ESTA É A REGRA USADA PELA CÂMARA DE ALTA FLORESTA PARA DISTRIBUIR SEUS ANÚNCIOS
Na semana passada usei as redes socais para comunicar sobre a retaliação que o jornal Mato Grosso do Norte, vem sofrendo por parte da Câmara Municipal de Alta Floresta. O jornal foi excluído da lista dos veículos que publicam os anúncios do poder Legislativo.
O que faço questão de esclarecer neste contexto, que o xis da questão não é o dinheiro que iríamos receber pela publicação de mídias institucionais. Lógico que um veículo de comunicação, visa o lucro para assegurar sua sobrevivência no mercado. No entanto, isto não significa que tenha que relativizar a sua função de informar a sociedade, com bases nos pilares da ética do jornalismo.
O importante é ressaltar a repugnante e nefasta tentativa da dita casa de leis, de querer amordaçar, controlar e boicotar o jornal, por não abrirmos mão de sermos isentos nas informações que levamos aos nossos leitores.
Para receber as mídias institucionais da Câmara de Alta Floresta [pelo menos no caso de Mato Grosso do Norte] não se pode publicar matérias que contrariem alguns de seus vereadores. Tem-se apenas que tecer elogios, de bajular e fazer puxa-saquismo. Mas a verdade não pode ser dita.
O vereador que preside o Poder Legislativo, quando comunicou que Mato Grosso do Norte não iria mais receber anúncios da Câmara, citou uma matéria que o jornal publicou, com as ações dos vereadores em 2019. As informações usadas na reportagem são do Portal da Transparência da própria instituição. E o volume de trabalho de alguns, conforme os dados que estão lá publicados [se não foram apagados] provam que alguns vereadores, não justificam o salário que recebem.
Os vereadores que foram minimamente propositivos se ofenderam, como se o jornal fosse culpado por estes não trabalharem e serem inaptos como parlamentares.
Na sequência, o presidente disse que os vereadores Marcos Menin, Cidão e Tuti não aceitam que o jornal Mato Grosso do Norte receba valores provenientes da Câmara, e alegou que o jornal estaria sendo usado com finalidade política. E para voltar a receber os anúncios, eu teria que falar com os vereadores Cidão e Marcos Menin. Coisa que eu jamais faria, porque não sou homem de me apequenar, de ser relativo com minha dignidade.
Portanto, fica claro que, o relevante, não é o fato de o jornal Mato Grosso do Norte ser excluído de receber anúncios da Câmara, mas sim a forma sórdida como o dinheiro público, destinado a publicidade da Câmara Municipal de Alta Floresta, está sendo usado pelos gestores do poder Legislativo, para tentar amordaçar os que não se dobram e não aceitam ser manipulados.
Os critérios e regras usados pela mesa Diretora da Câmara para direcionar as suas mídias é assim:
– O jornal tal fez uma matéria que desagradou os vereadores. Corta os anúncios porque não está falando bem de nós;
-Oh o dono do jornal tal decidiu ser candidato, corta os anúncios do jornal dele…
E assim sucessivamente.
O que eu pergunto a você, cidadão de Alta Floresta, você leitor de Mato Grosso do Norte, é se esta atitude é digna de membros do Poder Legislativo de nossa cidade, ou é a política asquerosa da iniquidade, da perseguição, do asco e da abjeção?
O que preocupa, entretanto, é os demais vereadores acharem estas retaliações normais e se calarem diante de uma atitude indigna, mesquinha e inapropriada para um Poder Legislativo. E permanecerem inertes, impassíveis com o uso amoral dos recursos públicos do município, que estão sendo usados de acordo com a vontade pessoal de certos vereadores. Atitude própria dos que são pequenos, dos menores, dos tacanhos! Dos que não dignificam o cargo que ocupam.
Na verdade, esta perseguição teve início porque eu comecei a participar do processo político e pela forma que escolhi para fazer política, de não se envolver com pessoas que são políticos profissionais. Figurinhas carimbadas.
Ademais, separo e não misturo política com o jornal. Minha empresa, minha profissão e o meu trabalho é de onde vem o sustento de minha família.
Agora, o fato e eu ser dono de uma empresa de comunicação, não me tira o direito de participar do processo político, se ser candidato a cargo eletivos. Eu tenho vontade e quero participar! E como cidadão, é um direito legítimo que me cabe.
José Vieira do Nascimento é diretor e editor de Mato Grosso do Norte
mtnorte@terra.com.br