Bolsonaro, seus filhos, ontem e hoje
Chega Bolsonaro! Em Cuiabá parte da população repete o que uma fração diz por todos os cantos do Brasil: Chega Bolsonaro!
O descontentamento dessa parcela brasileira é grande. Chega Bolsonaro! São vozes que criticam duramente o presidente por seu estilo de governo e pela ingerência de seus três filhotes, uma espécie humana de Huguinho, Zezinho e Luisinho, famosos sobrinhos do Pato Donald. Meninos danados, que metem o bedelho em tudo e mais um pouco. Estamos a um passo da familiocracia palaciana, algo que na visão dos descontentes é muito mais grave do que o enriquecimento do laborioso Fábio Luís Lula da Silva, ou simplesmente Lulinha, filho do presidente Lula da Silva, que num passe de mágica deixou de ser tratador de elefante no zoo de São Paulo, onde recebia R$ 600 mensais pra se tornar milionário.
Francamente, Bolsonaro! Da porta da casa pra dentro e pra fora seu governo perde no comparativo com o de seus antecessores Lula da Silva e Dilma Rousseff – diz a oposição. De que adianta Huguinho, Zezinho e Luisinho darem tanto pitaco, mas continuarem pobres?
Como diriam seus criticos, Bolsonaro: seu governo é insonso, não tem nem escândalo financeiro. Francamente…
Bolsonaro, fique alerta. Oposição em Mato Grosso é tiro e queda. Em 1888 o segundo-tenente do Exército, Cândido Mariano da Silva Rondon ajudou Benjamin Constant conspirar contra o imperador Dom Pedro II e o derrubou. Em abril de 1964 o coronel do Exército, Carlos de Meira Mattos invadiu a sede do governo federal em Brasília à frente de soldados do agora 44º Batalhão de Infantaria Motorizado – dando o tiro de misericórdia no governo Jango.

Com esse seu governo de austeridade, que não engole corrupção, não favorece os ditos líderes sindicais – segundo sua oposição por aqui – sua queda será inevitável. Tanto assim, que até mesmo entre quatro paredes do PSL há questionamento ao seu nome. O grande líder Nelson Barbudo, estreante em política e campeão nas urnas (126.249 votos) em Mato Grosso ao cargo de deputado federal, o abandonou. Não se esqueça Bolsonaro, que o eleitor mato-grossense votou em você por conta de Barbudo, pois sua candidatura ganhava luminosidade com o brilho daquele seu benfeitor eleitoral. Descontente com seus atos, Bolsonaro, Barbudo não o quer ver mais. Ontem, numa crise nervosa, o parlamentar deu um murro com tamanha força em sua mesa na Câmara, que o quadro de Joaquim Silvério dos Reis despencou-se da parede caindo sobre a imagem de São Judas Iscariotes e a deixou em cacos
Não somente Barbudo, mas todos os que lhe fazem oposição, Bolsonaro, comparam seu governo com os do PT e no setor de transporte, o esmagam:
Você deu em concessão por 30 anos, quatro aeroportos mato-grossenses, por R$ 40 milhões com ágio de 4.737%. São eles: o Marechal Rondon, em Várzea Grande; o Maestro Marinho Franco, em Rondonópolis, o Presidente João Figueiredo, em Sinop; e o Piloto Oswaldo Marques Dias, em Alta Floresta. Na verdade, você tirou um abacaxi das mãos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas em compensação ninguém por aqui levou vantagem nessa operação, como reza a tradição entre quatro paredes aos moldes petistas.
Pra oposição a você, Bolsonaro, a regra por aqui é outra. Em menos de 10 meses neste ano, a comunista reitora da UFMT, Myrian Serra gastou exatos R$ 1.370.029,48 em passagens aéreas. Enquanto isso, mal começou seu governo, a Magnífica foi colhida de surpresa com um contingenciamento de parte do orçamento. Ora ora Bolsonaro, isso não se faz. A doutrina dos camaradas precisa voar.
Seu ministro da Educação, de nome complicado, Abraham Weintraub, resolveu a situação e mandou abrir a torneira do orçamento contingenciado, mas o chororô por aqui continua. Imagine Bolsonaro, com o contingenciamento a Magnífica quase não pisou em Mato Grosso. Se a dinheirama continuasse jorrando como nos velhos tempos nossa UFMT correria o risco de ver sua reitora embarcando para um passeio em Marte – que afinal é planeta vermelho.
A oposição ao seu governo não engole sua opção portuária. Enquanto Lula da Silva e Dilma Rousseff injetaram milhões de dólares a fundo perdido no cubano porto de Mariel para o regime da Ilha exportar charutos – o bom Havana – você teima em concluir a pavimentação da BR-163, a Cuiabá-Santarém pra nós ou Santarém-Cuiabá para os paraenses. Que estrada é essa? Só pra criar logística de escoamento pelo porto de Miritituba? Logística pra exportar a burguesa Glycine max, que os agricultores teimam em chamar de soja? Só pra afagar aquela leguminsoa que não tem serventia para nada, a não ser pra fabricar ração que alimenta peixes, aves, bovinos, suínos, caprinos e ovinos? E pra produzir bife, leite e óleo vegetal? Só pra derramar bilhões na economia mato-grossense? Por isso a oposição diz que seu governo é familiocrata, insonso, sem escândalos, igual aquele que Juscelino Dourado, de Rondonópolis, e chefe do Gabinete de Palocci, patrocinou nos bons tempos do petismo e de Mariel.
Essa mesma oposição também não aceita sua mania de desenvolvimento. Onde já se viu mandar o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas a São Félix do Araguaia e a Gurupi (TO), pra anunciar que seu governo abraça a construção da Transbananal, a rodovia que escoará commodities agrícolas do Vale do Araguaia em Mato Grosso ao terminal de embarque de grãos da Ferrovia Norte-Sul em Gurupi? Onde já se viu criar estrutura para o aproveitamento turístico do Araguaia nos municípios de São Félix, Luciara e região?
Francamente, Bolsonaro. A oposição nunca o perdoará pelo que se espera para o Araguaia. Afinal, aquele solo é místico para a esquerda. Você já ouviu falar de Dom Pedro Casaldáliga, aquele bispo prelado de São Félix, ora emérito? Pois foi naquela região que ele coordenava invasões de propriedades rurais em volume tão grande, que somente agora, com sua aposentaria, a região começa a melhorar seus indicadores econômicos e sociais, que foram muito prejudicados pela balbúrdia agrária naquela área. Isso sem falar no saudosismo das ‘viúvas’ da Guerrilha do Araguaia.
Finalmente, Bolsonaro, a oposição prepara sua crucificação política. Em 2012, os petistas fomentaram a ação do Estado Brasileiro contra mais de cinco mil moradores na vila de Estrela do Araguaia (também chamada de Posto da Mata) e sua zona rural. Em dezembro daquele ano, policiais avançaram com tratores sobre as casas, igrejas, postos de saúde, escolas e por tudo mais que se possa imaginar. Todos foram arrancados de seus lares para o surgimento de uma reserva indígena naquela área onde antes foi a fazenda do Papa (Sua Santidade, sim senhor!). Seus opositores imaginaram que você faria o mesmo com Jarudore, no município de Poxoréu, mas o tiro saiu pela culatra. Você frustra seus adversários.
O questionamento poderia terminar no parágrafo anterior, mas é preciso lembrar que seu governo com Huguinho, Zezinho e Luisinho deixou a oposição de calças curtas. Eles insistiam que você sepultaria o programa Bolsa Família. Acontece, Bolsonaro, que ao invés de fazer o que eles diziam, você instituiu o 13º para os contemplados. Francamente… assim, em Mato Grosso, não há oposição que resista.
Eduardo Gomes de Andrade – jornalista em Cuiabá
eduardogomes.ega@gmail.com
FOTOS:
1 – blogdoeduardogomes
2 – Agência Brasil
Comentários excepcionais. De Brasília para Mato Grosso. A repercussão da política nacional nos meandros estaduais e seus reflexos diretos. Cacetada em vários defensores da moral esquerdista. Parabéns Brigadeiro.