Damares em Mato Grosso de mãos abanando pra ouvir sobre hospital de campanha

Damares Alves em Barra do Garças pra discutir a possibilidade de instalação de um hospital de campanha na cidade, pra atendimento exclusivo aos povos indígenas da região. Nâo se trata de visita pra anunciar instalação e data para o início do funcionamento da unidade hospitalar. Por enquanto, somente um cansativo discurso eleitoreiro.
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos desembarca na Barra, amanhã, sexta-feira, 10, e cumpre agenda com o prefeito anfitrião, Beto Farias (MDB); com representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (Dsei), daquela cidade; e com os congressistas Neri Geller/Progressistas (deputado coordenador da bancada e quem indica a chefia do Dsei) e o senador Wellington Fagundes/PL).
Damares chega com mãos quase vazias, mas não totalmente, porque trará cestas básicas para o povo Xavante aldeado na Barra e municípios da região. Quanto ao hospital de campana, tudo não passa de discurso.
Beto Farias sonha acordado com a instalação de um hospital de campanha e teria até um local reservado na cidade para tanto. No entanto, lideranças xavantes não querem seu povo sendo tratado na Barra e defendem que o hospital funcione numa terra indígena. Lúcio Xavante, secretário-executivo da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso, participou de um videoconferência na quinta-feira, 2, com Damares, congressistas, Beto Farias e outras autoridades, “e defendi que (o hospital) seja instalado na Terra Indígena Merure” – revelou. Merure é área Xavante. Lúcio, também, pediu respeito ao seu povo e aos demais povos indígenas, que segundo ele, não recebem atendimento de saúde compatível com o momento de pandemia. “Não nem mesmo medicamentos básicos em nossos postos de saúde nas aldeias“, desabafou.
Em 28 de maio, Damares visitou Rondonópolis, entregou cestas básicas em boa parte doadas por empresários locais, para aldeias indígenas, como parte das ações do governo federal para enfrentamento da pandemia do coronavírus. A ministra conversou com caciques e fez um pronunciamento sem consistência no aspecto administrativo e que foi marcado pela frase “Este é um governo que ama índio“.
A assessoria do governador democrata Mauro Mendes não informou se ele receberá a ministra. A Assembleia Legislativa e os deputados estadual também fazem silêncio sobre a visita. Nenhum parlamentar federal comentou se estará na Barra.
Mesmo com silêncio coletivo dos principais políticos, todos deverão dar o ar da graça por lá. Afinal 2020 é ano de eleição suplementar ao Senado e de eleições municipais, e político em época assim perde a cabeça pra ficar perto do eleitor, principalmente se for candidato, a exemplo do vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), que concorre para senador; deputado federal José Medeiros (Podemos), que quer trocar a Câmara pelo Senado; senador biônico Carlos Fávaro (PSD), que tentará um mandato no Senado pelo voto direto; e os deputados estaduais Valdir Barranco (PT) e Elizeu Nascimento (DC), que apostam na zebra de que vencerão o pleito ao Senado.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Agência Brasil
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