Intubado e sedado o ex-prefeito de Rondonópolis Adilton Sachetti está numa unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência na capital paulista, desde a sexta-feira, 22. No dia 13 Adilton se isolou em um hotel próximo àquela unidade hospitalar, cumprindo quarentena após testar positivo para covid-19. Em Cuiabá o deputado estadual e ex-prefeito de Nova Lacerda, Valmir Moretto (PRB), também se encontra hospitalizado. A doença infectou e matou prefeito e ex-prefeitos em todas as regiões mato-grossenses.
O quadro de saúde de Adilton é considerado estável, mas ontem, 23, ele teve um intercorrência renal.
Pandemia entre prefeitos
A pandemia do novo coronavírus atinge os 141 municípios de Mato Grosso e até ontem, 23 de janeiro, matou 4.954 em 135. A contaminação pelo vírus covid-19 atingiu 207.747 mato-grossenses. Um prefeito e vários ex-prefeitos de todas as regiões fazem parte dessa estatística.
O prefeito Fábio Mauri Garbúgio (Alto Taquari) morreu no exercício do cargo. Garbúgio buscou tratamento em Goiânia, onde fechou os olhos para sempre numa UTI de hospital particular.
Os ex-prefeitos Sandoval Nogueira de Moraes (Ponte Branca), Jonir de Oliveira Souza (Barra do Garças), Antônio Ribeiro Torres (Barão de Melgaço), Mauro Valter Berft (Campo Novo do Parecis), Saturnino Masson (Tangará da Serra), Odoni Mesquita Coelho (Torixoréu) e Lindberg Nunes Rocha (Poxoréu) foram vencidos pela doença.
Os prefeitos Geraldo Ramos (Vale de São Domingos), Léo Bortolini (Primavera do Leste), João Bang (Nova Xavantina), Zé Carlos do Pátio (Rondonópolis), Fábio Faria (Canarana), Moisés dos Santos (Juscimeira) e Silvano Neves (Novo Horizonte do Norte) venceram a doença.
Silvano se reelegeu. Ao longo da campanha e no dia da eleição estava internado numa UTI em São Paulo, uma vez que seu município não tem UTI e o mesmo acontece com Juara, que é a refêrencia regional para atendimento a pacientes do sistema SUS.
Os ex-prefeitos Maurício Tonhá e Mauro Rosa (ambos de Água Boa), Jayme Campos e Júlio Campos (irmãos, ambos de Várzea Grande), Wilson Santos e Mauro Mendes (ambos de Cuiabá), Zenildo Sampaio Pacheco (Nossa Senhora do Livramento), Altir Peruzzo (Juína), Humberto Bortolini e Nininho Bortolini (irmãos e ambos de Itiquira), Max Russi (Jaciara), Demilson Nogueira (Ponte Branca), Carlos Bezerra (Rondonópolis) Hélio Vitorino (Querência) e Wemerson Adão Prata (Salto do Céu) venceram a doença.
Além de Adilton, o ex-prefeito Valmir Moretto (Nova Lacerda) também está internado. Moretto testou positivo em Pontes e Lacerda e se internou num hospital particular em Cuiabá.
ATUALIZAÇÃO – Wilson Santos (PSDB) é deputado estadual; Nininho Bortolini (PSD), deputado estadual; Mauro Mendes (DEM), governador; Carlos Bezerra (MDB), deputado federal; Max Russi (PSB), deputado estadual; Valmir Moretto (PRB), deputado estadual; Jayme Campos (DEM), senador; e Demilson Nogueira (Progressistas), vereador por Cuiabá.
ADILTON – Em 2017, Adilton se submeteu a uma operação de próstata, em razão de um câncer e venceu a doença. Está sob observação médica, de repouso, lúcido e se comunicando com familiares e amigos. Seu quadro de saúde é considerado estável e evolui para cura.
Catarinense, Adilton Domingos Sachetti tem 64 anos, é empresário, arquiteto e urbanista, sindicalista e político; reside em Rondonópolis.
Adilton presidiu o Sindicato Rural de Rondonópolis e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). Foi um dos criadores do Núcleo do Algodão na Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária em Mato Grosso (Fundação MT). À frente da Ampa e também em nome da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) travou uma batalha na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o subsídio que os Estados Unidos concediam aos cotonicultores americanos – o resultado foi o melhor possível para o Brasil e principalmente para Mato Grosso, que se tornou líder nacional na lavoura algodoeira respondendo por mais de 60% da safra nacional – e venceu. Pela primeira vez os Estados Unidos perderam uma disputa na OMC.
Em 2004 Adilton se elegeu prefeito de Rondonópolis, pelo PPS. Quatro anos depois tentou a reeleição e o pleito foi vencido por Zé Carlos do Pátio.
Blairo Maggi era governador em 2009 e criou a Secretaria Extraordinária de Apoio e Acompanhamento às Políticas Ambientais e Fundiárias, e em 2 de junho daquele ano nomeou Adilton seu titular. Essa secretaria teve sobrevida curta
Em 12 de novembro de 2009 Blairo empossou a diretoria da recém-criada Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (Agecopa), com Adilton na presidência e seis diretores: Yênes Magalhães (Planejamento e Gestão), Jefferson de Castro (Orçamento e Finanças), Yuri Bastos Jorge (Assuntos Estratégicos), Carlos Brito (Infraestrutura), Roberto França (Comunicação e Marketing) e Agripino Bonilha (Articulação Interinstitucional). Junto com a presidência o governador deu carta branca pra Adilton administrar aquele órgão.
Inelegível em 2010 por conta da Agecopa, da qual não se desincompatibilizou, Adilton voltou à cena política em 2014 pelo PSB e se elegeu deputado federal com 112.722 votos (7,75% do eleitorado), dos quais 47.866 em Rondonópolis.
Adilton disputou o Senado em 2018 com os suplentes Chico Galindo (PTB) e Alessandra Nicole (PRB). Galindo foi deputado estadual, vice-prefeito de Cuiabá e prefeito com a renúncia do titular Wilson Santos. Nicole presidiu a APDM – versão feminina da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM); é mulher de Alessandro Nicoli, que foi prefeito de Santa Carmem em dois mandatos consecutivos.
O papel mais destacado de Adilton enquanto arquiteto foi o projeto urbanístico de Sapezal, cidade idealizada e criada pelo patriarca da família Maggi, o empresário e colonizador André Antônio Maggi, fundador do grupo Amaggi.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS:
1 – Agência Câmara
2 – Site www.showdenoticias.com.br – Juara
3 – Prefeitura de Rondonópolis