Prefeita diz que seu afastamento é perseguição em ano eleitoral

Janailza: “É perseguição em ano eleitoral”
“Isso (seu afastamento da prefeitura) é perseguição em ano eleitoral”. Assim se expressou a prefeita de São Félix do Araguaia, Janailza Taveira (SD) ao comentar a determinação de seu afastamento do cargo, hoje, 17,  pelo luiz da 2ª Vara de seu município, Ivan Lúcio Amarante. Janailza não questionou a ordem judicial, explicou que não foi citada, mas que tão logo receba a citação, recorrerá.

A prefeita disse que a origem de seu afastamento é perseguição política, porque sua administração é muito bem avaliada por mais de 80% da população, mas que ainda assim uma Comissão Processante (CP) da Câmara Municipal apontou supostas irregularidades na construção de pontes na zona rural. Janailza disse que a CP alega que as pontes teriam sido feitas com madeira ruim, mas que a prefeitura teria comprado madeira de primeira qualidade; ela nega e observa que pontes construídas em 2017 recebem fluxo diário de veículos e nunca apresentaram problema algum.

A ação civil pública que resultou na determinação para o afastamento de Janailza por 15 dias foi proposta por Thais Mani Bezerra de Sousa, cidadã do povo, sob o argumento de que ela (prefeita) estaria pressionando testemunhas e vereadores de uma CP que investiga as obras nas pontes. A prefeita nega e revela que nunca foi ouvida pela CP e que os vereadores integrantes da mesma também não ouviram suas testemunhas.

A relatora da CP,  vereadora Patrícia Paiva (PSD), falou por telefone com blogdoeduardogomes, mas não revelou dados do relatório que apresentará no próximo dia 23, data em que a Câmara votará pela cassação ao não de Janailza, por conta da denúncia de improbidade administrativa nas obras de pontes, nos anos de 2017, 2018 e 2019. Patricia pediu tempo para antes conversar com sua assessoria jurídica e a presidente da Câmara, Rita Gomes (MDB).

Também por telefone, o vereador Antônio Miranda (Progressistas), que integrou uma CP anterior, instalada com o objetivo de apurar possíveis irregularidades nas obras de pontes, disse que o relatório (da CP) elaborado à época foi encaminhado ao Ministério Público, e que suas informações fundamentam a ordem para o afastamento de Janailza.

Tão logo o oficial de justiça localize Janailza era será citada e a Câmara dará posse ao vice-prefeito  José Divino Martins da Rocha, o Zé Divino (PMB). Afastada da prefeitura a prefeita terá um grande desafio pela frente: mostrar aos vereadores que não houve irregularidade na construção das pontes. Caso consiga, em breve voltará ao seu gabinete. Resta saber o tamanho do arranhão político que sofrerá com o afastamento judicial e a disputa com os vereadores (caso a vença). Se o desfecho for a cassação, com ela virá também a inelegibilidade para a eleição deste ano – Janailza é pré-candidata ao cargo que exerce.

A advogada Janailza Taveira Leite além de prefeita é a segunda vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM). Se for cassada será o segundo nome da diretoria da entidade a perder o mandato nos últimos 21 dias, por decisão de Câmara Municipal. Em 26 de junho o prefeito Jonas Canarinho (PSL), de Aripuaná e secrtário-geral da AMM, foi cassado por improbidade administrativa e em seu lugar na prefeitura assumiu o vice Adir Vieira Ferreira (PL).

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Facebok de Janailza Taveira

 

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