Pois não é, seo menino, que aquela baianinha agora é Santa. Sim. É a primeira Santa brasileira. Até então, e desde 2011, era beata por decisão do papa Bento 16. Agora, o Vaticano acaba de anunciar sua canonização pelo argentino papa Francisco.
A Bahia agora não é apenas de todos os santos. É de todos os santos e da Santa Irmã Dulce. Aleluia!
Muito além do sentimento religioso para a comunidade católica apóstolica romana, a canonização de Irmã Dulce é uma conquista para todos os brasileiros, por seu significado para o verdadeiro trabalho social, atendendo os que atravessam esse vaso de lágrima suspirando, gemendo e chorando.
Axé, Francisco! O Brasil em peso dobra os joelhos à memória da baianinha Maria Rita de Souza Brito Ribeiro, soteropolitana de 26 de maio de 1914 e que ao receber o hábito na segipana São Cristóvão tornou-se a freira Irmã Dulce Lopes Pontes, da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição Mãe de Deus, que permaneceu entre nós até 22 de maio de 1992.
Alguns, imaginando que assim a elevavam, costumavam chamá-la de Madre Teresa Brasileira, em alusão ao anjo de Calcutá. Nada disso. Irmã Dulce e Madre Teresa não se compara, se separa. Deus as deixou em pontos distintos para que a Luz Divina pudesse brilhar mais intensamente na Índia, de igual modo de Gandhi, e na Boa Terra também de Mãe Menininha e Divaldo Franco.
Na Terra, desde menina, Irmã Dulce trabalhou. Da eternidade vê as trevas brasileiras que nós ajudamos a criar, que não nos interessa superar. Agora Santa, que aquela baianinha porreta cubra o Brasil com a luz que precisamos para iluminar o caminho dos irmãos engolidos pela ganância do semelhante, dos que se perderam no vício, dos que buscam a violência pela violência, dos semeadores da discórdia humana, dos marginais, dos políticos corruptos, do sindicalismo pelego, dos vendedores de Cristo nos altares monetarizadaos de igrejas, dos pais que geram e não embalam, dos avarentos, enfim, que sua luz mostre o caminho a grande parcela desse país que está ao avesso.
Com sua bênção, Mainha.
Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com
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