Humberto Silva Baccin, o empresário preso na terça-feira (26) em Cuiabá, pela Polícia Federal, na Operação Paralelo Cinco, é a ponta do iceberg de desvio de recursos públicos para municípios na área da saúde no Rio Grande do Sul e São Paulo, com ramificações em outros estados. Na capital mato-grossense, Baccin é sócio com Diógenes de Abreu Fagundes no Centro de Reabilitação Psicossocial de Cuiabá (Creap), empresa que esteve a um passo de receber um mimo de 12,3 milhões da Secretaria de Estado de Saúde (SES), num contrato com dispensa de licitação para utilização de leitos do Creap de internação infanto-juvenil para tratamento mental. A prisão de Baccin poderá jogar o contrato no lixo. Diógenes, o sócio da Baccin, é filho do senador e pré-candidato ao governo Wellington Fagundes (PL) e marido da deputada estadual e pré-candidata ao Senado, Janaína Riva (MDB).
Baccin teve a prisão preventiva decretada pelo Juízo das Garantias da 2ª Vara Federal de Santa Maria (RS). Ele é acusado de liderar um esquema que dentre outras atuações, administra hospitais públicos em Jaraguari (RS) e Embu da Artes (SP), onde auditorias apuraram desvios que podem chegar a 340 milhões. Para prendê-lo e cumprir outra prisão preventiva e 24 mandados de busca e apreensão foi montada a Operação Paralelo Cinco, com suporte do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul e da Controladoria-Geral da União.
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Na noite de ontem (25) uma fonte da SES enviou um print do contrato do Creap. A mesma fonte revelou que o secretário Gilberto Figueiredo determinou “CD” na tramitação do documento. A sigla significa Celeridade e Discrição, e seria conhecida pela cúpula da Saúde Pública.
Burocraticamente o contrato esperava parecer técnico, quando aconteceu a prisão de Baccin. A partir de agora – avalia a fonte – a contratação poderá ser descartada ou mantida em banho-maria até que a poeira abaixe.
O caso não mereceu resposta por parte de Gilberto Figueiredo. Diógenes também permanece calado tanto quanto seu pai e sua mulher, que são figuras públicas.