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Eclético, Mahon lança livro e apresenta monólogo homenageando Ivan Belém

Simplesmente ele, Mahon
Simplesmente ele, Mahon

O escritor ex-presidente da Academia Mato-grossense de Letras e advogado Eduardo Mahon lança, nesta sexta-feira (22), seu 14º título literário A gente era obrigada a ser feliz, publicado pela editora Carlini & Caniato. Seu novo romance narra a trajetória de Aurélio do Espírito Santo, um cara negro e com déficit cognitivo que sai da favela e arruma um emprego no quartel como cuidador de cavalos. O livro faz com que o leitor mergulhe na história do Brasil através da visão particular do personagem diante das situações as quais os cavalos são submetidos.

“É uma visão da história do Brasil totalmente diferente, uma visão de um cara com um problema e que interpreta as coisas de uma maneira absolutamente invertida”, esclarece Mahon.

Esse romance, segundo o autor, é uma forma de provocar o leitor a dialogar com o personagem e levantar questões como: “de onde é que você tirou essa conclusão?”. Mahon destaca que, no momento em que o país se encontra dividido, o livro traz uma provocação adicional. “Hoje tem prós e contras para tudo e no livro tem o pró, o contra e tem a visão do Aurélio”, afirma.

“Eu estou sentindo falta de uma visão equilibrada e eu tento passar essa visão”, explica Mahon ao dizer que no livro ele tenta mostrar ao leitor que é pobre, a visão de que sempre existe um mocinho e um bandido diante da divisão de direita e esquerda no país. “ O que eu quero é ser xingado pela direita e pela esquerda”, completa.

A obra lançada
A obra lançada

Eduardo Mahon é advogado criminalista e há 15 anos começou a escrever livros. Seu primeiro livro foi Ministério Público de Robspierre, que trata sobre o poder investigativo do Ministério Público. Desde então escreveu alguns outros livros sobre direito e partiu para a literatura. “O juridiquês é muito chato, porque não comunica”, explica.

Nevralgias, Doutor Funéreo e Outros Contos de Morte, O Cambista, Meia Palavra Vasta, Palavra de Amolar, Palavrazia, O Fantástico Encontro de Paul Zimmermann, Contos Estranhos (Weird Tales), Quem Quer Ser Assim Sem Querer?, Um Certo Cansaço do Mundo, O Homem Binário e Outras Memórias da Senhora Bertha Kowalski, Alegria e Azul de Fevereiro são as outras treze obras do incansável autor que se descobriu na literatura. “É isso que eu quero fazer, é isso que me dá prazer, é isso que comunica e sobretudo é isso que transforma. Ninguém transforma ninguém com um livro de direito previdenciário”, concluiu Mahon ao decidir de uma vez por todas abandonar o juridiquês.

Belém. as cores da vida e a bela homenagem
Belém. as cores da vida e a bela homenagem

O lançamento de A gente era obrigada a ser feliz, está marcado para acontecer às 19h30 no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O evento será casado com o espetáculo Progresso, que homenageia os 40 anos de teatro do artista Ivan Belém. O espetáculo foi escrito por Eduardo Mahon e dirigido pelo cineasta Luiz Marchetti.

A peça Progresso é um monólogo de 45 minutos, que conta a história de um homem idoso, morador de um Centro Histórico tomado por traficantes, prostitutas, travestis, igrejas e deserto de moradores. O personagem, que é filho de um ex-deputado e sobrinho de um ex-governador, continua morando lá porque ficou pobre e se vira como pode vendendo tudo o que tem. “Ele vai ficando pobre e desgostoso com a insignificância daquilo que ele achava importante e isso é que é o dramático da história”, explica Mahon.

Trata-se de uma peça com texto forte, indicado para maiores de 18 anos.

Progresso tem entrada franca.

 

Com fotos dos acervos de Mahon e Belém

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