Dal’Bosco deixa DEM e implode chapa de Júlio Campos
Não cumpriu e o líder saiu.
Essa a versão oficial para o adeus do deputado estadual Dilmar Dal’Bosco ao Democratas, nesta quarta-feira, 25, em carta ao Diretório Regional do partido. Na justificativa do parlamentar, fora da carta, quem não teria cumprido seria o governador e até então seu correligionário Mauro Mendes, do qual até hoje era líder na Assembleia. Na verdade, segundo uma fonte intestinal dos democratas, trata-se de uma tentativa de rasteira pra desestabilizar a candidatura de Júlio Campos (DEM) ao Senado, uma vez que Dal’Bosco é o primeiro suplente da chapa de Júlio.
Sem filiação Dal”Bosco não pode ser candidato a suplente. Faltando um dos suplentes, Júlio terá que buscar algum, ainda que precise de uma lupa, pois os principais nomes nos municípios estão em campo – não confundir com Campos – atrás de votos para prefeito no pleito que ao que tudo indica será realizado em 15 de novembro.

A justificativa é mero clichê. Segundo a fonte intestinal, Dal’Bosco é uma espécie de vice-rei no comando informal do governo. A saída seria uma laçada de Mauro Mendes aos irmãos Campos – Júlio e o senador Jayme Campos. O governador estaria preocupado com a possibilidade de vitória de Júlio, o que fortaleceria muito o clã Campos, com dois senadores, enquanto ele chegaria em 2022 – o ano da eleição estadual – desgastado pela crise de governo agravada pela pandemia do coronavírus.
Dal’Bosco seria um artista político. Faz cena de descontamento com Mauro Mendes e a Imprensa Amiga reproduz o que diz, sem se lembrar da sua condição de suplente na chapa de Júlio.
PAREDÃO – Júlio fez das tripas coração pra compor sua chapa. Levou para ela, nos instantes finais para a definição dos nomes, Zé Márcio Guedes (PL) que é servidor do gabinete do senador Wellington Fagundes (PL), foi vereador por Rondonópolis e secretário-adjunto em parte do governo de Silval Barbosa (2010/14).

Zé Márcio caiu de paraquedas na chapa. Até a véspera da convenção, o PL batia na tecla de que o candidato do partido seria o executivo Neurilan Fraga, que mesmo não sendo prefeito preside a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). Diante da resistência de prefeitos ao nome de Neurilan, o líder do partido, Wellington, o rifou e apostou todas as fichas em Zé Márcio numa chapa com chance de vitória, pra que seu grupo não morresse por inanição eleitoral.
Neurilan caiu no limbo. E Zé Márcio se tornou o segundo suplente. Júlio sorriu vitorioso. Agora, o esquema de Mauro Mendes lhe surrupia o primeiro suplente e sua chapa, momentamente, está fora da disputa. Os democratas terão que correr contra o relógio e, mais, contra a força do homem que tem a chave do cofre mais cobiçado no centro da América do Sul.
Em suma e ainda sobre Dal’Bosco, também hoje, oficialmente, ele deixa a Liderança do governo na Assembleia, mas isso não conta nesse contexto da candidatura de Júlio, Afinal, liderança de governo com uma legislatura tão governista assim, não faz falta – trata-se de apêndice dessa notícia.
PS – Amanhã, Dl’Bosco pode adotar o estilo sanfona: vai e volta, volta e vai, mas hoje, apesar da pandemia, tem motivos para comemorar a grande cartada que certamente terá reflexos em 2022, com Júlio baleado e Mauro Mendes sonhando com mais quatro anos no poder.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – JL Siqueira – Site público da Assembleia Legislativa – Divulgação
2 – Assessoria de campanha de Júlio Campos
3 – Agência AMM de Notícia – Divulgação
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