Turismo político de vereadores e prefeitos para um Congresso e eleição na UCMMAT deve custar dois milhões e setecentos mil reais ao contribuinte
Edclay Coelho (PSD), de Vila Bela da Santíssima Trindade, é o novo presidente da União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMMAT). Com 196 votos Edclay derrotou Renato Beraldo da Silva (PSD), de Água Boa, que cravou 172 votos; e João Machado Neto, o Bang ((PSB), de Nova Xavantina, com 97 votos – registrou-se um voto em branco. Seu mandato será de dois anos.
Mato Grosso tem 141 municípios e 1.404 vereadores (189 mulheres), mas somente 68 câmaras são filiadas a UCMMAT. Na eleição de Edclay, realizada ao longo da quinta-feira, 27, compareceram 465 aptos ao voto.
Edclay substitui Renato Beraldo, que há dois anos foi eleito vice-presidente e chegou ao cargo com a queda do titular, Rafael Piovezan (PP), de Acorizal, que teria cometido improbidade administrativa na função. Antes de Piovezan as então presidentes Edileusa Ribeiro (PTC), de Peixoto de Azevedo, e Ismaili Donassan (PP), de Colíder, também deixaram o cargo pela mesma razão.
A eleição não teve a participação da maioria dos vereadores, mas interessados na disputa inclusive fizeram campanha de adesivação. Na calçada próxima à sede da UCMMAT, dois vereadores por Nova Xavantina distribuíam praguinhas e pediam voto para Edclay. Valteri Araújo da Silva (DEM) e Elias Bueno de Souza (PSDB) defendiam a eleição do vereador por Vila Bela, num claro enfrentamento com Bang, ex-presidente da Câmara de Xavantina,
Próximo ao local de votação na sede da UCMMAT, dezenas- centenas, diria – de veículos oficiais de câmaras e prefeituras ocupavam as laterais das ruas, enquanto seus passageiros votavam e participavam da disputa pelo comando da entidade que congrega vereadores.
Dinheiro público
Desde 24 deste fevereiro Cuiabá está tomada por vereadores e prefeitos, que participaram de uma série de eventos voltados para eles. De 25 até hoje, 27, aconteceu o Congresso de Vereadores e Assessores Municipais, promovido pela União dos Vereadores do Brasil (UVB), com apoio da UCMMAT, associação dos prefeitos (AMM) e Assembleia Legislativa. Esse evento foi prestigiado por prefeitos. vereadores e secretários municipais. Estimando-se que mil autoridades municipais participaram do congresso e da votação, e que os mesmos permaneceram (na verdade permanecem) em média seis dias em Cuiabá, com custo diário girando em torno de R$ 450 (levando-se em conta a diária dos cinco principais hotéis frequentados pela classe política municipal e outros custos), o que resultaria numa facada de R$ 2.700.000 nos cofres públicos que também atende pelo nome de contribuinte.
Esse gasto com o custo diário de vereadores, prefeitos e assessores, em nada contribui com Mato Grosso. O Congresso não passa de evento para marcar posição para a UCMMAT – a AMM também usa essa tática: promove simpósios, palestras, seminários etc. para mostrar que existe; nada mais do que isso.
Vereador que participa de tais eventos ou recebe diária ou tem direito à verba indenizatória (VI). Isso sem contar diárias de motoristas, desgaste de veículos etc. É o chamado Custo democrático caboclo.
Câmara, que é a instituição do vereador, tem por princípio fundamental fiscalizar os atos do prefeito e elaborar leis. Em Cuiabá, a Câmara tem orçamento para este 2019 de R$ 57 milhões.
ENTIDADES – UCMMAT e AMM são entidades que representam políticos no exercício do cargo. A primeira é pelo vereador, e a outra, pelo prefeito. Na verdade nenhuma delas é pelo município.
Redação com duas fotos de blogdoeduardogomes
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