Com 3.295 habitantes, porém turística. Assim é Salto do Céu, no polo de Cáceres, na faixa de fronteira com a Bolívia. Nos primeiros meses da pandemia a vida prosseguiu pacata e a doença praticamente inexistia para a população local. Porém, nas férias em dezembro, turistas invadiram o lugar repetindo o fuzuê que acontece anualmente nas águas e margens do rio Branco, com suas irresistíveis quedas d’água, Com o turismo o novo coronavírus também chegou e 102 moradores foram infectados.
A doença matou um morador de 60 anos, que tinha comorbidades. O número de casos e a morte levaram o prefeito Mauto Spíndola (SD) a adotar um medida considerada radical para alguns, mas bem aceita pela população: o prefeito baixou um decreto que limita o funcionamento do comércio entre 8 e 18 horas, proíbe o consumo de bebidas alcóolicas nos bares, reduz para 50% a presença de fiéis nas igrejas, suspende festas e não permite aglomeração.
O índice de infectados é grande na cidade e zona rural, e dentre eles o ex-prefeito Wemerson Adão Prata, que se encontra em isolamento domiciliar, juntamente com parentes que também contraíram a doença. A validade do decreto será definida pela realidade sanitária. Mantido o quadro atual, a vigência continua. Quando o cenário voltar à realidade, a medida deixa de vigorar.
Salto do Céu não tem estrutura hospitalar para atender os moradores vítimas da doença. Nos casos que exigem internação os pacientes são removidos para o Hospital Regional de Cáceres ou o Hospital Vale do Guaporé, em Pontes e Lacerda.
Redação blogdoeduardogomes com foto