De JK e Pelé
Do berço pra cama de menino e adolescente, sempre estive perto dos trilhos testemunhando o minério de ferro de Minas nos vagões da Companhia Vale do Rio Doce, agora Vale, seguindo para o Espírito Santo, sua parada final no Brasil, antes de ganhar o mundo.
Em 2016 a exportação brasileira desse minério alcançou 373,96 milhões de toneladas com faturamento de US$ 13,2 bi (FOB). Em Minas, o Quadrilátero Ferrífero (Itabira e adjacência) respondeu por 60% dessa dinheirama; e a maior parte dessa montanha mineral chegou ao porto em Vitória por essa ferrovia.
Minas, Estado mais politizado tem forte sindicalismo, principalmente na representação da cadeia mineral. Políticos e sindicalistas sabem da importância da exportação do minério e também da relevância do parque industrial (sídero-metalúrgico). De igual modo entendem que o volume explotado tem no mercado internacional sua principal destinação, pois a demanda interna é pequena. Mais: compreendem que os endinheirados compradores impõem regras que se não forem cumpridas levarão seus dólares para outros polos minerais.
Não é segredo para ninguém que o importador quer a matéria-prima para beneficiá-la em seu país visando a geração de empregos. É assim com o minério e também com a soja e as demais commodities primárias.
Acompanho manifestações de ditos experts e textos de ditos formadores de opinião brigando para que Mato Grosso esmague a soja e exporte seus produtos finais para a China, Holanda e outros países. Tal conduta ou resulta do desconhecimento ou é discurso para justificar bandeira de contestação.
Lamento o acomodamento das entidades representativas do agro e a omissão do governo estadual quanto ao questionamento do modelo exportador, que abre caminho para luta de classes e que nem Deus sabe até onde irá.
Espero que em 2018 a Famato, Aprosoja, AMPA, Fundação MT, Pedro Taques, Assembleia Legislativa e a bancada federal saiam da moita e defendam o modus operandi de nossa balança comercial, antes que a verdadeira conspiração em curso satanize a leguminosa de origem chinesa Glycine max que revolucionou a economia mato-grossense tanto quanto o minério de ferro fez na terra de Clara Nunes,Tiradentes, Santos Dumont, JK e Pelé.
Eduardo Gomes de Andrade edita blogdoeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
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www.aguaboanews.com.br (AGUA BOA)
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Jornal DIÁRIO DE CUIABÁ edição 06 janeiro 2017
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www.fococidade.com.br (CUIABÁ)
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