Obrigada pela Justiça, Câmara recria CPI do Paletó

A Câmara amiga do prefeito
Por força de decisão judicial a Câmara Municipal de Cuiabá publica hoje, 4, a nova composição da CPI do Paletó, criada em 2017 e suspensa em março de 2018. Seu papel será investigar o vergonhoso e deplorável episódio de um pacote de dinheiro caindo do bolso do paletó do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), quando esse era deputado estadual. Assumem a CPI os vereadores Toninho de Souza (PSD) e Sargento Joelson (PSC), embos da base de sustentação de Emanuel, o que lhe dá absoluto controle sobre as investigações, que seráo presididas por seu adversário Marcelo Bussiki (PSB), único remanescente da composição original.
Misael segurou o quanto pode

A nova CPI do Paletó oficialmente dará continuidade aos trabalhos de sua anterior composição, que nada fez. Instalada no final de 2017 foi suspensa judicialmente em março de 1018, por conta de uma mandado de segurança do vereador Diego Guimãres (PP), uma vez que em sua composição haviam dois vereadores que não assinaram seu pedido de instalação: Adevair Cabral (PSDB) e Mário Nadaf (PV), ambos apoiadores de Pinheiro. Quando saiu de cena a CPI estava na estaca zero sendo empurrada com a barriga. Com a decisão judicial a maioria da Câmara vibrou, pois não se sentia confortável com a possível investigação sobre o prefeito que lhes destina em duodécimo anual R$ 57 milhões ou R$ 4.750.000 mensais ou ainda R$ 158.333 diariamente faça chuva ou faça sol.

Não foi fácil remontar a CPI. O presidente da Câmara lutou bravamente por sua manutenção no limbo, mas o juiz Wladys Amaral, lhe deu prazo de 48 horas a contar de 19 de setembro, para indicar os novos componentes. Misael buscou amparo no Regimento Interno e empurrou o cumprimento da ordem o quanto pôde. Ontem, 3, finalmente, Misael reunido com o Colégio de Líder indicou os novos componentes.

Até quando a CPI funcionará somente Deus sabe. Recursos e mais recursos tentarão barrar sua evolução. A CPI é um passo político para se chegar ao cerne do escândalo Paletó. Porém, aparentemente o Ministério Público não consegue avançar na apuração do caso, o que lhe confere ares de impunidade.

PALETÓ 

 

O fim da picada

É o mais vergonhoso capítulo da política entre quatro paredes em Cuiabá. Há dois anos a TV Globo exibiu no Fantástico um vídeo onde o então deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) aparecia recebendo pacotes de dinheiro de Sílvio Corrèa, no gabinete do mesmo. Com o bolso abarrotado, Emanuel Pinheiro deixou cair um dos pacotes, sorriu e tratou de embolsá-lo – a sabedoria popular lhe deu o apelido de Paletó.

Sílvio Corrêa à época era chefe de gabinete do então governador Silval Barbosa (mandato de 2010 a 2014). Sílvio e Silval em delação premiada homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, informaram que se tratava de pagamento de mensalinho em troca de apoio na Assembleia.

Não somente Emanuel Pinheiro foi filmado no gabinete de Sílvio recebendo pacoteiras de dinheiro. Além dele, os à época deputados estaduais Hermínio Barreto, Ezequiel Fonseca, Alexandre Cesar, José Domingos Fraga e Luciane Bezerra, também foram contemplados com a dinheirama. O ex-deputado estadual Airton Português também compareceu ao caixa informal no Palácio Paiaguás – Português foi acompanhado por sua irmã, a ex-secretária de Estado Vanice Marques.

Emanuel Pinheiro nega que se tratasse de propina; ele somente não consegue explicar como um grupo de deputados foi ao chefe de Gabinete do governador pegar dinheiro, como se fosse o desfecho de uma romaria financeira. Os demais filmados, também juram inocência.

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1- blogdoeduardogomes

2 – Câmara Municipal Divulgação

3 – Sobre imagem da TV Globo

 

 

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Comentários (1)
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  • Inácio Roberto Luft

    Por qual motivo não querem investigar? Se não tem nada errado, por que ter medo?