Um Museu da Corrupção para Mato Grosso

Museu da Corrupção! Proposta sensacional e inédita no Brasil. Essa foi a sugestão que recebi nesta terça-feira, 30, do colega Enock Cavalcanti. “Lança uma campanha pela criação (do museu), que Mato Grosso em peso vai apoiá-la. Ambiente mais propício pra ouvi-la, impossível. Estávamos na Sala de Imprensa da Câmara Municipal de Cuiabá. Do outro lado do vidro, 25 vereadores e à frente deles a cadeira presidencial que já foi ocupada por Chica Nunes e João Emanuel, dentre outros. Era pegar ou largar. Peguei.

Saí da Câmara e no trânsito comecei a imaginar como seria o Museu da Corrupção. Não deveria ser algo futurista nem parecido com os tradicionais museus mundo afora. Se é da Corrupção, que tenha o formato de uma casa popular – dessas construídas aos milhares em Mato Grosso. Liguei para Generino, mestre do traço. Expliquei o que queria e sugeri que não deixasse de hastear nossa Bandeira ao lado da construção. A arte é essa que nos enche os olhos.

Por maior que seja o Museu da Corrupção não terá espaço suficiente para espelhar a improbidade entranhada nos poderes, há décadas, deslavadamente.

Mentalmente o dividi tematicamente dando a cada ala o nome ou o ato de personagem que foi manchete sobre tal tema.

O mezanino mesmo destacado logo na entrada não seria o ponto alto, pois todos os quadrantes da construção mereceriam igual destaque.

Paletó, MT 100% Equipado, Seduc, VLT, Secopa, propina de Silval Barbosa a conselheiros do TCE, pães em Confresa, semanada em Rondonópolis, Máfia das Ambulâncias, Precatórios, Cartilhas do Senar, Calcinhas na Assembleia, Detran, Mensalão, Compra de vaga no TCE, venda de sentença eleitoral, Pacenas, Ararath, Notas promissórias da Assembleia Legislativa, emissão fraudulenta do CAR pela Sema, Rodoanel (também conhecido por Roubanel), Caixa 2, Mensalinho de Riva, Mensalinho de Silval, candidatas laranjas etc.

O tempo foi curto para relacionar os escândalos que podem dar nomes às alas do Museu da Corrupção. Além disso, é preciso estabelecer ordem cronológica para a apresentação. Claro que alguns desses escândalos ainda estão pendentes de julgamento e que não se pode desconsiderar a presunção da inocência, mas nem por isso podem deixar de serem citados – até mesmo como forma de cobrança para sua elucidação.

Para que o Museu da Corrupção seja bastante democrático é preciso a participação do internauta na sugestão de escândalos para a formação de seu acervo. São tantos os casos relevantes, que alguns podem ser esquecidos pela matéria – daí a importância da participação do leitor.

Vamos criar o Museu da Corrupção na esperança de que ela realmente se torne coisa de museu, que saia da realidade e entre para a página dos registros históricos.

Redação blogdoeduardogomes

ARTE; Generino

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