto), no jornal O Globo, onde defendeu a intervenção militar de 1964. Ao término do programa, sem que lhe dessem direito à réplica, Míriam Leitão leu uma nota da empresa reconhecendo o texto do ex-patrão, mas sustentando em outras palavras que o momento é outro.
3 de agosto
Governadores
Desde a divisão territorial para a criação de Mato Grosso do Sul em 11 de outubro de 1977, Mato Grosso teve 14 governadores. Desses, três por eleição indireta e três foram vice-governadores que substituíram titulares, incluindo-se nessa relação Cássio Leite de Barros, que chegou ao cargo por eleição indireta.
Por profissão: dois engenheiros civis, quatro advogados, um comerciário, um pecuarista, um médico, dois agrônomos, dois empresários e um pecuarista. A identificação por profissão leva em conta somente uma, para cada governador.
José Garcia Neto, eleição indireta, engenheiro civil e empresário.
Cássio Leite de Barros, vice em substituição, jornalista, pecuarista e advogado.
Frederico Carlos Soares de Campos, eleição indireta, engenheiro civil.
Júlio José de Campos, empresário e agrônomo.
Wilmar Peres de Faria, vice em substituição, pecuarista.
Carlos Gomes Bezerra, empresário e advogado.
Edison de Freitas, vice em substituição, médico.
Moisés Feltrin, presidente da Assembleia Legislativa e governador constitucional, empresário.
Jayme Veríssimo de Campos, comerciário.
Dante de Oliveira, engenheiro civil.
José Rogério Salles, vice em substituição, produtor rural, empresário, economista e técnico em contabilidade.
Blairo Borges Maggi, empresário, produtor rural e agrônomo.
Silval da Cunha Barbosa, empresário e bacharel em direito.
José Pedro Gonçalves Taques, advogado.
Dessa relação morreram: Garcia Neto, Cássio Leite, Wilmar Peres e Dante de Oliveira.
Jayme e Júlio Campos nesta foto são irmãos.
Ex-vereadores
Da relação dos nomes que pretendem disputar o Senado, composta por sete homens e quatro mulheres, quatro foram vereadores por Cuiabá, Sinop, Barra do Garças e Lucas do Rio Verde.
Provavelmente o Psol e outros partidos nanicos lançarão candidaturas ao Senado.
A lista dos 11 que sonham com o Senado é formada por Waldir Caldas (Novo), Roberto Barra/foto (DC), Sebastião Carlos (Rede), Enelinda Scala (PT), Margareth Buzetti (PP), Nilson Leitão (PSDB), Selma Rosane (PSL), Adilton Sachetti (PRB), Jayme Campos (DEM), Maria Lúcia (PCdoB) e Carlos Fávaro (PSD).
Dentre esses nomes, quatro foram eleitos para câmaras municipais: Enelinda, em Cuiabá, Leitão, em Sinop; Barra, em Lucas do Rio Verde; e Sebastião, em Barra do Garças.
Decano
Presidente regional do MDB desde tempos imemoriais, o deputado federal Carlos Bezerra concorre à reeleição carregando o título de decano nesse pleito.
Bezerra tem 76 anos, nasceu em Chapada dos Guimarães, é empresário e advogado. Sua mulher Teté Bezerra foi deputada federal e deputada estadual.
A carreira política de Bezerra começou em 1970 – sempre no MDB, mais tarde PMDB e novamente MDB -, quando tentou se eleger deputado estadual e foi derrotado
1974 – eleito deputado estadual.
1978 – eleito deputado federal.
1982 – eleito prefeito de Rondonópolis.
1986 – eleito governador.
1990 – candidato derrotado ao Senado.
1992 – eleito prefeito de Rondonópolis.
1994 – eleito senador.
1998 ´candidato derrotado ao Senado.
2002 – candidato derrotado ao Senado.
2006 – eleito deputado federal e reeleito em 2010 e 2014.
Agenda
Jair Bolsonaro é o entrevistado de hoje na GloboNews, no programa de sabatina Central das Eleições, com a participação dos principais jornalistas políticos da Rede Globo e ancorado por Miriam Leitão.
Central começa as 21h30 (MT) e tem duas horas de duração, ao vivo.
Bolsonaro seria o entrevistado de ontem, mas pediu adiamento, a emissora concordou graças ao tucano Geraldo Alckimin, que concordou em antecipar em uma dia sua participação.
Analistas avaliam que Bolsonaro deve ser o candidato mais votado em Mato Grosso, dado ao forte apoio que recebe os meios ruralistas.
Em Mato Grosso, o PSL, partido de Bolsonaro, é presidido pelo deputado federal e pré-candidato à reeleição, Victorio Galli.
É ele!
Mesmo sem mandato e com uma pesada soma de condenações em primeira instância, mergulhado em processos e investigações, o ex-deputado estadual José Riva (foto) continua em alta junto a político. Seu endereço é o mais procurado por pré-candidatos filiados a diversos partidos e em busca de uma fatia do poder. É um guru para eles.
Riva durante 20 anos dominou a Assembleia Legislativa e deu cartas no governo. Agora, no limbo, está fora do noticiário que tanto o bajulou. Isso, no entanto, não o isola. Ele continua sendo a ‘luz’ para muitas figuras importantes – ou que se acham assim – que batem à sua porta em busca de conselhos.
Dinheirama
As eleições de 2014 custaram ao TRE de Mato Grosso R$ 16.527.121,96.
Essa dinheirama dividida pelo 2.189.703 eleitores resultou em R$ 8,79 por voto – o mais caro do Brasil.
Os números acima são dos gastos com as eleições. O custeio anual do TRE independentemente de pleito ou não gira em torno de R$ 15 milhões.
Agora, com 2.330.724 eleitores, e se mantida a média do pleito de 2014, o desembolso para ser bancado pelo contribuinte será de R$ 20.487.063,96 – podendo ainda ser mais elevado em razão da inflação no período.
Donos dos votos
Mato Grosso tem 2.330.724 eleitores.
O município com menor número de votantes é Araguainha, na divisa com Goiás, com 949.
Na lista dos maiores:
Cuiabá, com 440.585.
Várzea Grande, com 189.876.
Rondonópolis, com 150.830.
Sinop, com 86.963.
Tangará da Serra, com 65.712.
Cáceres, com 61.676.
Precursor
Pela primeira vez em Mato Grosso um político deixa de participar de convenção do seu partido, por se encontrar preso. Isso acontece com o deputado estadual Mauro Savi/DEM (foto), que – via assessoria – declarou interesse em concorrer à reeleição, mas que se encontra atrás das grades desde 9 de maio, cumprindo prisão preventiva decretada pelo desembargador do Tribunal de Justiça, José Zuquim.
Savi é acusado pelo Ministério Público de integrar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 30 milhões do Detran. Na eleição em 2014 ele foi campeão de votos para o cargo, com 55.233 pela legenda do PR.
A convenção do DEM acontece no sábado, 4.
Sortudos
Mais sorte do que Mauro Savi tiveram os deputados estaduais Eduardo Botelho (DEM), Wilson Santos (PSDB/foto), Baiano Filho (PSDB), Romoaldo Júnior (MDB), José Domingos e Nininho (ambos do PSD). Todos foram denunciados pelo MP enquanto participantes do esquema no Detran, mas a ordem de prisão ficou restrita a Savi.
Botelho preside a Assembleia Legislativa.
Desse grupo, somente José Domingos não deverá disputar a reeleição nem nenhum outro cargo. os demais estão em campo pregando moralidade, fim da corrupção e seriedade no exercício do mandato.
Finalmente
Adilton Sachetti (foto) bateu o martelo com Wellington Fagundes e será um de seus candidatos ao Senado, concorrendo pelo PRB. Deputado federal eleito com 112.722 votos – segundo mais votado ao cargo – pelo PSB, Adilton migrou para o PRB. Nos últimos meses peregrinou entre o governador tucano Pedro Taques e o senador republicano Wellingon Fagundes tentando emplacar sua candidatura. Pedro o refugou. Wellington o acolheu. Finalmente encontrou guarida.
Wellington, que disputará o governo sabe que a presença de Adilton pode dar à sua chapa um cunho rondonopolitano – a famosa República de Rondonópolis – pois os dois são daquela cidade. Ainda assim, bola pra frente…
Adilton presidiu instituições de classes na esfera do agronegócio. Em 2004, quando seu compadre Blairo Maggi era governador e estava no auge do prestígio, foi eleito prefeito de Rondonópolis pelo PPS com 30.932 votos. Seu principal adversário foi Wellington (PL), que cravou 27.931 seguido por Zé Carlos do Pátio (PMDB) com 26.133 e Carlos Ihamber (PDT) com 1.153.
Quatro anos depois, numa chapa partidária do PR Adilton tentou a reeleição. O prestígio do compadre já não era tanto e ele perdeu. Recebeu 46.975 votos e seu vice foi João Antônio Fagundes, filho de Wellington. Quem venceu o pleito foi Zé Carlos do Pátio (PMDB), com 51.775 votos.
Adilton também deixou suas digitais nas obras da Copa do Mundo de 2014. Foi presidente da defunta Agência da Copa do Mundo (Agecopa), que cedeu lugar à Secopa (Secretaria da Copa). Á época de sua nomeação respondia a 53 ações nas comarcas de Rondonópolis, Itiquira, Sapezal e Cuiabá.
Toga
Selma Rosane Arruda/PSL (foto) disputa o Senado coligada com o governador tucano Pedro Taques, que tenta a reeleição.
Juíza aposentada do Tribunal de Justiça, Selma tenta cativar o eleitorado mato-grossense, que não é acostumado com candidaturas de magistrados.
Até agora, somente três magistrados subiram ao palanque após a divisão territorial. O desembargador do TJ Oscar Travassos elegeu-se deputado federal em 1990. O ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva, pelo PDT coligado com PT e PCdoB, tentou ser prefeito de Cuiabá em 2016 e caiu no primeiro turno com 23.307 votos. Em 2016, no município de Itiquira, o juiz de direito Pedro Pereira Campos Filho concorreu a vereador pelo PSDC e ficou numa distante suplência com 180 votos.
Ao governo
Apesar do pouco efetivo a Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso é referência profissional para alguns políticos que conseguiram mandatos eletivos. Na disputa atual seu ex-superintendente Arthur Nogueira/ Rede (foto) disputa o governo.
Antes de Artur Nogueira, em 2010, o PRF José Antônio Medeiros foi eleito pelo PPS primeiro suplente do senador Pedro Taques (PDT). Pedro renunciou no final de 2014 ao se eleger governador e Medeiros o substituiu no Senado.
Recentemente Medeiros foi cassado pelo TRE por fraude na ata da convenção que escolheu a chapa na qual concorreu ao cargo.
Em Rondonópolis dois PRFs foram vereadores. Ailton da Neves e Aristóteles Cadidé. O segundo é superintendente da PRF por indicação política do deputado federal tucano Nilson Leitão.

Ausente
Coordenador e orientador jurídico da campanha do primo Pedro Taques ao governo em 2014, o advogado Paulo Taques está preso preventivamente em Cuiabá, desde 9 de maio, acusado de integrar uma organização criminosa que teria desviado mais de R$ 30 milhões do Detran.
Paulo Taques conhece tudo sobre o grupo político do primo, do qual foi chefe da Casa Civil. Trancafiado ele será desfalque na convenção do PSDB que no domingo lançará Pedro à reeleição.
Sem o primo. Pedro conta com assessoramento jurídico do advogado José Antônio Rosa, que foi preso na Operação Pacenas da Polícia Federal, na investigação sobre obras de saneamento em Cuiabá e Várzea Grande com recursos do PAC.
Pedro não dá sinal de descontamento pelo desfalque do primo na sua convenção. É a vida como ela é.
Escala
Prefeitura é passagem quase obrigatória aos principais políticos. Nas eleições deste ano em Mato Grosso três ex-prefeitos concorrem ao Senado.
Nilson Leitão/PSDB (foto) foi prefeito de Sinop em dois mandatos consecutivos.
Jayme Campos (DEM) foi prefeito de Várzea Grande em três mandatos.
Adilton Sachetti (PRB) foi prefeito de Rondonópolis em um mandato.
Huuuum!
Com uma bancada de cinco deputados na Assembleia Legislativa o PSD enfrenta desconforto: todos são investigados por suspeita de improbidade administrativa.
Dessa bancada, somente José Domingos Fraga não disputará a reeleição: anunciou que se retira da vida pública.
Quatro tentam a reeleição apesar de estarem envolvidos em escândalos. São eles:
Nininho, Gilmar Fabris, Wagner Ramos e Pedro Satélite (foto). Os dois primeiros são domiciliados em Rondonópolis; Ramos é de Tangará da Serra; e Satélite, de Guarantã do Norte.
Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
Comentários estão fechados.