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Deputado que não apoiou professor em greve, agora homenageia a categoria

Homenagem em Rondonópolis
Homenagem em Rondonópolis

Quem não se recorda da grave mais longa da Educação em Mato Grosso?

Durante 75 dias, de maio a agosto desse ano, professores estaduais cruzaram os braços contra a política salarial do governador democrata Mauro Mendes e o descumprimento de uma lei de recomposição salarial. Pois é. Nesse longo período, o deputado estadual Thiago Silva (MDB) ficou ao lado do governante. Agora, depois que o protesto terminou – sem alcançar seus objetivos – o parlamentar realiza sessão solene da Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal de Rondonópolis, para homenagear professores daquele município.

A sessão aconteceu na sexta-feira, 18, com ampla cobertura pela mídia da Assembleia. A Câmara ficou lotada com dezenas de professores homenageados.

Parece que rolou entendimento entre os professores e o deputado, Civilizadamente ninguém tocou no episódio da grave e Thiago Silva deixou o local  com a certeza de que lavrou bom tento político.

A greve, não resultou em nenhuma conquista. O governo não recuou e os professores voltaram para casa de mãos abanando. Entendam o movimento revista:

A razão apresentada para a greve

 

HISTÓRICO – Em 11 de novembro de 2013 o governador Silval Barbosa sancionou uma lei complementar (510) de sua autoria, aprovada pela Assembleia Legislativa que cria um realinhamento para efeito de ganho real. A mesma estabelecia aumento de 5% em 2014; de 6% em 2015; de 7% em 2016; e de 7,69% entre os anos de 2017 e 2023. Sua aprovação foi duramente negociada com o Sintep, mas sua sanção pacificou o espírito grevista que tomava conta de dirigentes da categoria à época.

Em dezembro de 2014 o mandato de Silval terminou.  O governador Pedro Taques assumiu o Palácio Paiaguás com um discurso de Estado falido, roubado, assaltado. Aos trancos e barrancos o governador cumpriu a tal lei, mas enfiou os pés pelas mãos travando queda de braço com os servidores para não lhes pagar a recomposição geral anual (RGA). O funcionalismo foi para as ruas, ocupou a Assembleia, cercou o Paiaguás. Taques mastigoumastigou e bancou o camelô: no apagar das luzes de seu mandato parcelou a RGA de 2018, de 4,19%  em duas vezes: a primeira, de 2% em outubro, e a outra, de 2,19% em dezembro.

Candidato à reeleição em 2018 e enxotado pelas urnas no primeiro turno, Taques deu uma banana para a segunda parcela da RGA. Seu secretário de Fazenda era Rogério Gallo, o mesmo de Mauro Mendes, agora.

Mauro Mendes assumiu com um discurso tão ou mais tétrico do que aquele que se ouvia de seu guru Taques.Tanto assim, que em janeiro, mal esquentou a cadeira no seu gabinete, baixou um decreto de calamidade financeira por 180 dias – escancarou a porteira pra não pagar RGA, empurrar com a barriga dívidas com fornecedores etc.

De repente os 40 mil professores se viram nus no baile: sem RGA, sem receber o resíduo da RGA parcelada de 2018, com salário escalonado, com o 13º empurrado para o final do ano.

Mais: o professor quer a profissionalização do magistério, com a convocação de aprovados em concurso público e a eliminação dos professores contratados.

Mais ainda, mas sem muita convicção – pra rechear a pauta da greve – o professor quer reforma de centenas de escolas e alguns penduricalhos que nem mesmo ele sabe de cor quantos e quais são.

RESUMO – A greve chegou ao fim em 9 de agosto com o mesmo cenário de quando começou em 27 de maio.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTO: Fablício Rodrigues – Assembleia Legislativa – Divulgação

 

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