Com novo estatuto Silval e Riva podem presidir AMM

Uma mudança estatutária no ano passado, em silêncio, bem às escondidas, permite que ex-prefeitos disputem a presidência da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), impede que prefeito eleito e não empossado concorra ao cargo, antecipa a eleição da entidade de janeiro de 2021 para o próximo dia 15 prorroga prorroga de dois para três anos o mandato da diretoria e seus conselhos. Essa guinada abriu espaço para que nomes famosos que ora estavam nas manchetes políticas, sociais, econômicas ou judiciais entrassem na disputa, a exemplo de Silval Barbosa, José Riva, José Domingos Fraga Filho, Luciane Bezerra, Ezequiel Fonseca e outros. Ou seja, poderíamos presenciar uma luta eleitoral entre Silval e Riva, mas eles não registraram chapa em tempo hábil.
O novo estatuto é a negação do óbvio, dos princípios democráticos e da representatividade que deveria nortear a AMM, na medida em que o mesmo antecipou a eleição e veda a disputa da presidência por mais de 80 prefeitos eleitos. Esse estatuto ganha contornos de contraditório: ao mesmo tempo em que impede os eleitos de concorrerem, ele os autoriza a tanto, desde que sejam ex-prefeitos de volta ao cargo, a exemplo de André Bringsken (MDB), Vila Bela da Santíssima Trindade; Meraldo de Sá (PSD), Acorizal; Nelson Orlato (PSB), Pedra Preta; Toni Dubiella (MDB), Feliz Natal; Parassu Freitas (MDB), Luciara; Leonardo Zampa (PL), Novo São Joaquim; Fernando Zafonato (DEM), Matupá; e Adair Moreira (MDB), Alto Paraguai.
Esse estatuto, idealizado pelo presidente da AMM e ex-prefeito Neurilan Fraga (PL), que busca o quarto mandato consecutiv,o criou um monstrengo. Imaginem se André Bringsken decidisse disputar a presidência. Nesse caso, ele seria impedido por ser prefeito eleito, mas receberia o sim, por ser ex-prefeito.
Além de excluir quase uma centena de prefeitos eleitos, o novo estatuto é um convite a ex-prefeitos. Isso, pra justificar a permanência de Neurilan no cargo administrativo. No universo dos que administraram município despontam alguns nomes, de todas as regiões, que teriam chance de vitória, independentemente de seus passados comprometedores. Riva foi prefeito de Juara e mesmo cumprindo prisão domiciliar, se conseguisse autorização judicial para gerir a AMM deveria ganhar de lavada ainda que seu principal adversário fosse o ex-governador Silval Barbosa, que foi prefeito de Matupá.
Uma disputa sensacional entre Riva e Silval, com amparo do estatuto. Claro que nesse caso Neurilan não concorreria pra apoiar seu líder que foi mandachuva na Assembleia Legislativa por 20 anos: Riva. O adversário de Neurilan, o prefeito em final de mandato no município de Água Boa, Mauro Rosa, o Maurão, também deveria sair de cena em benefício de Riva, do qual foi liderado enquanto aquele ex-mandachuva esteve no poder.
Além de Riva e Silval, dentre outros, também poderiam se candidatar os ex-prefeitos José Domingos Fraga Filho (Sorriso), Ezequiel Fonseca (Reserva do Cabaçal), Luciane Bezerra (Juara), Airton Português (Araputanga), Percival Muniz (Rondonópolis), Oscar Bezerra (Juara), Lutero Siqueira (Guarantã do Norte), Angelina Benedita (Planalto da Serra), Romoaldo Júnior (Alta Floresta), Mário César Barbosa (Alto Boa Vista), Wilson Santos (Cuiabá), Gaspar Lazari (Confresa), Paulo Raye (Barra do Garças), Joel Ferreira (Bom Jesus do Araguaia), Osmari Azevedo (Araguainha), Elias Leal (Mirassol D’Oeste), Júlio Cesar Ladeia (Tangará da Serra), Zózimo Chaparral (Barra do Garças), Lairton Sperandio (Alto Taquari), Nilton Borgato (Glória D’Oeste), Tonho do Menino Velho (Poxoréu), Getúlio Viana (Primavera do Leste). Assis Raupp (Colniza), Priminho Riva (Juara), Odoni Coelho (Torixoréu), Revelino Trevisan (Porto dos Gaúchos), Juarez Costa (Sinop), Iron Marques Parreira (Confresa), Paulo Banazeski (Colíder), Augustinho Freitas (Pedra Preta), Magali Vilela (General Carneiro), Eduardo Zeferino (Dom Aquino), Reynaldo Diniz (Ribeirão Cascalheira), Paulo Rogério Riva (Tabaporã), Walace Guimarães (Várzea Grande), Cidinho dos Santos (Nova Marilândia), Solange Kreidloro (Nova Bandeirantes), Marcelo Ribeiro (Barão de Melgaço), Valdizete Nogueira (Jaciara), João Mara (Novo Santo Antônio), Jonas Canarinho (Aripuanã), Joaquim Matias Bananeiro (Campinápolis), Ricardo Henry (Cáceres) e Nilson Leitão (Sinop).
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Site público do Governo de Mato Grosso – Divulgação
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