SITES: Sem mais a acrescentar

Ao invés de quantidade, qualidade. Creio que seja esse o caminho que resta aos sites mato-grossenses. Também acredito que se mantida a política de comunicação em curso a tendência não seja nada animadora: redução dos acessos, descrédito editorial, o fim.

Hoje, pela manhã, dediquei um tempo pra pesquisar sites mato-grossenses em Cuiabá e outras cidades. O noticiário predominante entre eles é o texto comum.

As notícias policiais são as mesmas em quase todas as páginas. O teor divulgado por assessorias políticas e de entidades, idem.

Entre eles a exclusividade (ou quase isso) fica por conta de matérias de interesse comercial, que os empurra ao noticiário de loas aos Poder em sua amplitude.

Infelizmente essa é a comunicação que temos. Salvo um lampejo de lucidez editorial aqui, ali e acolá, a vala comum escancara a boca e engole o mais novo canal jornalístico, que não tem fronteiras geográficas pela força da internet.

Sei que Mato Grosso lê pouco. Avalio que mantido a prática editorial de agora, a tendência seja a redução dos internautas nas páginas mato-grossenses de notícias.

O mercado editorial está nas trevas em Mato Grosso. O investimento públicitário privado é mínimo. A mídia institucional, por sua vez, despeja milhões em sites, TVs, rádio, jornais e revistas. Essa montanha de dinheiro exige um casamento implícito da linha editorial com o interesse do anunciante. Daí surge o atrelamento, que tão bem conhecemos.

O quê da questão é complicado.

A postagem de matérias que firam interesses do Poder, em nome da ética jornalística, não resulta em aumento do número de acessos. A apatia do internauta às vezes chega até a desmotivar o jornalista que luta pela independência editorial.

Ao consumado casamento da mídia institucional com veículos de Comunicação, consciente ou inconscientemente se junta o internauta que insiste na leitura de seus conteúdos, e que não opta pelo jornalismo desatrelado.

Estamos na vala onde o Poder chafurda abraçado aos jornalistas amigos. Estamos nessa vala, no escuro. Estamos nessa vala, no escuro e sob o silêncio quase coletivo mato-grossense.

Estamos nessa vala, no escuro, sob o silêncio quase coletivo mato-grossense e sob o crítico olhar do internauta que poderia fortalecer o veículo de Comunicação que tenta fazer jornalismo independente.

Estamos nessa vala, no escuro, sob o silêncio quase coletivo mato-grossense, sob o crítico olhar do internauta que poderia fortalecer o veículo de Comunicação que tenta fazer jornalismo independente e diante da indiferença do mercado publicitário editorial.

Sem mais a acrescentar.

Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

FOTO: Meramente ilustrativa

 

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