Os governos de Silval Barbosa e Pedro Taques tiveram mais escândalos na Casa Civil do que o governo do democrata Mauro Mendes. Essa é uma constatação, mas se vista na amplitude pode ser injusta. Afinal, Mauro Mendes ainda não completou dois anos à frente do Palácio Paiaguas, enquanto seus antecessores Silval e Pedro governaram por mais tempo. Afinal, que comparativo é esse? É sobre prisão de secretário da Casa Civil, que ontem teve seu mais novo capítulo: a prisão em flagrante de Wanderson de Jesus Nogueira, adjunto de Administração Sistêmica.
Na noite de ontem, 24, Wanderson foi preso em flagrante, na Casa Civil, pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP). O secretário tinha em seu poder R$ 20 mil. Em nota sem citar o nome de Wanderson, o Gaeco informa que a dinheirama seria propina paga por uma empresa favorecida numa licitação.
Propina para favorecer licitáção é o tipo de crime que não é cometido isoladamente, pois o processo licitatório é submetido a vários setores e servidores. Por analogia é o mesmo que acontece com apreensão de drogas. Se prende o traficante, mas por trás dele há uma ramificação criminosa. A prisão é recente, e certamente o Gaeco esmiuçará esse que é o primeiro caso de corrupção explícita no coração do governo de Mauro Mendes – a poderosa Casa Civil,
O site não deixaria jamais de citar o nome do preso, pois sua omissão poderia macular a legião de secretários-adjuntos da Casa Civil, composta por Carlos Brito de Lima, de Relações Políticas; Adjaime Ramos de Souza, de Relações com os Municípios; Laice Souza, de Comunicação; e Cesar Claudiomiro Viana de Brum, de Proteção e Defesa Civil; além do preso – todos coordenados pelo titular Mauro Carvalho Júnior.
Comparativo
Sobre prisões na Casa Civil, Silval (2010/14) teve dois secretários em cana: Éder Moraes e Pedro Nadaf. Pedro (2015/18) teve um: Paulo Taques, seu primo, que foi parar atrás das grades logo após deixar o cargo, sob acusação de participação no escândalo Grampolândia Pantaneira – providencialmente abafado da cintura para cima; o detalhe é que o primo foi preso três vezes, o que segundo ácidos críticos de Pedro permitiria a Paulo pedir música no Fantástico.
Para não fugir ao tema prisão na Casa Civil o site não focaliza as incontáveis prisões de secretários e dirigentes de órgãos nos governos de Silval e Pedro.
Bilhete azul
Na manhã desta sexta-feira a página oficial do Governo de Mato Grosso postou nota revelando a imediata exoneração de Vanderson. A postagem antecipou que a próxima edição do Diário Oficial publicará o ato do bota-fora, mas fez silêncio sobre detalhes do caso. O governo não cita o nome da empresa que supostamente teria sido beneficiada na licitação, nem se outros servidores teriam participado do escândalo.
Claro que o governo de Mauro Mendes não tocou nesse assunto, mas seguramente deve ser grande a movimentação para o preenchimento do cargo de Vanderson, para recompor o inchaço da máquina administraiva paga pelo contribuinte.
Vanderson, preso em flagrante e aguardando audiência de custódia, não se manifestou por meio de advogado.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Michel Alvim – Site público do Governo de Mato Grosso