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Cresce o número de cirurgias plásticas entre adolescentes

Cirurgia plástica exige amadurecimento físico e emocional, alerta médico mato-grossense

Os adolescentes têm procurado os consultórios de cirurgias plásticas cada vez mais cedo e com mais frequência. O último levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostrou que o número de jovens que optaram por cirurgias estéticas aumentou em 56,6% entre 2009 e 2014. A faixa etária que vai dos 13 aos 18 anos corresponde a 5,7% de todos os procedimentos feitos no país – quadro que ainda tende a crescer, segundo o estudo.

Atualmente, o Brasil é considerado o segundo país no ranking mundial em números de cirurgias plásticas, atrás apenas dos Estados Unidos. Estima-se que 2,5 milhões de procedimentos foram realizados em 2016, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, em inglês).

Conforme alerta o membro titular da SBCP, o cirurgião plástico em Mato Grosso Jubert Sanches, para tomar a decisão de se submeter ao procedimento cirúrgico é fundamental que o adolescente, acompanhado dos pais ou responsáveis, procure um profissional devidamente qualificado para discutir detalhadamente sua intenção, bem como para avaliar suas expectativas e confrontá-las com o possível resultado a ser obtido.

“É necessário considerar o tipo de cirurgia que o paciente deseja, sua idade e também se a região a ser modificada já atingiu o desenvolvimento completo. Adolescentes podem fazer cirurgia plástica, mas há diversos fatores a serem levados em conta. Também cabe ao médico identificar se a queixa do paciente é justificável e se a cirurgia está indicada ou não. Às vezes, o jovem pode estar certo de que precisa de uma mudança, mas nem conhece outras opções que podem ajudar”, ressalta.

TEMPO CERTO – A busca pelo bem-estar pessoal pode ser a motivação tanto da cirurgia plástica estética quanto da reparadora. Esta última, no entanto, também cumpre a função de melhorar o convívio social a partir de uma adequação física funcional. Jubert explica que não existe uma regra formal que defina qual a idade mínima para se submeter à cirurgia plástica, mas que existem justificativas técnicas para cada procedimento.

“A cirurgia plástica exige amadurecimento físico e emocional. Por exemplo, no caso da otoplastia, a correção de orelha (de “abano”), pode ser realizada ainda cedo, quando criança, a partir dos sete anos, quando a orelha normalmente atingiu forma e tamanho definitivo. Por outro lado, a rinoplastia (nariz) é recomendada após os 16 anos. Enquanto que a prótese de mama varia conforme o caso, mas é aconselhada a partir dos 18 anos. Tecnicamente, a mama pode se modificar até os 22 anos e, geralmente, muda de uma maneira mais acentuada após a gestação”, pondera.

Também figuram entre as cirurgias plásticas mais desejadas pelos adolescentes, a lipoaspiração e a ginecomastia (redução de mamas). Independentemente do procedimento, uma cirurgia plástica em menores de idade só é realizada com a autorização e a presença dos pais. Logo, recomenda-se que, além da certeza, o paciente trace um planejamento.

“Se o adolescente decidir operar alguma parte do corpo, será preciso fazer alguns exames para que o mesmo comprove que está com a saúde em dia. Entre a decisão e a data da cirurgia, podem se passar meses – o que permite que ele entenda o procedimento e tire todas as dúvidas. Até porque a preparação e o pós-operatório (recuperação) irão exigir disciplina e responsabilidade”, comenta.

 

Jubert Sanches – cirurgião plástico

FOTO: Ilustração/Arquivo/mamoplastia

 

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