Uma santa da Baianidade e da Nacionalidade

Bahia de todos os santos e de todos os encantos, de todos credos e de todas as raças é o berço do Brasil e de uma porreta que recebeu o nome de Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a religiosa Irmã Dulce, que no abençoado domingo 13 de outubro de 2019 recebe do papa Francisco a canonização e se torna Santa Dulce dos Pobres.

A Baianidade e a Nacionalidade se curvam à Santa Dulce dos Pobres, por sua obra humanitária. Muito além da igreja católica e de seus dogmas, no Brasil todos somos essa baianinha de frágil aparência física, de fala mansa, de gestos suaves, que atendia por Irmã Dulce,  da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus

A Santa Madre beatificou e canonizou uma freira, mas foi a idiossincrasia brasileira, com todos os credos e os que renegam a espiritualidade quem ganhou uma santa. A igreja católica exigiu a comprovação de dois milagres operados pela religiosa, para santificá-la. O Brasil foi menos exigente, ou melhor, nada exigiu. Ao país bastou lançar o olhar sobre sua obra social para entender que a santificação daquela doce criatura se justificava por cada um de seus atendimentos aos filhos pobres da Terra do Senhor do Bonfim. Axé Santa Dulce dos Pobres!

Não somente as mãos de Francisco se levantarão pela canonização da nossa santa brasileira. Na Bahia, a Igreja do Bonfim e todos os templos católicos dirão amém. Naquela Boa Terra, atabaques ecoarão nos terreiros dos cultos afros louvando os orixás por Santa Dulce dos Pobres.

Evangélicos, que não idolatram e refugam os conceitos para a santidade criada pelo catolicismo, refletirão no domingo da canonização. Em nome da obra social ímpar de Irmã Dulce rogarão ao Pai pela Santa Dulce dos Pobres.

Que todas as vozes se juntem ao coro da Baianidade e da Nacionalidade. Que todos os corações batam ao ritmo da paixão Que o Brasil respire por Santa Dulce dos Pobres.

Uma auréola não faz Irmã Dulce mais santa para o Brasil. Mas, esse rótulo junta ao sentimento nacional o reconhecimento da Igreja de Pedro, a apóstolo pescador e vacilante que Jesus amou e ao qual conferiu poder para ligar ou desligar o ser humano do reino de Deus.

Santa Dulce dos Pobres  o Brasil se rende aos seus pés. Derrame bênçãos sobre essa Terra de Santa Cruz e não cesse de interceder por seu povo, que é fraco, vacilante e que costuma se acomodar.

Como se diz na Terra do Senhor do Bonfim: Com sua bênção, Mãinha Santa da Baianidade e da Nacionalidade.

Eduardo Gomes de Andrade – Jornalista

eduardogomes.ega@gmail.com

 

 

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