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Cassada, Selma levaria Mato Grosso a eleição inédita

Selma em campanha
Selma em campanha

Tempo se fecha sobre o mandato da senadora Selma Arruda (PSL). Nesta semana a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) parecer favorável à cassação de sua chapa, que foi cassada por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), por abuso de poder econômico e caixa 2. Caso o TSE mantenha a decisão do TRE, Mato Grosso terá sua primeira eleição suplementar estadual, o que até então somente aconteceu no plano municipal.

Selma caindo arrastaria consigo os suplentes e correligionários Beto Possamai (primeiro) e Clerie Fabiana. Essa situação levaria à realização de eleição suplementar para um mandato manga curta no Senado. A Justiça não aceitou o pedido de Carlos Fávaro (PSD), que foi o candidato mais votado entre os não eleitos, para assumir a cadeira da senadora.

Após a divisão territorial em 1977, que criou Mato Grosso do Sul, Mato Grosso teve uma eleição atípica ao Senado e o preenchimento do cargo de governante por um governador constitucional.

SENADO – Na eleição de 1978 haviam três vagas de senador a serem preenchidas por Mato Grosso, e nos demais estados, duas. Isso por conta da divisão territorial que deixou os mato-grossenses sem representação no Senado. À época, o regime militar determinou que um senador fosse biônico, e a escolha recaiu sobre Gastão Müller (Arena), para cumprir mandato de oito anos. Entre os dois que seriam eleitos, o mais votado seria senador por oito anos, e o menos, por quatro, para manter a tradição da renovação alternada entre um e dois senadores. O mais votado foi Benedito Canellas, da Arena, e Vicente Vuolo, correligionário de Canellas recebeu a menor votação.

Portanto, em 1978 Mato Grosso elegeu Vuolo senador para mandato de quatro anos e os militares nomearam Gastão Müller, para oito anos, além de Canellas, legitimamente eleito para oito anos.

GOVERNO – Em 1986 Carlos Bezerra se elegeu governador com o vice e seu correligionário no PMDB, Edison de Freitas. Em maio de 1990 Bezerra deixou o governo para disputar sem sucesso o Senado. Edison de Freitas assumiu o Paiaguás, mas sofreu um grave acidente aéreo em Chapada dos Guimarães e teve que renunciar em razão do tratamento a que se submetia. O presidente da Assembleia Legislativa, Moisés Feltrin, assumiu o governo constitucionalmente e permaneceu no cargo por 34 dias até a posse de Jayme Campos, que venceu a eleição naquele ano.

 

Ribeirão Cascalheira

 

Luzia prefeita em eleição suplementar
Luzia prefeita em eleição suplementar

A última eleição suplementar em Mato Grosso aconteceu em 7 de abril deste ano, em Ribeirão Cascalheira. Luzia Nunes Brandão (SD)  venceu o pleito com 2.274 votos numa chapa que se completava com o vice Antônio de Morais Pinto Júnior. O segundo colocado foi Wiser Barbosa Moura (MDB), que cravou 1988 encabeçando uma chapa com o vice Altamiro Schneider, o Nego Xinai(PSB). É a segunda prefeita do município.

Luzia presidia a Câmara (eleita em 2016 com 249 votos) e ocupou o cargo de prefeita com a cassação do prefeito Reynaldo Fonseca Diniz (PR) e de seu vice Gleison Oliveira, também republicano, por crimes de abuso de poder político e de poder político na campanha eleitoral de 2016.  À época Reinaldo era prefeito e a Secretaria de Saúde do município realizou 460 exames oftalmológicos em eleitores e seus parentes, em troca de votos. Por esse crime prefeito e vice foram cassados e o secretário de Saúde, José Barros Lima sofreu condenação.

A eleição suplementar realizada dois anos e três meses após a posse de Reynaldo e Gleison é decorrente da morosidade da Justiça Eleitoral, uma vez que os crimes foram praticados antes do pleito de 2016.  O entra e sai de prefeito ao longo do mesmo mandato é extremamente nocivo à administração, além do custo financeiro da eleição, que em Ribeirão Cascalheira foi coordenada pela Zona Eleitoral de Canarana.

REYNALDO  – O ex-prefeito Reynaldo era vice-prefeito e chegou ao cargo em 2013, com a morte da prefeita Patrícia Fernandes. Em 2016 venceu o pleito e se manteve na prefeitura ao vencer Wiser, que acaba de ser derrotado por Luzia – Reynaldo recebeu 2.635 votos e Wiser 2.358.

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Flickr de campanha

2 – Arquivo blogdoeduardogomes

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