Segundo analistas ainda não se pode falar em trancamento da exportação, por longo período, nem temer por suas consequências. Mas, o cenário momentâneo é de preocupação para a cadeia pecuária. Essa luz amarela tem razão de ser. A China e Hong Kong (uma de suas regiões administrativas especiais) importaram em 2018, 599,4 mil toneladas de carne bovina brasileira e desembolsaram US$ 2,54 bilhões (FOB) por esse produto que é estratégico para alimentar boa parte dos 2,8 bilhões de pares de olhinhos puxados.
A recente notificação em Mato Grosso de uma caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, também conhecida como mal da vaca louca (o local é mantido a sete chaves pelo Instituto de Defesa Agropecuária/Indea, que revela somente que se tratou de uma vaca para abate).
O fato é extremamente grave porque a doença é transmissível a humanos. O Ministério da Agricultura – na mesma nota sobre a China – acrescentou que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) determinou o encerramento do caso sem alteração do status sanitário brasileiro, que segue como risco insignificante para a doença.
A China é o principal parceiro comercial de Mato Grosso e sua política sanitária animal é extremamente rigorosa. Vaca louca pode estar associada à alimentação do bovino afetado – por ração que contenha vísceras de animais.
Trata-se de um doença transmissível aos humanos, mas ao mesmo tempo é um problema de concorrência no mercado internacional. Austrália e Argentina podem voltar seu olhar para Pequim visando exportação de carne. A Nova Zelândia, grande produtora de lácteos, também poderá se beneficiar.
Apesar da gravidade do problema, o governador Mauro Mendes faz silêncio sobre o fato.
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3 – No caso da China, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil suspendeu temporariamente a emissão de certificados sanitários até que a autoridade chinesa conclua sua avaliação das informações já transmitidas sobre o episódio, cumprindo-se, assim, o disposto no protocolo bilateral assinado em 2015.
Redação blogdoeduardogomes
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