Pandemia mata 1.312 em Mato Grosso e centro de triagem continua no papel

Um dia a Arena Pantanal terá centro de triagem para coronavírus; até lá, cada um se vire como puder
Em Mato Grosso a pandemia do coronavírus entrou na estranha fase da realidade conflitante com a informação oficial. O governo de democrata Mauro Mendes insiste no Boletim Epidemiológico que há 20 leitos vagos de unidades de terapia intensiva (UTIs) na rede pública, para vítimas da doença. Enquanto isso, existe fila de espera por vaga e parentes recorrem à judicialização. Com 365 internados em enfermaria e 13.933 em isolamento domiciliar, o Boletim aponta a existência de 318 leitos vagos de enfermaria. Neste sábado, 18 de julho, o número de mortos em 98 dos 141 municípios mato-grossenses subiu para 1.312 e os contaminados somam 32.766.

A doença contamina em todos os municípios. A rede pública somente tem UTI em Cuiabá, Várzea Grande, Juína, Sinop, Sorriso, Cáceres, Barra do Garças e Rondonópolis. Nos demais municípios o verdadeiro doutor é ambulância ou UTI aérea.

Dos 32.766 infectados, 16.209 se recuperaram, 13.933 se encontram em isolamento domiciliar, 365 em enfermarias, 286 em UTIs e 1.312 morreram.

A rede particular também está no limite. A doença infecta e mata profissionais da saúde e segurança pública. O centro de triagem que o governo de Mauro Mendes prometeu botar em funcionamento na Arena Pantanal, em Cuiabá, na semana passada, tomou Doril antes mesmo de nascer – não passou, até agora, de projeto natimorto.

A pandemia avança nas cidades, aldeias indígenas e no campo, e o discurso oficial, também. Não há cobrança por parte da Assembleia Legislativa nem pela Imprensa Amiga. Está em curso a política: a pandemia é secundária – o importante é preservar a imagem do governador Mauro Mendes.

O coronavírus mata em todas as regiões, mas a situação mais grave é a de Cuiabá com 415 mortes seguido por Várzea Grande (225), Rondonópolis (121), Sinop (47), Barra do Garças (38), Sorriso (32), Pontes e Lacerda (31), Primavera do Leste (26), Cáceres (25), Lucas do Rio Verde (24), Nova Mutum (19), Tangará da Serra (17), Poconé (13), Porto Esperidião (12), Confresa (10) e outros 83 municípios com números menores.

Em outras palavras o secretário de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, admitiu que haja subnotificação dos casos da doença. Figueiredo avalia em 300 mil o número de infectados e que a pandemia continuará até novembro. Mas, nem mesmo diante desse cenário assombroso citado, ele não apresentou nenhuma ação ou plano para enfrentar a doença.

Em vários municípios a pandemia ganha contornos judiciais na guerra pelo fecha e abre do comércio, decretação de toque de recolher, proibição da venda de bebidas alcóolicas e de concentração de pessoas em festas.

O município mais atingido por casos da doença é Cuiabá com 6.910 seguido pela vizinha Várzea Grande (2.487), Rondonópolis (2.243), Lucas do Rio Verde (1.598), Tangará da Serra (1.402), Primavera do Leste (1.385), Sorriso (1.255), Sinop (1.037), Nova Mutum (891) e Pontes e Lacerda (742).  Campo Verde (531), Cáceres (507), Colíder (496), Barra do Garças (480), Sapezal (438), Campo Novo do Parecis (427),  Peixoto de Azevedo (407), Confresa (367), Querência (357),  Jaciara (315), Matupá (306), Porto Esperidião (282), Guarantã do Norte (281),  Alta Floresta (271), Vila Bela da Santíssima Trindade (221), Pedra Preta (215), Mirassol D’Oeste (204) e os demais municípios com números menores.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: José Medeiros no site público do Governo de Mato Grosso

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