Partido de Galvan abre as portas para Maurício Tonhá disputar o governo – e ele quer

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

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Tonhá com Paula Boaventura e Coppolla tendo Galvan à direita

Nesta semana, no encontro nacional do Democracia Cristã (DC) em Cuiabá, para celebrar os 80 anos de sua fundação, perante o comentarista político Caio Coppolla e políticos de todas as regiões, Antônio Galvan repetiu o convite que havia feito reservadamente, há algum tempo, a Maurício Tonhá, para que ele se filie àquele partido e seja candidato ao governo. O convidado sorriu, não recusou, mas pediu tempo para discutir o assunto em família e com amigos. Numa conversa que travamos após o evento, Maurício Tonhá deixou claro que quer ser candidato a governador.

Maurício Tonhá quer ser candidato a governador. Sempre quis nos últimos 12 anos, mas seu perfil prudente e a intensidade de seus negócios, que exigem sua presença em muitos lugares, o levam ao silêncio, embora em algumas ocasiões deixe escapar sua intenção.

Galvan é pré-candidato a senador e lidera o DC em Mato Grosso, e ao lado de sua mulher, a advogada Paula Boaventura, que preside o partido regionalmente, percorre os municípios em busca de apoio para seu projeto considerado direita raiz. No entanto, até então, o pré-candidato ao Senado não tinha uma dobradinha majoritária para apresentar ao eleitor. Esse cenário pode mudar completamente com Maurício Tonhá.

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Num pronunciamento no evento, Maurício Tonhá agradeceu pelo convite, mas alegou que precisaria de ‘um tempo’ para decidir. Esse um tempo pode ser uma forma de criar expectativa, levando o eleitorado a discutir o caso. Entendo assim, pois na conversa que tivemos na manhã desta quarta-feira (28) Maurício Tonhá estava radiante, disposto a falar e a focalizar o cenário político mato-grossense. Ele me disse que tem vontade de ser candidato e observou que a direita não tem candidaturas ao governo, “embora tenha candidatos”. Com isso, mas sem citar os pré-candidatos, fez referências a Otaviano Pivetta (Republicanos), Jayme Campos (União) e Wellington Fagundes (PL). “Eles estão em partidos de direita, mas não são da direita”,  fulminou. Questionei se a ausência dele à frente de seus negócios ao longo de uma eventual campanha poderia ser empecilho. A resposta embutia sua aceitação ao convite: “de jeito nenhum. Meus filhos e nossa equipe dão conta do recado”.

Hábil nas conversações, Maurício Tonhá em nenhum momento negou que recusará o convite de Galvan, mas quanto a aceitá-lo disse que tudo é questão de tempo. Ele, no entanto, deixou claro que jamais se aventuraria eleitoralmente, mas que no momento existe a possibilidade do lançamento de sua candidatura com forte apoio popular, “porque o perfil do nosso eleitorado é de direita”, acrescentou.

Empresário rural,  líder ruralista, fundador e presidente da Leiloeira Estância Bahia, que promove o Megaleilão – maior leilão de bovinos do mundo, Maurício Cardoso Tonhá é baiano, casado, presidiu a Câmara de Água Boa, município onde foi prefeito por dois mandatos consecutivos, e além disso, em 2002, coordenou no Vale do Araguaia, a campanha de Blairo Maggi ao governo.

Líder ruralista e defensor da economia rural,  Maurício Tonhá foi o primeiro correntista do Bradesco a encerrar suas operações e suas contas bancárias naquele banco após o lançamento de uma propaganda do mesmo na televisão, em dezembro de 2021, sugerindo a redução do consumo de carne bovina.

Na vida empresarial Maurício Tonhá realiza grandes leilões bovinos com transmissão ao vivo pela TV. À frente das câmeras, além de seus negócios, ele cuida de divulgar Mato Grosso para o Brasil, e defende os valores cristãos, da pátria e da família. É uma das figuras mato-grossenses mais conhecidas nacionalmente.

Maurício Tonhá é filiado ao União Brasil, mas observa que não tem vínculos com nenhuma das lideranças daquele partido e ele vê a possibilidade de sua filiação ao DC com naturalidade.

DESEJO – Em 8 de fevereiro deste ano, com o título ”EXCLUSIVO – Maurício Tonhá quer disputar o governo”, postei neste blog uma reportagem da qual extraí o texto que se segue “Maurício Tonhá admite que poderá disputar o governo. Decisão que se concretizada mudará o cenário para 2026, que no momento está congestionado por pré-candidaturas. A possibilidade de se candidatar foi dita naturalmente por Maurício Tonhá, ao ouvi-lo sobre a fala do ex-prefeito de Querência, Fernando Gorgen (União), de que seria candidato a deputado federal caso Maurício Tonhá não se candidatasse ao mesmo cargo, para representar o Vale do Araguaia, onde ambos são domiciliados. Na conversa que mantive com Maurício Tonhá ele descartou a possibilidade de eventualmente disputar cargo proporcional. Alegou que seu perfil é de administrador. Um cidadão que acompanhou nosso diálogo ponderou que para o mesmo concorrer ao governo seria preciso sua mudança de partido, deixando o União Brasil por outra sigla. A ponderação levou em conta o fato de que o governador Mauro Mendes, principal líder do União, apoia a pré-candidatura de seu vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e que o senador Jayme Campos (União) lançou seu nome ao cargo. Com os posicionamentos de Mauro Mendes e Jayme Campos – sugeriu o cidadão – Maurício Tonhá terá que se filiar a uma sigla de direita, desde que não fosse o PL, pois no mesmo há uma briga com sangue na canela entre o senador Wellington Fagundes e o empresário Odílio Balbinotti pelo direito de ser candidato a governador pela sigla de Jair Bolsonaro.

 

MEMÓRIA – Em 2013 Maurício Tonhá era filiado ao PR de Blairo Maggi e botou seu nome à disposição para disputar o governo. À época, Silval Barbosa era governador, controlava o PR e tinha compromisso de apoiar o PT e o PMDB, com a chapa Lúdio Cabral e Teté Bezerra para o Palácio Paiaguás. Maurício Tonhá tentou conversar com a Executiva do partido, mas sem sucesso, pois todos estavam comprometidos com Silval.

À época o então deputado federal Wellington Fagundes presidia o partido e o secretário era Emanuel Pinheiro; da cúpula partidária também faziam parte Pedro Nadaf, Éder Moraes e Afonso Dalberto, todos umbilicalmente ligados a Silval.

GALVAN – Um dos líderes nacionais da Aprosoja, Galvan presidiu o Sindicato Rural de Sinop e em 2022 concorreu ao Senado recebendo mais de 337 mil votos, ficando em segundo lugar na disputa.

Bolsonarista convicto, Galvan além das pautas mato-grossenses espera defender uma anistia a Jair Bolsonaro para que ele readquira seus direitos políticos.

Comentários (1)
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  • Carmem Bruder

    Mas seria ótimo

    Carmem Bruder – médica, advogada e pecuarista em Cocalinho