CNJ afasta dois desembargadores do TJ de Mato Grosso
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Os desembargadores do Tribunal de Justiça João Ferreira e Sebastião Moraes foram afastados liminarmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio de uma decisão do corregedor nacional Luis Felipe Salomão, proferida nesta quinta-feira, 1º de agosto. Ambos são suspeitos de venda de sentenças, no âmbito do inquérito que apura o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá, em 5 de dezembro do ano passado, ao lado de seu escritório. Os afastados, a Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam) e o Tribunal de Justiça não se manifestaram.
O CNJ foi acionado em maio pelo Ministério Público (MP) e determinou que lhe fosse encamindado do material colhido pela Polícia Civil após o recolhimento do celular de Zampieri. O MP narrou ao CNJ que atos do juiz Wladymir Perri, atua no caso Zampieri, causam “estranheza e perplexidade”.
Zampieri teria sido assassinado por conta de ações que envolveriam disputas de terra no Vale do Araguaia.
O caso é complexo. O assassino e réu confesso Antônio Gomes da Silva está preso e a suposta arma utilizada para o crime, encontra-se em poder da Polícia Civil. O coronel da reserva remunerada do Exército Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, apontado como financiador do crime está preso e o ex-instrutor de tiro do Exército, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, também está preso. Porém, o mandante está em liberdade e aparentemente não há definição sobre quem seria tal pessoa. Zampieri atuava em ações sobre questões de terra e supostamente os dois desembargadores atenderiam seus interesses.
Resta aguardar pelo posicionamento dos afastados e por detalhes por parte do CNJ, do Ministério Público e da Polícia Civil.
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