O tema sobre a ferrovia não é a única justificativa para a visita do ministro. Sua assessoria informa que ele fará visitas técnicos aos centros de logística da cidade. Vale salientar que recentemente Tarcísio esteve em Rondonópolis para conhecer o terminal ferroviário da Rumo, que escoa commodities agrícolas para Santos, e que vistoriou a obra de duplicação da BR-163/364. Portanto, essa argumentação não se sustenta, pois não há outros centros de logística no município.
Pivetta antecipa que quer discutir a extensão dos trilhos da ferrovia da Rumo até o Médio-Norte, mas sequer cita seu ponto mais ao norte, para não criar atritos na esfera do bairrismo regional. Residente em Lucas do Rio Verde o governador em exercício naturalmente deverá pressionar para que sua cidade seja contemplada com o trem, mas acontece que 150 quilômetros adiante, em Sinop, começará a Ferrogrão, ferrovia que ligará aquele importante polo ao porto paraense de Miritituba, no rio Tapajós, diante de Itaituba. Isso porque o presidente Jair Bolsonaro assegurou que a construção da Ferrogrão está no programa ferroviário nacional e que o edital para sua concessão será publicado até o começo de 2020, mas que poderá acontecer ainda neste ano.
Interessante que nem o ministro nem o governador em exercício sinalizam para a integração dos portos de Santos e Miritituba via Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Se o objetivo é essa interligação, o debate deveria acontecer em Brasília, por sua amplitude nacional e teria que contar com representantes paulistas, sul-mato-grossenses, mato-grossenses e paraenses.
Na prática o governo federal tem dois projetos ferroviários, de imediato, para Mato Grosso: a Ferrogrão e o trecho de 383 quilômetros da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), entre Água Boa e a goiana Mara Rosa, à margem dos trilhos da Ferrovia Norte-Sul.
De tanto observar comportamento de políticos criei o ditado: Em falta de obra, manobra. Aguardemos pela manobra política em Rondonópolis, cuja despesa sairá do bolso do contribuinte. Finalizando sobre despesa, até agora o texto não incluiu os gastos de Wellington Fagundes com o debate. Acontece, que independentemente desse debate, o Senado tem despesa semanal regular com o senador em suas idas a Rondonópolis, onde reside. Os congressistas entre outros mimos recebem passagens aéreas de suas bases eleitorais para Brasília e vice-versa. É o Brasil.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo Agência Senado