Chapa com Zé Márcio é fardo pesado pra Júlio carregar

Na tarde desta quinta-feira, 12, conversei com Júlio Campos, numa calçada defronte a um hotel na avenida Rubens de Mendonça, em Cuiabá. Júlio atendia alguns moradores em Alta Floresta, que pediram para serem fotografados ao seu lado. Quando passei, ele me parou para alguns minutos de prosa sobre política. No bate-papo informal, mesmo tentando disfarçar, Júlio confirmou uma informação que tenho: o mais reverenciado, abraçado e aplaudido dos integrantes da chapa de Nilson Leitão ao Senado, não é Leitão e muito menos Zé Márcio Guedes, mas sim, ele, Júlio.

Confiante na vitória Júlio citou que além da chapa pela qual concorre, há outras com aparentes bons desempenhos. São elas, sem ordem de prevalência: Coronel Fernanda (Patriota), Procurador Mauro (PSOL) e Carlos Fávaro (PSD).

Político que foi prefeito de Várzea Grande, três vezes deputado federal, governador e senador, Júlio é uma das maiores lideranças em Mato Grosso e, jamais, trocou de partido. É filiado e dirigente do Democratas desde os idos de 1970, quando o partido se chamava Arena. Mesmo com essa bagagem Júlio não é candidato ao Senado, mas a primeiro suplente de Nilson Leitão (PSDB) numa chapa se completa com Zé Márcio Guedes (PL).

Disse a Júlio que ontem, eu estava num município do Vale do Araguaia, onde ouvi de candidatos locais a vereador, que na recente visita que ele, Leitão e Zé Márcio fizeram àquela cidade, moradores o aplaudiram, o abraçaram e o elogiaram, enquanto Leitão ficou restrito a alguns correligionários tucanos, e Zé Márcio não passava de um zero à esquerda. Civilizado e sem querer semear discórdia entre seus companheiros nesse afunilamento de campanha, Júlio disse que não foi bem assim,

Júlio tinha pressa para atender outros compromissos. Eu também queria botar fim à conversa. Pedi licença pra me retirar e o provoquei: então vou escrever que algumas pessoas mentiram sobre sua popularidade no Araguaia! Isso mexeu com o lado explosivo de Júlio e, por mais que tentasse desconversar, admitiu: por onde passamos nessa campanha a população dedicou carinho especial a Júlio Campos.

ZÉ MÁRCIO – A chapa de Leitão se completa com Zé Márcio, que é o tipo de candidato chamado de chuchu. Zé Márcio foi o nome encontrado pelo senador Wellington Fagundes, que controla o PL, para disputar o Senado numa suplência, já que o partido não tem deputado federal nem estadual, nem conta com ex-prefeito ou ex-deputado com peso político para concorrer ao Senado.

Wellington ensaiou lançar para senador o presidente da associação dos prefeitos (AMM), Neurilan Fraga, quando a eleição suplementar estava marcada para 26 de abril, mas Neurilan não emplacou e jogou a toalha. A segunda opção seria seu assessor no Senado, ex-vereador e ex-prefeito eleito pela Câmara, em Rondonópolis, Ananias Martins, mas Ananias está enrodilhado de ações que poderiam inviabilizar o registro de sua candidatura. Sem alternativa Welllington recorreu ao seu também assessor Zé Márcio, para compor chapa cm Leitão e Júlio.

RESUMO – Leitão pega carona na popularidade de Júlio. Zé Márcio, por ser estranho não atrapalha, mas em compensação não ajuda: fardo pesado para Júlio carregar.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTO: blogdoeduardogomes em arquivo