A história de Rondonópolis ganhou mais uma página de saudade. O corpo e Hermógenes Ramos Siqueira, o Tinô para todos nós, foi sepultado nesta sexta-feira, 12, naquela cidade; Tinô morreu na véspera, vítima de um infarto – ele estava a caminho do hospital e não resistiu.
Com o adeus de Tinô, Rondonópolis despede-se de uma de suas emblemáticas figuras do mundo do futebol, onde foi craque no amadorismo antes da criação do União Esporte Clube, e participou da fundação do Vila Aurora, o Tigrão da Vila.
Homem humilde, nascido em Santo Antônio de Leverger, Tinô escolheu Rondonópolis em 1958. Foi funileiro dos bons, com passagem pelo extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), levava vida pacata de pai e avô viúvo.
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Perde o futebol. Perde Rondonópolis. Perde também o ontem rondonopolitano, que cada dia mais e mais se volatiliza com a partida de seus personagens. A cidade cresce sem parar, cada dia é mais metrópole recheada de gente oriunda de todos os lugares e nascida entre os seus, e o crescimento tem ritmo imediatista, sem tempo para olhar o passado, buscar o DNA que a fez brotar no cerrado vermelho no ponto em que o Poguba começa a descida para o Pantanal.
Descanse em paz, Tinô. No seu tempo, quem corria era a bola pelos gramados. O ritmo de agora é outro, em busca de superlativos e mais superlativos, o que não tem nada a ver contigo, que era paciente para ouvir, conversava, vivia os amigos ao compasso do coração que nunca tem pressa. Enquanto isso, nós os antigos rondonopolitanos permanecemos na terra à espera do nosso adeus, que somente Deus sabe quando será, mas saiba que por mais que a cidade corra nosso estilo de vida será mantido e nele sempre haverá tempo de sobra para lembrar de você.
Foto publicada e postada na edição desta sexta-feira no Jornal A Tribuna www.atribunamt.com.br